Deonisio da Silva
Antes de Cristo jogavam futebol chutando a cabeça dos
inimigos, depois de decapitados. Aliás, muitas cabeças. Foi uma evolução
tremenda chutarem apenas uma cabeça. Depois substituíram a cabeça por uma bola
de couro.
Nosso futebol, porém, é diferente. Nosso técnico é Felipe
Scolari. Felipe veio do Grego “Phíllipos”, com os dois étimos: gosta, “phil”,
de “(h)ippos”, cavalos, que entretanto não devem se comportar como animais e,
sim, como pessoas. Para isso, ele os ensina. Pois seu sobrenome não é
“Scolari”, palavra do Italiano, plural de “scolaro”, aluno. Mas ele é
professor. “Scolari”, escolares, alunos, são os jogadores. Entre eles não há
nenhum cabeça de bagre. A cabeça do bagre é muito chata e, por preconceito, o
mau jogador foi chamado de cabeça de bagre, de quem não entende nada.
Quem bate bem as faltas, em geral marcadas sobre algum
jogador que driblou o adversário que foi derrubado, é um craque. “Drible” em
Inglês é enganar. E craque veio do turfe “crack-horse”, o melhor cavalo, aquele
que é elogiado por vencer. “Crack” é quebrar, mas o cavalo vencedor só quebra
quem não apostou nele.
Neymar ginga na frente dos adversários: Gingar veio do
Alemão “ginge”, balançar. Gol bonito é quando a bola entra onde a coruja dorme:
no ângulo. Mas há também o lado amoroso e sensual. Quem faz gol, balança o véu
da noiva. Compreendeu? No futebol, dizemos muitas coisas sem dizê-las
explicitamente. Driblamos na fala também.
Portanto, como se não bastassem seus últimos resultados como
técnico de futebol, fica provado, também etimologicamente, que a verdadeira vocação de
Felipe Scolari é a de treinador de cavalos e não de gente.
Não seria Pré Scolari?
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