Há 450 dias um ex-senador boliviano estava em território
brasileiro, a Embaixada do Brasil. Viajou para o Mato Grosso em território
brasileiro (um carro de embaixada é considerado território do país que a
embaixada representa). Aonde está o erro nisto, se ele, oficialmente, não saiu
do Brasil?
Se Eduardo Saboia fez o certo ou não, eu não sei. Não tenho
a mais vaga ideia de até onde vai a autonomia de um diplomata - no caso, Saboia
estava respondendo como embaixador na Bolívia, já que o antigo, Marcel Fortuna
Biato, foi afastado por Dilma, por ordem de Evo Morales. A verdade é que Saboia
devia estar de saco cheio e apreensivo por ter que segurar um pepino do tamanho
da presença incômoda de Roger Pinto, e este talvez tenha sido o principal motivo
de tê-lo trazido para cá, aproveitando que Patriota é um banana mesmo e que o
Itamaraty está uma bagunça, um lixo coalhado de petralhas por todos os cantos.
Se Saboia agiu contra as normas, paciência, que seja punido,
mas pelo menos ele teve o mérito de ser decidido e por fim a um autêntico sequestro
que já durava tanto tempo e que isso sirva de atenuante na hora de julgá-lo.
Agora, que dona Dilma resolva a parada com o uga-uga cocaleiro, o que já
deveria ter sido feito há mais de um ano.
Aliás, calculo o tamanho da tristeza de Patriota por ter
sido demitido e mandado para Nova Iorque, tão longe dessa figura tão afável de
Dilma...
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