sexta-feira, 6 de maio de 2016

“Tio Rei”, o enganador de trouxas, defende “bispo” na Ciência

Agora vocês vejam só. Reinaldo Azevedo - sempre ele, a mala sem alça - advertiu em um artigo: “Querem criticar a eventual indicação de Pereira porque ele não tem experiência na área? Vá lá. Ser contra o seu nome porque é evangélico é preconceito antirreligioso da pior qualidade”.

E mais: “Ademais, a título de ironia, cumpre não descartar, assim, sem mais nem aquela, o espírito inquieto de religiosos, não é mesmo? Ou teríamos de jogar no lixo as contribuições de certo monge chamado Gregor Johann Mendel e tudo o que nos ensinou sobre genética e hereditariedade”.

Então tá, vamos começar por Mendel, o monge agostiniano das ervilhas.

Usando os mesmos artifícios de todo enganador de trouxas ao citar Mendel, Reinaldo omite convenientemente os fatos que inviabilizam sua argumentação. Para começo de conversa, no Século XIX - Mendel nasceu em 1822 - boa parte de toda a pesquisa científica ainda era feita pelo clero, e isso é fácil de explicar: eles ainda tinham muita grana.

Em segundo lugar, Mendel era de uma família de camponeses que, embora humildes, encorajaram-no a seguir estudos superiores por, desde criança, ter demonstrado uma inteligência acima da média e ter sido um estudante brilhante nos primeiros anos escolares. Como a família não tinha dinheiro para suportar o custo dos estudos superiores, a solução foi convencer Mendel a ingressar no mosteiro da Ordem de Santo Agostinho em Brno, aos 21 anos, como forma de não interromper seu aprendizado. E assim Gregor Johann Mendel tornou-se monge, para o bem da Ciência.

Ou seja, se Mendel não se tornou monge por acaso, também não o foi por inclinação religiosa. Também caberia aqui comentar sobre hábito que durou até o século passado, quando os pais sempre costumavam “reservar” um filho para o clero, mesmo contra a vontade do dito cujo. Daí, provavelmente, saiu tanta barbaridade da igreja.

Agora, dizer que ser contra um “bispo” da Universal é “preconceito antirreligioso da pior qualidade” é querer ser mais real que o rei (aliás as reinaldetes chamam seu mestre de “Tio Rei”, é mole?). Primeiro que a Universal não é uma religião, mas sim uma seita dissidente do protestantismo abominada pelos verdadeiros protestantes. Depois, ser contra um advogado sectário em um Ministério da Ciência não é um preconceito e sim um conceito estabelecido que atende à lógica.

De mais a mais, não há vida inteligente entre os seguidores da espelunca do Macedo.

P.S.: Marcos Pereira é advogado, presidente do PRB e foi vice-presidente da Rede Record.

Um comentário:

  1. O Reinaldo aceitaria a crítica se fosse por o Pereira "não ter experiência na área", mas eu digo que o problema não falta de experiência na área, mas sim, a área onde ele tem excesso de experiência.

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