Ando meio sem paciência para discussões com essa gentalha da
esquerda. Não todos os esquerdistas, mas “apenas” a grande maioria, aquela que
não pensa, ou pensa que pensa.
Ainda ontem, entre os comentaristas da Tribuna, havia uma
meia dúzia deles fazendo o que mais gostam: deturpando a História e louvando
idiotas. O papo era sobre Oswaldo Aranha, devidamente desconstruído por eles e
chamado de aproveitador, sionista e - pasmem - traficante de armas. Um dos poucos
comentaristas não alinhados com a imbecilidade vigente, tentou, em vão,
explicar quem foi e o que fez Oswaldo Aranha, mas os caras não aliviavam.
Dirigi-me, então, àquela única alma pensante, argumentando
que não adiantava malhar em ferro frio porque o plano de poder desses
“camaradas” inclui a completa desconstrução da nossa História de maneira a
adequá-la às suas ideias muares, achincalhando a memória de todos os ilustres
brasileiros que, por pensarem por si – e não para si -, tanto desagradam a quem
precisa recorrer a cartilhas vermelhas ensebadas para poder se pronunciar sobre
alguma coisa, citando Malan: “Aqui no Brasil, nem o passado é previsível”.
Uma das antas vestiu a carapuça e mandou: “Seu Froes,na
parte que me toca. Esclareço,sou da linha Castilhista,teve como seguidores
GRANDE Dr.Getúlio Dorneles Vargas,e Leonel De Moura Brizola (sic geral)”.
Mas o que seria um “castilhista”, pombas? E lá fui eu ao
dicionário e descobri que “castilhismo” é o “pensamento ou doutrina política do
partido liderado pelo gaúcho Júlio Prates de Castilhos (1860-1903)”.
Mas e agora? A única coisa que eu sabia sobre Júlio de
Castilhos é que ele tinha sido governador (ou presidente, como vim a saber
depois, porque àquela época a denominação era esta) do Rio Grande do Sul. Não
passava pela minha cabeça que o cara tinha fundado uma doutrina e muito menos
que tinha seguidores. E lá fui eu atrás do que pudesse ser o tal “castilhismo”
e vim a saber que Júlio elaborou a constituição estadual de 1891, inspirada no
positivismo de Comte. Como essa foi a primeira constituição estadual da
república a ser concluída, acabou servindo de base a diversas outras no país, o
que, de certa forma, colaborou para uma divulgação do que acabou por ser
chamado de “castilhismo”.
Para resumir, o tal castilhismo era uma corrente política conservadora
que apostava na modernização econômica, por ter na “burguesia” industrial e
urbana suas bases de apoio. Tinha três princípios básicos:
- Escolha dos governantes baseada na sua pureza moral e não na sua representatividade popular.
- Na política devem ser eliminadas as disputas político partidárias e valorizar só a virtude.
- O governante deve regenerar a sociedade, e o Estado comandar a transformação e modernização da sociedade.
Dizem que Getúlio tentou implantar esse troço no Estado Novo, mas deu com os burros n’água.
Pois é. Ainda tem
gente que diz seguir essa palhaçada e ainda quer discutir. Impossível
Sou do oeste de Santa Catarina (em Salvador desde 2009), convivi com getulistas e brizolistas de todas as categorias, desde fanáticos até simpatizantes, mas nunca tinha ouvido falar nessa coisa.
ResponderExcluirQue belo desenvolvimento político social. Ainda olham para trás em vez de procurarem um caminho até o futuro. O homem certamente adota a terapia do joelhaco.
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