No dia 17 de maio de 1994, Itamar Franco autorizou a
devolução do terreno da UNE (União Nacional dos Estudantes), no Rio de Janeiro,
destruído, incendiado e tomado pelo governo militar em 1º de abril de 1964. Na
cerimônia da devolução, onde Itamar tomou até chope no Labas, antigo bar da
boemia carioca, o presidente da UNE, Fernando Gusmão (que já foi deputado
estadual pelo PCdoB, mas não foi reeleito em 2010), disse que precisava de
grana para reconstruir a sede da entidade, um projeto do indefectível Niemeyer, orçado então
em US$ 10 milhões.
De lá para cá o lugar passou 15 anos servindo de
estacionamento rotativo, foi visitado pelo MST, teve acampamento de “estudantes”,
até que em 2010, Lula deu à entidade um chequinho de R$ 30 milhões e lançou a
pedra fundamental - a UNE recebeu dos governos Lula e Dilma R$ 57,8 milhões.
Controlada pelo PCdoB, que aboliu eleição direta para sua
diretoria, a UNE agradeceu com silêncio as generosas doações do governo Lula. Após
as doações milionárias, a UNE passou a ignorar denúncias contra o governo,
desde o mensalão até questões específicas sobre Educação.
Exatos 50 anos depois do incêndio, placas de alumínio
escondem o mato e os milhões do Tesouro Nacional. Até hoje, a sede não foi
construída. Culpa da burguesia? Das elites? Do neoliberalismo? Da ditadura? Ou será que gastaram tudo com farras e bebida mesmo, como era hábito de Lindberg Farias quando presidia a espelunca?
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