domingo, 25 de agosto de 2013

Conselhos médicos: jogue no lixo!

Um cardiologista que eu prefiro não declinar o nome publicou uma série de conselhos no Facebook se achando o rei da cocada preta na prevenção dos infartos do coração e conseguiu me deixar profundamente irritado com a série de besteiras que mais parecem cópias de matéria da revista Capricho, principalmente porque virou moda agora entre nove entre dez doutores atribuir os males às pessoas e não à incapacidade dos próprios médicos em lidar com certas doenças. Se eu tive um infarto é porque não rezei o suficiente (sim, ele fala isso no final dos “conselhos”); se eu tenho câncer é porque fumo, como carne de vaca e verdura com agrotóxico; se eu tenho prisão de ventre é porque eu não bebo água suficiente, apesar de beber três litros por dia... E por aí afora, sem falar nas vezes que eu tenho febre alta e nenhum dotô sabe o que é: aí eles batizam de “virose” e me dão um puta antibiótico que acaba esculhambando o resto que ainda está são.

Leiam o esculápio e o que eu disse. Lógico que fiz disso uma gozação... Mas é piada mesmo sem a minha participação:

Quando publiquei estes conselhos em meu site, recebi uma enxurrada de e-mails, até mesmo do exterior, dizendo que isto lhes serviu de alerta.
“Lhes” quem, cara-pálida? Os e-mails? O cara já começa errado!

São eles:

Não cuide de seu trabalho antes de tudo. As necessidades pessoais e familiares são prioritárias.
Então tá. Arranje-me uma aposentadoria decente que eu faço isso.

Não trabalhe aos sábados o dia inteiro e, de maneira nenhuma, trabalhe aos domingos.
Serve para o senhor também? No caso de um paciente seu sofrer um infarto, o senhor vai dizer “não trabalho aos domingos de maneira nenhuma”?

Não permaneça no escritório à noite e não leve trabalho para casa e/ou trabalhe até tarde.
O senhor vai contratar um assistente para mim?

Ao invés de dizer "sim" a tudo que lhe solicitarem, aprenda a dizer "não".
Não!

Não procure fazer parte de todas as comissões, comitês, diretorias, conselhos e nem aceite todos os convites para conferências, seminários, encontros, reuniões, simpósios etc.
Sim, e se você depender disso para se atualizar na sua profissão, fique para trás.

Se dê ao luxo de um café da manhã ou de uma refeição tranquila. Não aproveite o horário das refeições para fechar negócios ou fazer reuniões importantes.
Até porque é feio falar de boca cheia e começar frases com pronomes oblíquos...

Não centralize todo o trabalho em você, não é preciso controlar e examinar tudo para ver se está dando certo... Aprenda a delegar.
E veja seu trabalho ir pras cucuias. Quem quer, faz, quem não quer, manda.

Se sentir que está perdendo o ritmo, o fôlego e pintar aquela dor de estômago, não tome logo remédios, estimulantes, energéticos e antiácidos. Procure um médico.
Isso, procure o SUS e marque uma consulta para daqui a seis meses.

Não tome calmantes e sedativos de todos os tipos para dormir. Apesar deles agirem rápido e serem baratos, o uso contínuo fazem mal à saúde.
Mesmo que seu médico lhe oriente para fazê-lo, não o faça: em vez disso, embriague-se ou enlouqueça de vez.

E por último, o mais importante: permita-se a ter momentos de oração, meditação, audição de uma boa música e reflexão sobre sua vida. Isto não é só para crédulos e tolos sensíveis; faz bem à vida e à saúde.
Gozado que o “por último” não bate com o primeiro. Combinar oração, meditação e reflexão com família é impossível!


Melhor mesmo é seguir o MEU conselho: faça tudo ao contrário do que disse o médico e aproveite a vida. O infarto é uma LOTERIA, uma questão de SORTE. Se há algo errado no caso, é a MEDICINA, que quando não sabe a cura diz que o culpado é VOCÊ!

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