segunda-feira, 23 de junho de 2014

“Tem mais argentino do que gente aqui.”

“Tem mais argentino do que gente aqui.”
Caixa de um supermercado na Zona Sul do Rio.

Aproveitando o ensejo, a zorra que fizeram aqui (Ipanema), nesta madrugada, foi colossal. Embora eu more nos fundos, onde não ouço barulho nenhum, os gringos berraram tanto na rua até as quatro da manhã que não deu para dormir. Pela quantidade de argentinos - e pela “qualidade” desse povo - sou capaz de apostar que foram eles.

Como não poderia deixar de ser, eu - e minha vocação para paladino da moral e dos bons costumes -, no sábado arranjei uma confusão com dois franceses - povo que também não fica atrás dos argentinos em termos de educação - que simplesmente chegaram do nada, acotovelaram-se onde não tinha espaço e abriram um jornal no balcão do bar onde eu estava tomando um cafezinho, quase cobrindo a minha xícara. Então, “delicadamente”, eu peguei o jornal e fechei, gesticulando para indicar que eles estavam me incomodando, já que eu ainda não aprendi a ficar com raiva em francês. Os dois mercibocus obviamente não gostaram e, de cara feia, fizeram menção de abrir de novo o jornal, para cima de muá. Eu, de novo, pus a mão em cima e disse: “Aqui, não!” e frisei em francês, “Ici, non!”, para ser bem entendido. E não é que os dois debochados começaram a rir de mim, até que um, além de rir apontou o dedo na minha cara?

Aí, não prestou: levou um tapa na mão que chegou a estalar, ao mesmo tempo que eu dizia palavras impublicáveis aqui, mas perfeitas para ocasiões como aquela e para xingar a Dilma. Eu tinha perdido a tramontana e os dois franceses que tinham perdido o riso, já pareciam dispostos a partir para as vias de fato.

Sorte a minha que o meu destempero já tinha chamado atenção e começou a juntar gente, além do dono do bar, que vira tudo, ter ficado do meu lado e passado a esculhambar os alonsanfãs também. Felizmente, os dois mal educados, ao se verem inferiorizados, pegaram o jornal de qualquer maneira e bateram em retirada, para meu alívio, já que eu não aguento nem um gato pelo rabo, quanto mais dois gambás fedorentos.

O mais interessante dessas histórias é que os gringos, de uma maneira geral, estão se comportando aqui como verdadeiros aborígenes, quaisquer que sejam suas procedências, mas nós, brasileiros, é que somos considerados os selvagens quando os visitamos em seus países.

Com perdão da má palavra: gringalhada, vai todo mundo tomar aonde a Dilma merece!

17 comentários:

  1. Eu conversei com três ingleses, que falavam muito bem o português. Foram extremamente simpáticos e educados. Pelo que percebi estavam se sentindo muito a vontade em Salvador, as expressão nos rostos era só de alegria. Acompanhei os três até um fotógrafo onde pretendiam tirar uma foto para passaporte. Não entrei em detalhes, mas parece que um deles teve que fazer novo passaporte. Mesmo assim estavam de bom humor e se mostram muito educados o tempo todo.
    Não devemos esquecer que os turistas deste momento estão ligados público do futebol, provavelmente jamais visitariam os lugares onde estão se não houvesse a copa, portanto é melhor não tomar os turistas da copa como referência.
    Mas nos caso dos argentinos, os catarinenses conhecem muito bem... são difíceis mesmo.

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  2. Até concordo com você sobre os ingleses. São simpáticos e educados. Mas só até a terceira dose, depois argentinizam-se.

    Outra coisa: eu não estou tomando só os turistas da copa como referência. Ipanema é uma Babel durante 365 dias do ano. Há gente de todas as partes do mundo. Os "hostels" daqui - há vários - ficam cheios durante todo tempo.

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    1. Aparentemente existe uma "síndrome de turista", as pessoas mudam de comportamento quando estão fazendo turismo. Eu já tive a oportunidade de ver isso acontecer. Mas não dá para dizer que é uma regra geral, a questão é que aqueles que enchem o saco sempre aparecem, enquanto que os outros passam desapercebidos. Isso acontece quando você faz um viagem com os colegas de faculdade (por exemplo), tem aqueles (10%) que se transformam e acabam aparecendo pela turma toda.

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  3. Os que irao ver as Olimpiadas são diferentes, torcedor de futebol não tem muita educacao não, claro, há os educados, mas a maioria é assim truculenta, bebem muito e fazem muita confusão, muita festa.

    Aqui não temos argentinos,mas temos franceses, são especiais, por isso é que pouco vamos a Franca, embora seja aqui pertinho, o meu marido não gosta nada, nada dos franceses, embora não conheça os milhoes de franceses que há na Franca, aliás talvez seja esse o único defeito da Franca, os franceses.
    Nada como os escoceses e irlandeses, são muito simpáticos, os dinamarqueses também.

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  4. Eu fui para a Europa na copa de 90; quando"pobre ainda não andava de avião". 90% dos passageiros eram brasileiros que iam especificamente assistir à copa. Não foi lá uma viagem muito agradável. E os poucos grupos que porventura encontrávamos nas ruas nos obrigavam a mudar de calçada; em restaurantes ou museus então, indescritível. Ou sou azarado.

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  5. Esqueceu de citar os aeroportos.
    Os gritinhos, as gargalhadas fora de hora e outras coisas mais, já passei vergonha velada, vendo brasileiros discutindo preços em lojas de aeroporto querendo pechinchar, aqui pagamos o que esta escrito na etiqueta não vamos no balcão pedir desconto.
    Akém de que sempre há as meninas de bonzinho do Martini e as botas de plástico imitando couro de cobra.
    Ui credo!!!!!!

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    1. Tambem iam aos museus? Não estava nada mal, pelo menos um pouco de cultura nunca é errado. Boa noticia.

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  6. Só vimos 2 casais no Sforzesco de Milão; e chega.

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  7. Então tá, fazer o quê?... Argentinos, franceses, chilenos, americanos, espanhóis, alemães, italianos, enfim, essa ONU de gente que eu vejo aqui fazendo barbaridades é apenas um sonho. São todos educadíssimos. Nós, brasileiros, é que temos a exclusividade da selvageria.

    Gozado que nas duas vezes que eu estive na Europa, que perfizeram quase seis meses (dos mais "acessíveis" só não conheço Suiça e Belgica), à exceção dos ingleses, não vi nenhum povo que primasse pela cordialidade, nem os portugueses. Enfim, como foram outros tempos, na década de 70, pode ser que os alemães tenham ficado menos ríspidos, os franceses menos mal educados, os portugueses menos preconceituosos, os italianos menos esculhambados e porcos, os austríacos menos fechados e os espanhóis menos sujos...

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    1. Voce queria ser recebido com pompa e orquestra por brasileiro?
      Meu pai é italiano e não é nem esculhambado e menos ainda porco.
      Embora não concorde o blog é seu e a opinião também. Respeito.
      Fique bem.

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    2. Theresa, você não pode levar tudo ao pé da letra, até porque você mesma xinga os brasileiros à vera e... é brasileira! Por acaso, quando você fala mal dos seus conterrâneos, você está incluída? Claro que não, né? Então, quando eu falo de italianos esculhambados e porcos, eu não estou falando do seu pai, até porque não o conheço.

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    3. De mais a mais, Theresa, eu não disse que fui mal recebido nesses países. Apenas fiz algumas observações sobre seus comportamentos, até porque, salvo raríssimas exceções, um anônimo que não tem nada escrito na testa ser bem ou mal recebido em um lugar, depende exclusivamente do próprio.

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    4. (argento - como complemento) ... e das impressões que passa. (argento)

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  8. Todo latino é mal visto em geral na Europa pela cultura que nos mata a não ser pelas Elites Latinas muito bem conhecidas ,meu pai me falava que era mais fasil conhecer a rainha da Inglaterra do que entrar em um circulo de sociedade LATINA,tambem discordo que o publico de uma copa é diferente de uma olimpiada e devo PENSAR que ambas custam $$$$ muitos e se custam penso que devem ter um MINIMO DE EDUCAÇÃO.
    Minha pergunta? Será que na IPANEMA (DA RUSSIA),eles fariam o mesmo? Eu acredito que não! mesmo sendo um país corrupto.Apenas bastaria alguns conselhos sobre educação e apenas um aviso.
    O Brasil perdeu para mostrar na copa o país que somos como uma EMBRAPA,UMA EMBRAER,UMA PECUARIA de primeiro mundo.Somos com tudo um país feliz mas queremos respeito e não vai ser um escape de NINGUEM achando que tudo por aqui é UMA PUTARIA.
    Ricardo asigno embaixo as tuas palabras.
    Pedro Gorrochotegui.

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  9. Eu estava na Lapa, o berço da boemia carioca, quando meu amigo viu um alemão caído no chão, totalmente embriagado.
    Ele de boa vontade pegou o alemão (pesadinho ele), o pôs em uma cadeira e pediu que eu falasse com ele, pois do meu pessoal era a única que "arranhava no inglês".
    Enquanto eu pedia que ele se levantasse, que abrisse os olhos, o meu amigo pegou gelo e foi passando no rosto dele para tentar acorda-lo... vimos que (pensamos no momento graças a Deus) ele estava com celular e carteira intactos...
    Meu amigo pegou o celular e pediu que eu tentasse falar com alguém (MAS NÃO ENTENDO ALEMÃO)
    enfim... tentamos ajuda-lo e assim que ele acordou deu uma cotovelada no ombro do meu amigo, achei que fosse do susto, e o seguramos, entreguei o celular na mão dele e ele o atirou longe e pra findar, logo depois de jogar o celular ele me deu um soco no peito com as duas mãos ao mesmo tempo.... segurei o ar por poucos segundos e junto com o ar segurei a vontade de ver a cara daquele gringo filho da puta cheia de sangue....
    meus amigos falaram pra sairmos e deixarmos ele se F%#%$%¨sozinho...
    quando nos viramos ele arrumou confusão com outro rapaz que se encontrava sentado um pouco distante dele...
    o menino magoou o alemão....
    depois de sair meio tonto ele foi pra cima de uma criança que estava próxima (parecia ser filho de algum ambulante, provável da barraquinha de cachorro quente que pegamos o gelo)
    No ato meu amigo reagiu e eu junto!!! Porém nossos amigos não permitiram... alegaram que ele estava bêbado e perderíamos a razão....
    Sei que no fim de tudo, se tivéssemos realmente batido nele, poderíamos estar presos!
    Eles vem pra cá, arrumam tumulto, xingam-nos, falam que nós mulheres somos putas, que nossos homens são preguiçosos, dizem que não somos compromissados, só falam mal, nos tratam da forma mais xenófoba sendo que os recebemos em nossa casa!!!!
    Fala sério!
    Assino embaixo também!!!!!

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  10. Tem toda a razão.
    A Copa do mundo (mundo=Brasil) deveria ser feita sómente para brasileiros e as selecoes deveriam ser todas brasileiras.
    Proibir a entrada de estrangeiros, pois no Brasil não há criminalidade, não há sujeira, não ha corrupção, não há bêbados, as comemoracoes são sempre muito civilizadas é realmente um grande perigo destruir uma sociedade tao desenvolvida e pacifica como a visita de gente desnivelada, porca, suja, mal educada etc,etc, como diz o Ricardo, ele sabe, esteve aqui duas vezes.
    Nem vou discutir com voce sobre o problema que é o álcool, seria jogar palavras foras.
    Uma observação:
    Não proibir a entrada de venezuelanos como o sr aí acima, pois ele sabe como lamber cajus e acariciar o ufanismo brasileiro.
    Os 7 x 1 doeu e muito.
    Infelizmente hoje não haverá goleada, a Holanda não esta nada incentivada, pois ninguém aqui ve necessidade de uma disputa pelo terceiro lugar.
    Poderao comemorar hoje e sempre que quiserem.
    Desejo que voce nunca mais tenha que presenciar algo tao violento, é mesmo um grande trauma para alguém que vive onde voce vive, eu entendo e muito bem.
    Amanha não sai nas ruas, não saia até os brutos e violentos deixarem o Brasil.

    Assino embaixo e dos lados.



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