domingo, 29 de junho de 2014

Um pouco de etimologia no futebol

Deonisio da Silva

Antes de Cristo jogavam futebol chutando a cabeça dos inimigos, depois de decapitados. Aliás, muitas cabeças. Foi uma evolução tremenda chutarem apenas uma cabeça. Depois substituíram a cabeça por uma bola de couro.

Nosso futebol, porém, é diferente. Nosso técnico é Felipe Scolari. Felipe veio do Grego “Phíllipos”, com os dois étimos: gosta, “phil”, de “(h)ippos”, cavalos, que entretanto não devem se comportar como animais e, sim, como pessoas. Para isso, ele os ensina. Pois seu sobrenome não é “Scolari”, palavra do Italiano, plural de “scolaro”, aluno. Mas ele é professor. “Scolari”, escolares, alunos, são os jogadores. Entre eles não há nenhum cabeça de bagre. A cabeça do bagre é muito chata e, por preconceito, o mau jogador foi chamado de cabeça de bagre, de quem não entende nada.

Quem bate bem as faltas, em geral marcadas sobre algum jogador que driblou o adversário que foi derrubado, é um craque. “Drible” em Inglês é enganar. E craque veio do turfe “crack-horse”, o melhor cavalo, aquele que é elogiado por vencer. “Crack” é quebrar, mas o cavalo vencedor só quebra quem não apostou nele.

Neymar ginga na frente dos adversários: Gingar veio do Alemão “ginge”, balançar. Gol bonito é quando a bola entra onde a coruja dorme: no ângulo. Mas há também o lado amoroso e sensual. Quem faz gol, balança o véu da noiva. Compreendeu? No futebol, dizemos muitas coisas sem dizê-las explicitamente. Driblamos na fala também.


Portanto, como se não bastassem seus últimos resultados como técnico de futebol, fica provado, também etimologicamente, que a verdadeira vocação de Felipe Scolari é a de treinador de cavalos e não de gente.

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