terça-feira, 30 de junho de 2015

A Justiça pode não falhar, mas tarda

A polícia de São Paulo fez 27 fotos nuas e seminuas das três presas acusadas de matar, esquartejar e espalhar as partes do corpo de um motorista de ônibus em Higienópolis e na Sé após a prisão, há um ano, e durante os interrogatórios.

Para a Justiça as fotos poderiam ofender a dignidade das rés. Entidades de direitos humanos entendem que houve abuso de poder. Como o processo não está sob segredo, qualquer pessoa pode acessá-lo.

Acontece que Marlene, uma das acusadas, confessou o crime. Disse que matou Alvaro, seu cliente e amante em março de 2014, porque ele a agredia e ameaçava matá-la. Ela alegou que se defendeu das agressões, torturas sexuais e tentativas de assassinato que vinha sofrendo durante quatro anos de programas e relacionamento com o motorista. Marcia e Francisca, as outras duas rés, ajudaram no esquartejamento e desova do presunto fatiado.

Eu pergunto: que dignidade podem ter três criaturas que cometem esse tipo de barbaridade para ser ofendida?

É óbvio que o acesso das nove fotografias a qualquer pessoa - além dos envolvidos diretamente no caso (juízes, promotores, policiais e advogados das partes) - em função do processo não estar sob segredo de Justiça não é o procedimento adequado, mas que tal a Justiça não se ater a firulas que em nada contribuem para a finalização do caso - crime confesso - que se arrasta há mais de um ano, já que nem como atenuante servem?

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