sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A inconveniência de Joaquim Barbosa

Em que pese a minha admiração a Barbosa pelo trabalho honesto e corajoso que faz como presidente do Supremo, não posso deixar de lamentar a sua falta de sensibilidade ao encaminhar ao Congresso um pedido de 4% de aumento para os ministros do STF em uma hora tão imprópria.

Pisou na bola, Barbosão!

Marco Aurélio TopTop Garcia, pelo The Economist

O The Economist comentando a fuga do senador Róger Pinto, insinua que o culpado pela trapalhada é o aspone (nem tanto) Marco Aurélio TopTop Garcia, que dividiu o Itamaraty em “bolivarianos” e não alinhados.

Um aspone à procura de um dentista
“The decisive voice in relations with Latin America was not Mr Patriota’s but that of Marco Aurélio Garcia, a PT official who has acted as presidential foreign-policy adviser to both Lula and Ms Rousseff.

This two-headed command is the nub of the problem. Many of Itamaraty’s diplomats quietly chafe at a foreign policy that under Mr Garcia’s sway has given priority to the PT’s friendships with the likes of Mr Morales and Venezuela’s Nicolas Maduro, rather than to what they see as Brazil’s long-term interest in supporting pluralist democracies in the region. Mr Saboia, who is now under investigation, chafed not so quietly.”

Bestialógico Jurídico

“Pessoalmente, lamento condenar um homem que participou da resistência à ditadura (…). Lamento condenar alguém que participou da reconstrução democrática do país. Lamento, sobretudo, condenar um homem que, segundo todas as fontes confiáveis, leva uma vida modesta e que jamais lucrou financeiramente com a política.”
Ministro Roberto Barroso, quase em prantos, desculpando-se por votar pela condenação de Genoíno e criando a tese atenuante de que quem rouba mas não enriquece é probo.

Lamento discordar, meritíssimo. Quem rouba e não enriquece é burro mesmo!

Filhos da CUT

“Eu queria cumprimentar dois companheiros que iluminam a militância petista, não tem medo de fazer política, de sair na rua com a cabeça erguida e dizer: “Nós mudamos o Brasil”. José Dirceu e Delúbio Soares, é um orgulho enorme que temos de vocês.”
Presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, na cerimônia de aniversário de 30 anos da entidade sindical.

Seu Vagner: Vai tomar no centro que é para não gastar as beiradas!

Fala sério: o chicaneiro Lewandowski é juiz ou advogado de ladrão?

Somente anteontem e ontem, o cara, em vez de julgar, pediu diminuição de pena para Marcos Valério, Zé Dirceu e João Claudio Genu, ex-assessor do PP, entre outros.

Não tem a mínima vergonha nas fuças!

Lula e Amir Lando, suplente de Donadon, são alvos de processo

O suplente de Natan Donadon, Amir Lando, está sendo processado juntamente com Lula na Justiça Federal por suposto favorecimento ao banco BMG em créditos consignados, e sujeito a devolver R$ 9,5 milhões ao Estado.

“Indignação” de Henrique Alves é puro jogo de cena: ele foi o maior responsável pela absolvição de Donadon!

O presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB), andou fazendo declarações dizendo-se indignado com a absolvição de Natan Donadon e investindo-se de paladino do voto aberto. Puro jogo de cena.

A verdade é que desde sua prisão, em 28 de junho, Donadon faltou 19 das 68 sessões deliberativas. Como com mais quatro faltas o ladrão poderia ser cassado - enquadrado pelo artigo 55 da Constituição, que determina perda de mandato em caso de faltar a um terço das sessões ordinárias da Casa- , Henrique Alves mais que depressa o afastou para empossar o suplente Amir Lando (PMDB-RO) e acabou com a última chance de cassar-lhe o mandato, com a licença garantida por prazo indeterminado.

Detalhes:

Há dez dias, Henrique foi alertado pela Mesa Diretora que, em caso de absolvição, Donadon ainda poderia perder o mandado devido às faltas.

A Mesa também sugeriu esperar 60 ou 120 dias para dar posse a Amir Lando, permitindo que estourassem as ausências de Donadon.

Oposicionistas desconfiam que Alves suspendeu sessão de quinta para aumentar a debandada na Câmara, favorecendo a absolvição.

Terminou ontem o prazo de 72 horas estabelecido pelo ministro Dias Toffolli (STF) para a Câmara se manifestar sobre a suspensão do salário e da verba de gabinete do deputado presidiário Natan Donadon.

A deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) se absteve na votação para cassar o mandato do colega. Assinou presença e só reapareceu na TV, defendendo o voto aberto. Outros juraram voto contra Donadon.

Fonte: Claudio Humberto

A lista dos calhordas de Donadon

A vergonha que foi a absolvição pela Câmara do deputado Natan Donadon tem nomes, mas, infelizmente, não todos, já que a votação foi secreta. Dos 513 deputados da Câmara, 104 não votaram na sessão da noite desta quarta-feira (29). Dos 104 que não votaram, 50 estiveram no plenário, mas optaram por não participar da decisão. Na sessão, apenas 233 votaram a favor da cassação, 24 a menos que o necessário para a perda do mandato - para a cassação, eram necessários pelo menos 257 votos -,131 votaram contra e 41, embora presentes, abstiveram-se. Dos 54 ausentes, José Genoino (PT-SP), Carlos Magno (PP-RO), Dr Luiz Fernando (PSD-AM), Homero Pereira (PSD-MT), Romário e Waldir Maranhão (PP-MA) tinham licenças que justificam faltar à sessão.

Lista dos calhordas que não votaram (“P” indica presença em plenário):

DEM (6 não votaram, 21% da bancada)
Abelardo Lupion (PR)
Betinho Rosado (RN)
Claudio Cajado (BA) P
Eli Correa Filho (SP)  P
Jorge Tadeu Mudalen (SP)  P
Lira Maia (PA)  P

PC do B (2 não votaram, 15% da bancada)
Alice Portugal (BA)
Jandira Feghali (RJ)  P

PDT (3 não votaram, 12% da bancada)
Enio Bacci (RS)  P
Giovani Cherini (RS)  P
Giovanni Queiroz (PA)  P

PMDB (15 não votaram, 19% da bancada)
Alceu Moreira (RS)
André Zacharow (PR)  P
Arthur Oliveira Maia (BA)
Asdrubal Bentes (PA)
Carlos Bezerra (MT)
Darcísio Perondi (RS)
Eliseu Padilha (RS)  P
Gabriel Chalita (SP)  P
Genecias Noronha (CE) P
José Priante (PA) P
Leonardo Quintão (MG) P
Mário Feitoza (CE)
Newton Cardoso (MG) P
Renan Filho (AL)

PMN (1 não votou, 33% da bancada)
Jaqueline Roriz (DF) P

PP (14 não votaram, 37% da bancada)
Afonso Hamm (RS)
Beto Mansur (SP) P
Carlos Magno (RO)
Guilherme Mussi (SP)
José Linhares (CE) P
José Otávio Germano (RS) P
Luiz Fernando Faria (MG) P
Paulo Maluf (SP) P
Pedro Henry (MT)
Renato Molling (RS)
Renzo Braz (MG) P
Toninho Pinheiro (MG) P
Vilson Covatti (RS) P
Waldir Maranhao (MA)

PPS (2 não votaram, 18% da bancada)
Almeida Lima (SE)
Arnaldo Jardim (SP) P

PR (8 não votaram, 22% da bancada)
Bernardo Santana de Vasconcellos (MG)
Inocêncio Oliveira (PE)
Laércio Oliveira (SE)
Manuel Rosa Neca (RJ)
Valdemar Costa Neto (SP) P
Vicente Arruda (CE) P
Zé Vieira (MA)
Zoinho (RJ)

PRB (1 não votou, 10% da bancada)
Vilalba (PE)

PSB (6 não votaram, 24% da bancada)
Abelardo Camarinha (SP) P
Alexandre Roso (RS)
Antônio Balhmann (CE)
Beto Albuquerque (RS)
Paulo Foletto (ES) P
Sandra Rosado (RN)

PSC (2 não votaram, 13% da bancada)
Nelson Padovani (PR) P
Pastor Marco Feliciano (SP) P

PSD (12 não votaram, 27% da bancada)
Dr. Luiz Fernando (AM)
Edson Pimenta (BA) P
Eduardo Sciarra (PR) P
Eliene Lima (MT) P
Fernando Torres (BA)
Heuler Cruvinel (GO)
Homero Pereira (MT)
João Lyra (AL)
José Carlos Araújo (BA) P
Manoel Salviano (CE)
Marcos Montes (MG)
Sérgio Brito (BA) P

PSDB (6 não votaram, 12% da bancada)
Carlos Roberto (SP) P
Marco Tebaldi (SC) P
Marcus Pestana (MG)
Pinto Itamaraty (MA)
Sérgio Guerra (PE)
Vanderlei Macris (SP)

PT (21 não votaram, 24% da bancada)
Angelo Vanhoni (PR) P
Anselmo de Jesus (RO)
Artur Bruno (CE)
Beto Faro (PA) P
Biffi (MS) P
Bohn Gass (RS)
Iriny Lopes (ES) P
João Paulo Cunha (SP) P
José Genoino (SP)
Josias Gomes (BA)
Luiz Alberto (BA)
Marcon (RS)
Marina Santanna (GO) P
Miguel Corrêa (MG) P
Odair Cunha (MG) P
Pedro Eugênio (PE) P
Pedro Uczai (SC) P
Rogerio Carvalho (SE)
Ronaldo Zulke (RS)
Vicentinho (SP) P
Weliton Prado (MG)

PTB (2 não votaram, 11% da bancada)
Jovair Arantes (GO)
Sabino Castelo Branco (AM)

PTdoB (1 não votou, 33% da bancada)
Rosinha da Adefal (AL)

PV (1 não votou, 10% da bancada)
Eurico Junior (RJ) P

SEM PARTIDO (1 não votou)
Romário (RJ)

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Lula e Dilma: um caso de polícia

Olavo de Carvalho, em um artigo recente diz:

“Há até quem negue que Dilma ou Lula sejam comunistas, mas faz isso porque não sabe exatamente o que é um comunista e, como em geral os liberais, imagina que é questão de ideais e ideologias. Na verdade, um sujeito é comunista não porque creia em tais ou quais coisas, mas porque ocupa um lugar numa organização que age como parte ou herdeira da tradição revolucionária comunista, com toda a pletora de variedades e contradições ideológicas aí contida.”

Logo depois, no mesmo artigo, ele afirma que para um sujeito falar com alguma propriedade sobre o movimento comunista, deve antes ter estudado por um programa de leitura que abrange algumas dezenas de autores* e que “pode ser cumprido em quatro ou cinco anos por um bom estudante”.

Há uma “ligeira” confusão aí, porque presume-se que para um sujeito “ser” comunista, ele tem que saber muito mais do que alguém que se propõe apenas a “falar com alguma propriedade” sobre o comunismo. Como não consta que Lula, que não lê porque dá dor de cabeça, ou Dilma, que não consegue sequer lembrar o que acabou de ler ontem (vide episódio na campanha eleitoral onde ela teve que perguntar a uma assessora qual o livro que acabara de ler no dia anterior), tenham lido ao menos um dos escritores citados por Olavo, fica difícil enquadrá-los como comunistas.

É claro que Olavo exagerou, e muito, nas suas exigências, como é de costume, mas eu concordo que algum estudo seja fundamental para se poder falar sobre alguma ideologia política e, muito mais, para se poder executá-las. E é por isso que discordo veementemente de quaisquer rótulos políticos que se imponham sobre Lula e Dilma: eles simplesmente não são nada exatamente pela total falta de preparo de ambos. Lula, quando muito, é esperto o suficiente para se fazer passar por qualquer coisa para agregar apoios por interesse, já Dilma, nem isso.

Analisar ambos pelos seus conteúdos ideológicos é pura perda de tempo: eles não são um caso de política e sim de um “caso de polícia”.

*(1) Os clássicos do marxismo: Marx, Engels, Lênin, Stálin, Mao Dzedong.
(2)  Os filósofos marxistas mais importantes: Lukács, Korsch, Gramsci, Adorno, Horkheimer, Marcuse, Lefebvre, Althusser.
(3)  Main Currents of Marxism, de Leszek Kolakowski.
(4)  Alguns bons livros de história e sociologia do movimento revolucionário em geral, como Fire in the Minds of Men, de James H. Billington, The Pursuit of the Millenium, de Norman Cohn, The New Science of Politics, de Eric Voegelin.
(5)  Bons livros sobre a história dos regimes comunistas, escritos desde um ponto de vista não-apologético.
(6)  Livros dos críticos mais célebres do marxismo, como Eugen von Böhm-Bawerk, Ludwig von Mises, Raymond Aron, Roger Scruton, Nicolai Berdiaev e tantos outros.
(7) Livros sobre estratégia e tática da tomada do poder pelos comunistas, sobre a atividade subterrânea do movimento comunista no Ocidente e principalmente sobre as "medidas ativas" (desinformação, agentes de influência), como os de Anatolyi Golitsyn, Christopher Andrew, John Earl Haynes, Ladislaw Bittman, Diana West.
(8)  Depoimentos, no maior número possível, de ex-agentes ou militantes comunistas que contam a sua experiência a serviço do movimento ou de governos comunistas, como Arthur Koestler, Ian Valtin, Ion Mihai Pacepa, Whittaker Chambers, David Horowitz.
(9)  Depoimentos de alto valor sobre a condição humana nas sociedades socialistas, como os de Guillermo Cabrera Infante, Vladimir Bukovski, Nadiejda Mandelstam, Alexander Soljenítsin, Richard Wurmbrand.

Bestialógico Diário

“80% dos equipamentos que usamos são importados. Por que a gente pode importar um equipamento de ressonância magnética e não pode importar um médico?”

Senador Cristovam Buarque (PDT-DF) que, de vez em quando, nos brinda com asneiras tão absurdas que chego a duvidar que um sujeito desses faça jus a um prestígio intelectual tão grande.

Patriotadas na ONU

Ao “cavar” sua nomeação para chefiar a Missão do Brasil nas Nações Unidas, o ex-chanceler Antonio Patriota parece pretender transformar aquele posto, um dos mais importantes da diplomacia, em uma reserva familiar. Ele próprio havia premiado o irmão Guilherme para o cargo de nº 2 da Missão, em Nova York, e a mulher dele, conselheira Erica, para trabalhar com o maridão.

A lei proíbe subordinação direta de familiares? Dane-se a lei! Vá ser patriota assim na... lá mesmo!

Aliás, Patriota, ainda por cima, queria nomear o mano Guilherme para a Missão do Brasil junto à Organização Mundial do Comércio, em Genebra, mas Dilma barrou. Mais por antipatia do que propriamente por apego às leis.

A tristeza de Patriota

Há 450 dias um ex-senador boliviano estava em território brasileiro, a Embaixada do Brasil. Viajou para o Mato Grosso em território brasileiro (um carro de embaixada é considerado território do país que a embaixada representa). Aonde está o erro nisto, se ele, oficialmente, não saiu do Brasil?

Se Eduardo Saboia fez o certo ou não, eu não sei. Não tenho a mais vaga ideia de até onde vai a autonomia de um diplomata - no caso, Saboia estava respondendo como embaixador na Bolívia, já que o antigo, Marcel Fortuna Biato, foi afastado por Dilma, por ordem de Evo Morales. A verdade é que Saboia devia estar de saco cheio e apreensivo por ter que segurar um pepino do tamanho da presença incômoda de Roger Pinto, e este talvez tenha sido o principal motivo de tê-lo trazido para cá, aproveitando que Patriota é um banana mesmo e que o Itamaraty está uma bagunça, um lixo coalhado de petralhas por todos os cantos.

Se Saboia agiu contra as normas, paciência, que seja punido, mas pelo menos ele teve o mérito de ser decidido e por fim a um autêntico sequestro que já durava tanto tempo e que isso sirva de atenuante na hora de julgá-lo. Agora, que dona Dilma resolva a parada com o uga-uga cocaleiro, o que já deveria ter sido feito há mais de um ano.

Aliás, calculo o tamanho da tristeza de Patriota por ter sido demitido e mandado para Nova Iorque, tão longe dessa figura tão afável de Dilma...

A inútil tentativa de defender a “professora” Ilana Viana, um animal feroz.

Pois é. Dona Tissya Moto resolveu defender Ilana Viana, aquele animal feroz que se diz “professora” - só se for de palavrões e maus modos - que ofendeu até a quinta geração dos policiais no Ceará. Vamos ver o que ela disse. Respondo depois.

“Para quem está condicionado à obediência, à subordinação e à subserviência, a violência sempre parte do oprimido, quando contesta, com revolta e indignação mais do que justas, a tirania dos corruptos escudada na policial truculência. Claro, todo mundo se acha no direito - diz o provérbio “o cão danado , todos a ele!”-, de escrachar uma mulher, uma professora, etc. Mas Roberto Pessoa disse coisa bem mais grave, sem metáforas alusivas às práticas homoeróticas para reforçar no imaginário a servidão, a passividade e a subordinação...E ninguém tem coragem de enfrentar Roberto Pessoa. Até onde é sabido, a professora não é títere da oligarquia infame que assola o Estado, nem representante dos interesses da corporatocracia que destrói a natureza e faz pior com o ser humano. E por isso, a anti-esquerda atolada até o âmago na tirania, encurralada na lama do fascismo e da servidão voluntária; rói os ossos da carniça midiática dos capatazes, e digere a ração cultural e vacinas ideológicas anti-políticas... Fornecidas pelos pecuaristas econômicos e veterinários religiosos, criadores e pastores do gado alienado e servil.”

Então, vamos lá dona Tissya Moto.

Se a senhora acha que eu escrachei uma “mulher”, está muito enganada. No título do post eu fui bem claro quando falei em animal feroz. Aquilo que vocifera no vídeo - que eu repito aqui, só para lembrar - jamais pode ser considerado humano. Caminhar sobre dois pés e emitir sons que se assemelham a palavras, os papagaios o fazem, e até melhor, porque não são tão grotescos.


Quanto a esse tal de Roberto Pessoa, que apito ele toca? Se é o ex-prefeito de Maracanaú que teve parte dos seus bens decretados indisponíveis por fazer promoção pessoal através de propaganda paga com dinheiro da Prefeitura, no ano eleitoral de 2012, e que foi do PFL, do PL e agora é do PSB, me poupe. Um sujeito com um currículo desses, principalmente se nos ativermos às suas peregrinações partidárias, somadas a uma renúncia ao cargo de prefeito, não merece a mínima consideração. Se for um homônimo, por favor, esclareça quem é ele, porque, seja quem for, não existe isso de “ninguém tem coragem de enfrentar Roberto Pessoa”.

Quanto à “oligarquia do Estado”, que a senhora se refere, se for a do estado do Ceará dos Gomes, eu concordo, são uns pústulas, e se for a do Estado (Brasil) dos petralhas, eu também concordo, mas, como fica subentendido no seu comentário, parece que a senhora é, no mínimo, mais uma esquerdopata que apoia essa corja que tomou conta do país.

Engano crasso o seu em dizer que a “anti-esquerda” engole todos os sapos que a senhora cita (aliás, pode chamar de direita que eu assumo com muita convicção). Muito pelo contrário - eu falo por mim e por alguns outros -, a direita, a verdadeira, não mancomuna com Sarneys, Malufs, Renans, Collors, Barbalhos et caterva, como faz a esquerda. A direita, a verdadeira, na contramão do que a senhora diz, não aceita tiranias, mas já a esquerda adora um Fidel, um Kim Jon, um Stalin, um Pol Pot. Chega a ser patético a senhora acusar a direita de “servidão voluntária” e ser “gado alienado e servil” quando isso é um monopólio da esquerda, público e notório.

Quanto às suas metáforas finais, trata-se de um exercício retórico tão pobre quanto as suas ideias. Simplesmente ridículas e inúteis.

Não é tentando defender atitudes como a de Ilana, que a senhora vai convencer alguém que essa coisa nefasta que se chama esquerda é algo digno de respeito, mas muito pelo contrário, a senhora, com isso, joga ainda mais lama em uma ideologia moralmente irrecuperável.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Surfando com o inimigo em Cuba

Para terem ideia do absurdo que é o Estado cubano, ao qual o governo brasileiro suporta transferindo milhões de reais, saibam que lá nadar no mar é ato proibido e fiscalizado pela autoridade militar. Isso não é mentira! Com toda a bela costa marítima, Cuba não tem grandes destaques nas modalidades esportivas aquáticas no mundo. Não é estranho? Pois entendam isso vendo o depoimento de um Ministro da Ditadura Cubana, extraído do ótimo documentário “Surfing with the Enemy”. Podem pular para 1 minuto e 05s, onde é dito:

“Às vezes há uma contradição com as possibilidades de livre acesso ilimitado, de uma maneira desordenada, a qualquer lugar da costa do país. Isso pode ser feito, mas tem que ter respeito às autoridades cubanas para que o desenvolvimento dos esportes náuticos não abra nenhuma fissura na Segurança Nacional. A isso (Segurança Nacional) daremos sempre nossa prioridade.”

Extraído de Reaçonaria. org.

Os cariocas por um paulista

Talvez o melhor retrato do carioca que eu já li.

“E então eu parei o carro, puxei o freio de mão e pensei: ‘Cheguei em casa’.

Faz um ano. Desembarquei com esposa, cachorro e umas malas. A mudança veio no dia seguinte. Levei 33 anos imaginando ‘como seria’, e agora tenho um pra contar ‘como foi’.

O Rio de Janeiro é a minha Paris. Eu não sonho com a tal de torre, nem me importo com o Louvre e nem acho do cacete tomar café naquela tal de Champs-Élysées. Eu acho charmoso ir a praia de Copacabana, tomar cerveja de chinelo no leblon e ir a um samba numa grande escola.

Sou paulista, nunca tive rivalidade bairrista em casa. Nunca me ensinaram a odiar o estado vizinho, ao contrário, sempre me foi dada a idéia de que estando no Brasil, estou em casa.

Ouvi mil mentiras e outras mil verdades sobre o Rio enquanto morei em São Paulo. Todas justas no final das contas.

Carioca exagera tudo, pra baixo e pra cima. Se elogiar a praia, ele exalta dizendo que é ‘a melhor praia do mundo’. Se falar que é perigoso, ele não nega. Diz que é ‘perigoso pra caralho’.

Trata sua cidade como filho. Só ele pode falar mal.

Cariocas não marcam encontro. Simplesmente se encontram.

A confirmação de um convite aqui não quer dizer nada. Você sugere ‘Vamos?’, eles dizem ‘Vamo!’. O que não implica em ter aceitado a sugestão.

Hora marcada no Rio é ‘por volta de’. Domingo é domingo. E relaxa, irmão. Pra que a pressa?

Em 5 minutos são amigos de infância, no segundo encontro te abraçam e já te colocam apelidos.

Não te levam pra casa. Te convidam pra rua. É curioso. Mas é que a ‘rua’ aqui é tão linda que se trancar em casa é desperdício.

Cariocas andam de chinelo e não se julgam por isso. São livres, desprovidos de qualquer senso de sofisticação.

Ao contrário, parecem se sentir mal num ambiente formal e de algum requinte.

‘Porra’ é um termo que abre toda e qualquer frase na cidade. Ainda vou a uma Igreja conferir, mas desconfio que até missa comece com ‘Porra, Pai nosso que estais…’.

Cariocas são pouco competitivos. Eu acho isso maravilhoso, afinal, venho da terra mais competitiva do país. E confesso: competir o tempo todo cansa.

Acho graça quando eles defendem o clube rival pelo mero orgulho de dizer que ‘o futebol do Rio’ vai bem. Eles nem notam, mas as vezes se protegem.

Eles amam essa porra. É impressionante.

Carioca é o povo mais brasileiro que há, mas que é tão orgulhoso do que é que nem parece brasileiro.

Tem um sorriso gostoso, um ar arrogante de quem ‘se garante’.

Papudos, malandros, invocados. Faaaaalam pra cacete. E sabem que estão exagerando.

Eles acham que sabem o que é frio. Imagine, fazem fondue com 20 graus!

A Barra é longe. Buzios, logo ali!

Niterói é um pedaço do Rio que eles não contam pra turista. Só eles aproveitam.

Nilópolis é longe. Bangu também.

Madureira é um bairro gostoso. O Leblon, vale os 22 mil por metro quadrado sugeridos pelos corretores.

Aliás, corretores no Rio são bem irritantes.

Carioca, num geral, acha que está te fazendo um favor mesmo se estiver trabalhando. É tudo absolutamente pessoal, informal.

Se ele gostar de você, te atende bem. Se não, não.

Tá com pressa? Vai se irritar. Eles não tem pressa pra nada.

Sabe aquela garota gostosa que sabe que é gostosa? Cariocas sabem onde moram.

O bairrismo deles é único. Nem separatista, nem coitadinho. Apenas orgulhoso. Ao invés de odiar um estado vizinho, o sacaneiam e se matam de rir de quem se ofende.

Cariocas tem vocação pra ser feliz.

São tradicionais, não gostam que o mundo evolua. Um novo prédio no lugar daquele casarão antigo não é visto como progresso, mas sim com saudades.

São folgados. Juram ser o povo mais sortudo do mundo.

E quem vai dizer que não?

No Rio você vira até mais religioso. Aquele Cristo te olha todo santo dia, de braços abertos. Não dá! Você começa a gostar do cara…

E aí vem a sexta-feira e o dom de mudar o ambiente sem mexer em nada. O Rio que trabalha vira uma cidade de férias. As roupas somem, aparecem os sorrisos a toa, o sol, o futebol, o samba, o Rio.

Já ouvi um cara me dizer um dia que o ‘Rio é uma mentira bem contada pela mídia’. Ele era paulista, odiava o Rio, jamais tinha vindo até aqui.

E é um cara esperto. Se você não gosta do Rio de Janeiro, fique longe dele.

É a única maneira de manter sua opinião.

Em quase toda grande cidade que vou noto uma força extrema para fazer o turista se sentir em casa. Um italiano em São Paulo está na Itália dependendo de onde for. Um japones, idem. Um argentino vai a restaurantes e ambientes argentinos em qualquer grande cidade.

No Rio de Janeiro ninguém te dá o que você já tem. Aqui, ou você vira ‘carioca’, ou vai perder muito tempo procurando um pedaço da sua terra por aqui.

Não é verdade que são preconceituosos. É preciso entender que o carioca não se diz carioca por nascer aqui. Carioca é um perfil.

Renato, o gaúcho, é um dos caras mais cariocas do mundo.

Tem todo um ritual, um jeitinho de se aproximar.

Chame o garçom pelo nome.

Sorria, abrace quando encontrar um amigo. Se lhe convidar, não importa por o que, aceite, mesmo que você não vá.

Faça planos para amanhã, esqueça-os 10 minutos depois. Faça amigos, o máximo de amigos que conseguir.

Quanto mais amigos, mais cerveja, mais risadas, mais churrascos, mais carioca você fica.

E quanto mais carioca você é, mais você ama o Rio. Como eles.

Gosto deles. Gosto de olhar pra frente e não ver onde acaba. Gosto de sol, de abraço, de rir muito alto e de não me achar um merda por estar sem grana.

Gosto de como eles se viram. Gosto da simplicidade e da informalidade que os aproxima do amadorismo.

A vida não tem que ser profissional.

Tem que ser gostosa.

E de gostosa, convenhamos, o Rio tá cheio.

Ops! Desculpa, amor! Escapou.


abs, merrrrmão!”

Vai ter mau hálito assim em Teresina! Governador do Piauí gasta R$ 16,6 mil em chicletes e pastilhas de hortelã

Deu no Globo:

Faltou óleo de peroba nessas fuças
O governo do Piauí publicou um edital de licitação este mês em que se propõe a pagar, com dinheiro público, até R$ 6.398.337,96 a empresas que forneçam à residência oficial do governador Wilson Nunes Martins (PSB) produtos como carnes, frios, bolos e salgados, frutas e verduras, bebidas, além de produtos de higiene, cosméticos e material de limpeza. Entre os itens relacionados, estão produtos pessoais como reparador de pontas de cabelo, hidratante para o corpo, gel esfoliante para o rosto, aparelho de barbear e filtro solar, entre outros. Já na lista de alimentos constam camarões, lagosta, picanha e até macarrão instantâneo, chicletes e rapadura.

A licitação, para o fornecimento desses produtos durante um ano, seria realizada nesta segunda-feira. Mas, após ser procurado pelo Globo, o governador Wilson Martins informou, por meio da Secretaria de Comunicação, que cancelou o processo e que um novo edital será lançado em breve, sem alguns itens. Terceiro estado com pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em 2010, atrás apenas de Maranhão e Alagoas, o Piauí estava disposto a pagar R$ 101,2 mil pelo fornecimento anual de quatro tipos de camarão, R$ 65,5 mil pela picanha e R$ 16,6 mil pela aquisição de chicletes e pastilhas de hortelã para o ano todo.

Na parte de higiene pessoal, o governo pagaria até R$ 85,41 por 500ml de shampoo e R$ 143,92 por 500 ml de máscara para cabelo, ambos da marca L’Oreal. Para o reparador de pontas, o valor estimado era de R$ 113,87 por unidade. Pelo fornecimento desses três produtos durante um ano, a administração estadual pagaria com dinheiro público até R$ 32,9 mil. A Secretaria de Comunicação do Piauí alegou ter havido um “equívoco” e uma lista de três anos atrás foi repetida nesta licitação.

“Diante das frequentes reuniões e eventos promovidos na residência oficial do governador do estado do Piauí, bem como o abastecimento da mesma, não se esquecendo, obviamente, das atividades corriqueiras no Palácio de Karnak (sede oficial do governo) decorrentes do cumprimento de agenda oficial do excelentíssimo senhor governador do estado do Piauí, é imprescindível, portanto, o adequado fornecimento do aludido objeto para fazer frente às necessidades de consumo desses materiais”, informa a parte do texto da licitação em que o governo justifica por que estava fazendo as aquisições.

O texto pontua ainda que a supervisão sobre o cumprimento do futuro contrato ficaria a cargo da Diretoria da Unidade de Serviço do Gabinete Militar, responsável pela licitação. A concorrência seria feita em sete lotes e, para cada um deles, o governo piauiense estimou o preço pelo fornecimento anual dos produtos. O mais caro era o lote de gêneros alimentícios (o que inclui chicletes, temperos, biscoitos etc.), no valor de R$ 1.721.529,24. O mais barato era o de bolos e salgados (R$ 177.410,64).

Este mês, o governador do Ceará, Cid Gomes — que, assim como Wilson Martins, é do PSB —, também se viu no centro de uma polêmica semelhante. O governo do Ceará publicou no Diário Oficial do estado a contratação de um buffet, no valor de R$ 3,4 milhões, para abastecer a cozinha da residência oficial e o gabinete de Cid Gomes com iguarias como caviar, ostras, salmão e camarão. Mesmo reclamando de demagogia na denúncia, feita por um parlamentar de oposição, o governador afirmou que retiraria todos os itens com nome estrangeiro do cardápio.

Armas químicas e hipocrisia

Os principais líderes mundiais mantiveram-se apenas especulando sobre a guerra na Síria até ontem, quando, parece que ficou mais ou menos provado o uso de armas químicas. Quantos mortos até então? Dezenas de milhares ou mais, talvez. Mas bastou aventarem a possibilidade do uso de gases que todos foram aos púlpitos com ameaças de intervenção. A Inglaterra já mandou até aviões de guerra para sua base no Chipre, a 250 quilômetros da Síria.

Quer dizer que pedra, porrete, faca, faca, revólver, espingarda, metralhadora, bazuca, canhão, e bomba (desde que não seja atômica), tudo isso pode ser usado para matar milhões de pessoas em uma guerra, mas arma química não pode?

Peço desculpas pela ignorância, mas até que me deem uma razão lógica para essa exceção, já que eu também não vejo como é que se pode estabelecer regras para uma guerra, um absurdo em si mesma, eu sou contra qualquer tipo de limitação desse tipo. Ou inventem um meio de acabar com o conflito ou deixem os sírios se matar em paz.

Em um mundo onde o “politicamente correto” cada vez mais avança com seu besteirol, nada mais hipócrita que essa reação estúpida das grandes potências. Se aquilo é um paiol de pólvora, por que não intervieram antes, não no sentido de impor regras a uma guerra e sim de evitá-la?

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Depois de bancar estilista, ministério da perua banca Santander

Um instituto cultural vai captar R$ 1,2 milhão em isenção fiscal através do Ministério da Cultura para exposição itinerante com obras do acervo do banco Santander.

E a perua continua impune...

Ordem de Cuba

Dias atrás, deixei no ar uma pergunta: “Forçosamente, muitos destes quatro mil médicos [cubanos] pedirão asilo ao Brasil. Quantos? E o governinho chinfrim, como será que vai agir nesse caso?”

Elio Gaspari respondeu ontem, baseado em uma declaração do Advogado Geral da União Luís Inácio Adams:

O advogado-geral de Fidel Castro

O doutor Luís Inácio Adams informou que os médicos cubanos que vêm para o Brasil não terão direito a asilo político caso queiram se desvincular da ilha comunista. Nas sua palavras: “Me parece que não têm direito a essa pretensão. Provavelmente seriam devolvidos”.

Num país que teve um presidente asilado (João Goulart) e centenas de cidadãos protegidos pelo instituto do asilo, Adams nega-o, preventivamente, a cubanos. Isso numa época em que o russo Vladimir Putin concedeu asilo a um cidadão acusado pelo governo americano de ter praticado crimes e a doutora Dilma tem um asilado na embaixada brasileira em La Paz. Noves fora a proteção dada a Cesare Battisti, acusado de terrorismo pelo governo italiano.

A tradição petista vai na direção desse absurdo. A Polícia Federal já deportou dois boxeadores cubanos durante a gestão do comissário Tarso Genro no Ministério da Justiça. (Ele foram recambiados e fugiram de novo.)

O próprio governo castrista já permitiu a saída de cidadãos para a Espanha. A vigorar a Doutrina Adams, o Brasil transforma-se numa dependência do aparelho de segurança cubano.

Visto isso, nada mais próprio que a minha sugestão para uma nova Bandeira do Brasil...

domingo, 25 de agosto de 2013

Jekyll ou Hyde, qual o Verissimo que você prefere?

O que faz uma crônica ligeira, suave e engraçada como só ele sabe fazer ou o que vomita impropérios e mentiras na ânsia de justificar seus pensamentos de esquerdopata empedernido?

Ambos os textos abaixo foram publicados no mesmo dia. O primeiro no Estadão e o segundo no Globo. Aliás, quanto ao segundo, recomendo a crítica de Rodrigo Constantino, A hipocrisia de Verissimo.

O cavalo no bar

Cena: um asilo de velhos. Quatro velhinhos sentados, num círculo. Os quatro dormindo, apoiados na sua bengala.

Velhinho 1 (Acordando) - O que é que o barman diz para um cavalo que entra no bar?

Velhinho 2 (Acordando) - O quê?

Velhinho 1 - Um cavalo entra num bar. O que é que diz o barman?

Velhinho 2 - Por que um cavalo entraria num bar?

Velhinho 1 - Não interessa. É uma piada. Entra o cavalo no bar...

Velhinho 3 (Acordando, para o Velhinho 4, que é surdo) - O que foi?

Velhinho 4 (Acordando) - Algo sobre cavaco lombar.

Velhinho 3 - Cavaco lombar? Acho que já tive isso.

Velhinho 1 - Um cavalo entra num bar. Não interessa por quê. O barman diz o quê?

Velhinho 2 - Quem?

Velhinho 1 - O barman.

Velhinho 4 - O Batman?

Velhinho 1 - O barman. O barman. O cara que serve no bar.

Velhinho 2 - Boa, boa. Também tem aquela do padre, do pastor protestante e do rabino que entram num elevador. O que é que diz o cabineiro?

Velhinho 3 (Para o Velhinho 3) - Quem?

Velhinho 4 - Acho que é mineiro.

Velhinho 2 - O cabineiro. O ascensorista.

Velhinho 1 - Isso não existe mais. Hoje, num elevador só tem botão. E eu ainda não terminei de contar a minha piada!

Velhinho 2 - Ah, não tinha terminado? Então conta, conta.

Velhinho 1 - Um cavalo entra num elevador. Não! Um cavalo entra num bar. O barman lhe diz uma coisa. O que é?

Velhinho 2 - O barman pergunta ao cavalo onde está o seu dono e o cavalo diz: “Deixei ele amarrado lá fora”.

Velhinho 1 - Não!

Velhinho 2 - O barman diz: “Esta é a primeira vez que entra um cavalo neste bar” e o cavalo diz: “E com estes preços, será a última”.

Velhinho 1 - Não!

Velhinho 2 - Você não quer saber o que o ascensorista diz para o padre, o pastor protestante e o rabino que entraram no seu elevador?

Velhinho 1 - Não!

Velhinho 2 - Diz: “Sabem que isso daria uma anedota?”.

Velhinho 1 - Está bem. Boa. Mas vamos lá: o que o barman pergunta para o cavalo que entra no bar?

Velhinho 2 - Não sei.

Velhinho 1 - “Por que essa cara comprida?”

Velhinho 2 - Como é?

Velhinho 1 - O cavalo. Cara comprida.

Silêncio. Depois:

Velhinho 3 - Onde é que entra o Batman?


Hipócritas

Vivemos sob o signo da hipocrisia. A volta da democracia no Egito, com a queda do Mubarak e a primeira eleição livre em muitos anos, foi saudada por todo o mundo como um desabrochar primaveril. Só uma coisa deu errado: ganhou a eleição quem não deveria. A Irmandade Muçulmana no poder só deu razão a quem diz que islã e democracia são incompatíveis, ou aos que dizem que a democracia é linda, mas não pode ser suicida. Veio o golpe dos militares, que nunca deixaram de ser a única força política consequente no Egito, e cujo objetivo declarado não é só substituir os muçulmanos no poder, mas acabar, literalmente, com eles. Os líderes muçulmanos estão presos e seus seguidores sendo assassinados nas ruas, à vista do mundo inteiro, que faz sons protocolares de reprovação, mas não quer se meter. Os Estados Unidos, que sustentavam a ditadura Mubarak e há anos sustentam, com dinheiro e material, o exército egípcio, enquanto pregam democracia para todos — sem exageros, claro —, não sabem até onde levar sua “realpolitik”, que é o nome pomposo da hipocrisia.. Mas se, num acesso de autocrítica, os americanos cortarem a ajuda para o massacre, não faltará ajuda das petromonarquias da região, como aquele outro exemplo de democracia relativa apoiada pelos Estados Unidos, a Arábia Saudita. Enfim, as primaveras, como a democracia, são lindas, mas também podem ser vésperas de verões infernais.

Essa meleca — e a meleca maior que é toda a situação no Oriente Médio, incluindo a questão Israel/palestinos — é fruto de muitos anos de hipocrisia, começando com a hipocrisia das potências imperialistas, que pilharam meio mundo disfarçadas de evangelizadoras e civilizadoras, e, no caso do Oriente Médio, chegaram a impor fronteiras e inventar países. A própria geografia da interminável crise em que vive a região é uma herança da passagem dos ingleses, que deixaram o lixo da sua farra para trás. Mas tanto os países artificiais quanto os históricos, como o Egito, tiveram culpa pela sua desgraça atual. Nos anos 60 e 70 ensaiou-se a criação de uma nova ordem econômica mundial, independente da ordem sacramentada pelo neoimperialismo anglo-americano. Os dólares do petróleo financiariam essa tentativa de emancipação dos pobres. Mas não aproveitaram a abertura. Os emires apoiavam a ideia da revolta em tese, mas continuaram aplicando seus lucros no sistema bancário dominante. E o neoimperialismo, enquanto exaltava a democracia liberal, se encarregava de impedir qualquer alternativa para o seu domínio. No Egito, agora, os hipócritas se impõem criminosamente. Quem diria que toda a história recente do mundo caberia numa letra de bolero?

Conselhos médicos: jogue no lixo!

Um cardiologista que eu prefiro não declinar o nome publicou uma série de conselhos no Facebook se achando o rei da cocada preta na prevenção dos infartos do coração e conseguiu me deixar profundamente irritado com a série de besteiras que mais parecem cópias de matéria da revista Capricho, principalmente porque virou moda agora entre nove entre dez doutores atribuir os males às pessoas e não à incapacidade dos próprios médicos em lidar com certas doenças. Se eu tive um infarto é porque não rezei o suficiente (sim, ele fala isso no final dos “conselhos”); se eu tenho câncer é porque fumo, como carne de vaca e verdura com agrotóxico; se eu tenho prisão de ventre é porque eu não bebo água suficiente, apesar de beber três litros por dia... E por aí afora, sem falar nas vezes que eu tenho febre alta e nenhum dotô sabe o que é: aí eles batizam de “virose” e me dão um puta antibiótico que acaba esculhambando o resto que ainda está são.

Leiam o esculápio e o que eu disse. Lógico que fiz disso uma gozação... Mas é piada mesmo sem a minha participação:

Quando publiquei estes conselhos em meu site, recebi uma enxurrada de e-mails, até mesmo do exterior, dizendo que isto lhes serviu de alerta.
“Lhes” quem, cara-pálida? Os e-mails? O cara já começa errado!

São eles:

Não cuide de seu trabalho antes de tudo. As necessidades pessoais e familiares são prioritárias.
Então tá. Arranje-me uma aposentadoria decente que eu faço isso.

Não trabalhe aos sábados o dia inteiro e, de maneira nenhuma, trabalhe aos domingos.
Serve para o senhor também? No caso de um paciente seu sofrer um infarto, o senhor vai dizer “não trabalho aos domingos de maneira nenhuma”?

Não permaneça no escritório à noite e não leve trabalho para casa e/ou trabalhe até tarde.
O senhor vai contratar um assistente para mim?

Ao invés de dizer "sim" a tudo que lhe solicitarem, aprenda a dizer "não".
Não!

Não procure fazer parte de todas as comissões, comitês, diretorias, conselhos e nem aceite todos os convites para conferências, seminários, encontros, reuniões, simpósios etc.
Sim, e se você depender disso para se atualizar na sua profissão, fique para trás.

Se dê ao luxo de um café da manhã ou de uma refeição tranquila. Não aproveite o horário das refeições para fechar negócios ou fazer reuniões importantes.
Até porque é feio falar de boca cheia e começar frases com pronomes oblíquos...

Não centralize todo o trabalho em você, não é preciso controlar e examinar tudo para ver se está dando certo... Aprenda a delegar.
E veja seu trabalho ir pras cucuias. Quem quer, faz, quem não quer, manda.

Se sentir que está perdendo o ritmo, o fôlego e pintar aquela dor de estômago, não tome logo remédios, estimulantes, energéticos e antiácidos. Procure um médico.
Isso, procure o SUS e marque uma consulta para daqui a seis meses.

Não tome calmantes e sedativos de todos os tipos para dormir. Apesar deles agirem rápido e serem baratos, o uso contínuo fazem mal à saúde.
Mesmo que seu médico lhe oriente para fazê-lo, não o faça: em vez disso, embriague-se ou enlouqueça de vez.

E por último, o mais importante: permita-se a ter momentos de oração, meditação, audição de uma boa música e reflexão sobre sua vida. Isto não é só para crédulos e tolos sensíveis; faz bem à vida e à saúde.
Gozado que o “por último” não bate com o primeiro. Combinar oração, meditação e reflexão com família é impossível!


Melhor mesmo é seguir o MEU conselho: faça tudo ao contrário do que disse o médico e aproveite a vida. O infarto é uma LOTERIA, uma questão de SORTE. Se há algo errado no caso, é a MEDICINA, que quando não sabe a cura diz que o culpado é VOCÊ!