De O Globo:
Exatamente um mês após a inauguração, o Colégio Estadual
Jornalista Rodolfo Fernandes, na Pavuna, inaugurado com a promessa de ser uma
escola-modelo, ainda está longe de cumprir o papel alardeado pelo governo do
estado. Os computadores instalados no laboratório da escola foram retirados do
local, uma semana após a inauguração. A retirada dos equipamentos foi
denunciada por um professor da rede de ensino do estado, em um post no
Facebook. “O governador chega, a escola está linda, prontinha, ele tira muitas
fotos, dá muitas declarações, faz até um discurso (foi vaiado, não entendi o
motivo), a imprensa publica em sites, TV e jornal. Afinal de contas, é uma
novíssima escola na Zona Norte do RJ, tudo lindo, perfeito. O governador vai
embora... Junto com ele, leva todos os computadores do laboratório, telefones e
projetores da escola. Era só para tirar as fotos para imprensa; triste vida”,
escreveu. O post ganhou tamanha repercussão que o professor resolveu retirá-lo
do ar, temendo retaliação.
Os alunos reclamam da falta de professores de filosofia e
espanhol, que a biblioteca não está em funcionamento e que foi feita uma
“maquiagem” para a abertura oficial da escola.
- Foi tudo uma maquiagem. São vários os problemas. Dos 14
livros que temos que receber, até agora só chegaram dez - afirmou uma aluna do
primeiro ano, que, por volta das 15h desta quinta-feira, já havia sido liberada
das aulas pela ausência de professor.
No colégio, a ordem foi para que os repórteres não
entrassem, e a informação era a de que a diretora da instituição estava fora,
numa reunião em Campo Grande. Nenhum representante da escola apareceu para
falar com os repórteres. E uma professora que deixava o prédio se negou a
comentar o assunto.
A irmã do jornalista Rodolfo Fernandes, Ana Carolinna
Fernandes, irá à escola na próxima segunda-feira, para tomar conhecimento do
que está acontecendo:
- Estamos estarrecidos, inclusive meu pai e minha mãe. Fomos
todos à inauguração, oferecemos para fazer oficinas em nossas áreas (como fotografia
e música) para isso? Na verdade, estávamos nos sentindo como cuidadores daquele
patrimônio.
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