Hoje, tempo meio esquisito, véspera de Lua Cheia, ando
descobrindo besteiras demais dos outros. Até as minhas: o que é que o tempo e a
LuaCheia têm a ver com isso?
Bom, depois de Olavo e Belloto, chegou a vez do Veríssimo.
Já cansei de dizer que quando esse cara se mete a falar sério é uma tragédia.
Hoje foi na sua crônica no Estadão. O assunto que Veríssimo aborda é o humanismo.
Leiam o que ele escreveu:
“Melhor, ou mais simples, seria dizer que para um humanista
o ser humano é, ou deve ser, a medida de todas as coisas, e assim como o
sistema métrico que mede o mundo teve origem nas dimensões do corpo humano,
todos os sistemas éticos e morais do mundo devem obedecer à primazia do humano.”
Pombas, um sujeito que é reverenciado por onze entre dez
esquerdistas como um “intelequitual” de estirpe não pode se dar ao luxo de
escrever tanta asneira - a não ser em suas ótimas comédias -, nem que a sua
plateia fosse composta exclusivamente por petralhas, os monopolistas da
ignorância brasileira.
Qualquer aluno medíocre de ginásio da minha época (e,
presumo, da dele) sabia perfeitamente que o Sistema Métrico nunca teve nada a
ver com as dimensões do corpo humano e sim tem a Terra como referência (no
caso das medidas de comprimento).
Um metro - aí o aluno não podia ser tão medíocre - foi
definido em finais do Século XVIII como a décima milionésima parte da distância
do equador aos polos e, a partir dele, foram criadas todas as outras medidas,
como o grama, que foi definido como sendo igual à massa de um volume de água
igual a um cubo com aresta da centésima parte do metro.
Ora, se Veríssimo parte de uma definição furadíssima para
provar sua tese, o resto não se sustenta.
Invertendo o bordão que costumo usar, disseminado pelo saudoso e grande filósofo contemporâneo, Bussunda: Não fala sério,
Veríssimo!
Talvez o Veríssimo imagine que o metro surgiu de um polegar que tinha um metro de comprimento, ou talvez de outra parte da anatomia do homem.
ResponderExcluir