“Quem o ministro Joaquim Barbosa pensa que é? Que poderes
acredita dispor só por estar sentado na cadeira de presidente do Supremo
Tribunal Federal? Imagina que o país lhe será grato para sempre pelo modo como
procedeu no caso do mensalão? Ora, se foi honesto e agiu orientado unicamente
por sua consciência, nada mais fez do que deveria . A maioria dos brasileiros o
admira por isso . Mas é só , ministro.
(...)
JOAQUIM É ASSIM se lhe parece. Sua promoção a ministro do
STF em nada serviu para suavizar-lhe a soberba. Pelo contrário. Joaquim foi
descoberto por um caça talentos de Lula, incumbido de caçar um jurista
talentoso e... negro. ‘Jurista é pessoa versada nas ciências jurídicas, com
grande conhecimento de assuntos de Direito’, segundo o Dicionário Priberam da
Língua Portuguesa.
FALTA A JOAQUIM ‘grande conhecimento de assuntos de Direito’,
atesta a opinião quase unânime de juristas de primeira linha que preferem não
se identificar. Mas ele é negro. Havia poucos negros que atendessem às
exigências requeridas para vestir a toga de maior prestígio. E entre eles,
disparado, Joaquim era o que tinha o melhor currículo. Não entrou no STF
enganado. E não se incomodou por ter entrado como entrou.(...)”
O “animus esperneandi” dos críticos que se pretendem baluartes
da etiqueta jurídica anda a mil. Agora é Ricardo Noblat que se manifesta
perguntando quem o ministro Joaquim Barbosa pensa que é e dizendo bobagens
acerca das exigências que capacitam um cidadão a ocupar um cargo de ministro do
STF.
Noblat se faz de engraçadinho, mas sabe perfeitamente que a
legislação prevê que a nomeação dos ministros do Supremo depende somente do
Presidente da República, que deve escolhê-los observando somente o critério de
idade (entre 35 e 65 anos) e os requisitos de notável saber jurídico e
reputação ilibada, nos termos do artigo 101 da Constituição da República de
1988, e que, após a nomeação, passa-se pelo processo de sabatina no Senado
Federal prevista no artigo 52, III, da Constituição. Detalhe: a lei exige notável
saber jurídico, mas não requer necessariamente um diploma de curso superior.
Portanto, como Noblat sabe muito bem, a escolha de um
ministro não passa pela definição de um dicionário e sim pela Constituição. Não
há nada que exija que o ministro seja um jurista e sim que ele tenha um “notável
saber jurídico”, que é bem diferente. Saber vem do latim “sapio” que significa,
além de, ter sabor, ter bom paladar, ter cheiro e sentir por meio do gosto, também
ter inteligência, ser sensato, conhecer e compreender, noções que embora não
impliquem em um diploma, são muito mais abrangentes do que “grande conhecimento
de assuntos de Direito”, que definem um jurista. De um ministro do Supremo
exige-se (em tese) bem mais que de um simples jurista.
Um outro detalhe é a afirmação de Noblat de que falta a
Barbosa um grande conhecimento jurídico, baseada, segundo ele, de “opinião
quase unânime de juristas de primeira linha que preferem não se identificar”.
Ora, para começo de conversa, todos sabem que Barbosa nunca foi muito benquisto
pelos colegas, até mesmo porque anda metendo a mão em vespeiros até então
intocáveis, que garantiam uma certa nababia aos juízes. Em vista disso, não é
de se estranhar que eles não morram de amores pelo ministro.
Mas o pior eu guardei para o final. Como é que um jornalista
que se preza pode informar uma opinião “quase unânime” se as pessoas que a
emitiram não querem se identificar? Quanta leviandade! Que jornalismo porco é
esse? Afinal, está se falando sobre o presidente do Supremo Tribunal Federal e
não fazendo fofoca sobre algum artista Global, onde origem e a seriedade das fontes
não têm a menor importância.
E é assim que os jornalistas que se julgam donos da verdade
mentem...
Lamentável a atitude do Noblat. Eu costumava visitar o blog dele diariamente, mas parei há 3 anos, agora visito uma vez por mês e não lembre de ter encontrado algo que valesse a pena.
ResponderExcluirBelo raciocínio parabens!
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