Um deputado federal ligado ao ex-ministro José Dirceu - Edson
Santos (PT-RJ) - e um outro com o discurso afinado na negação da existência do
mensalão - Sibá Machado (PT-AC) - deram início a uma ofensiva contra os
ministros do Supremo Tribunal Federal exatamente no momento em que o tribunal
se prepara para julgar os recursos do processo. Os deputados, respectivamente
titular e suplente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara,
apresentaram requerimento de informações sobre gastos com passagens aéreas e
diárias por parte dos ministros.
Detalhe: isso já foi respondido pelo presidente do STF,
Joaquim Barbosa.
Os parlamentares também solicitaram ao Tribunal de Contas da
União que abra processo de auditoria para verificar supostas irregularidades
nos gastos. O processo foi aberto e as primeiras providências da fiscalização
estão em curso.
Edson Santos é do grupo de Dirceu no PT e chegou ao cargo de
ministro da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, entre 2008
e 2010, por influência de Dirceu. O parlamentar já subiu à tribuna do plenário
da Câmara para defender o ex-ministro, condenado a dez anos e dez meses de
prisão pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa no mensalão.
Sibá Machado costuma repetir o discurso de que o mensalão
nunca existiu. Ele faz uma relação mais direta entre o julgamento e a ofensiva
contra os ministros do STF dizendo:
“A ação penal 470 (do mensalão) está eivada de aberrações,
de abuso de autoridade. E isso se reflete em outras atividades, como os gastos
dos ministros com passagens aéreas. A ideia foi minha. Existe uma discussão
grande sobre transparência, com tolerância zero no Executivo e no Congresso. É
preciso equilibrar as forças. O chefe do Judiciário tem de ser o exemplo do
exemplo, tem de ter uma postura ilibada.”
Não há nada de mais
em pedir transparência ao STF. Aliás, quanto mais, melhor. Mas quando a coisa
vem de dois sujeitos com rabos presos a ladrões e falcatruas, cheira a
retaliação. Cheira não, fede!
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