segunda-feira, 23 de junho de 2014

Camarões não vale, a não ser para desmoralizar de vez a seleção do Felipão

A não ser que o Brasil perca o jogo de hoje para Camarões, ele não vale de nada como parâmetro. A rigor, deveria ser um treino de luxo, mas do jeito que a coisa anda, periga ser um fiasco.

Não sei de onde tiraram que Felipão é técnico de futebol. Realmente seus agentes devem fazer um trabalho fantástico, porque para depois de ter conseguido levar o Palmeiras à segundona, só mesmo uma máquina eficiente por trás para fazê-lo técnico do país que é o maior ganhador de Copas do Mundo. Acho até que já disse isso.

O que não dá para entender é que, se em termos de saúde não ficamos a dever a ninguém desde 1970 e, em termos de técnica, ainda somos os melhores do mundo, como é que erramos tanto em fundamentos, que são apenas uma questão de treino? Embora sejam sete os fundamentos do futebol - passe, chute, cabeceio, controle, condução, drible e domínio (sem contar com o goleiro) -, eles não são nenhum bicho de sete cabeças, principalmente em se tratando de jogadores de seleção, o que pressupõe que todos já venham com isso mais do que treinado em seus clubes e dependam apenas de uma adaptação à tática adotada pelo treinador. E aí é que está o problema: qual é a tática do Felipão?

Um doce para quem me disser e explicar.

Deixar dois “vacas brabas” como Daniel Alves e Marcelo subirem até mais não poder, deixando Thiago e David beirando a loucura para proteger as avenidas atrás dos laterais; encostar Oscar nas laterais do campo, aonde, pela limitação de espaço ele é facilmente marcado e desarmado sem produzir nada; Hulk idem; fixar Fred lá na frente, mais solitário que Robinson Crusoe antes do Sexta-Feira; escalar dois cabeças de bagre como Luiz Gustavo e Paulinho como volantes, esperando que, sozinhos pelo meio, eles possam, além de desarmar, organizar algo que preste em termos de ataque e, largar Neymar solto, sem saber para onde ir, com a incumbência de resolver tudo sozinho, sem que ninguém apareça por perto para “conversar” e depois dizer que isso é tática? Ah, pelamordedeus!

Resumindo, se ganhar hoje, convencendo, não faz mais que a obrigação, mas se perder ou empatar, mesmo que se classifique, podem pedir os bonés, porque não vai dar para encarar nem o Chile, que dirá a Holanda. E digo mais: se ganhar, eu garanto que vai ser pelos nossos valores individuais que, embora escassos, são bem maiores que os de Camarões. Quem achar que Felipão pode mudar alguma coisa, ou é doido ou comeu cocô.

2 comentários:

  1. Tenho um amigo português que tem a mesma opinião sobre o Scolari.
    Como voce sabe ele andou treinando a selecao de Portugal em 2004 "Eurocopa" e conseguiu com que Portugal perdesse a taça para a Grecia, sem necessidade segundo o meu amigo luso.
    Além do mais o Scolari jogou viagra no bairrismo entre a cidade do Porto e Lisboa e chegou a sair faísca, ele é meio truculento e não pensa no que diz, foi convidado a ir ao Porto e disse que não iria porque era longe e não havia necessidade, pois ele estava em Lisboa que era a capital.
    Os portuenses ficaram tiriricas da vida com ele, depois recusou a escalar um goleiro do Porto que dizem era o melhor na época.
    Interessante ler a tua opinião, bate em tudo com a do meu amigo português.

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  2. Futebol é imprevisível, na próxima partida tudo pode acontecer. Na copa o campeão é quem vence a final, mesmo que seja empatando todas e decidindo nos pênaltis. Mas existem grandes campeões e campeões mixurucas, nos dois últimos títulos o Brasil foi campeão mixuruca. Também existem os melhores que perderam, como Hungria 1954, Holanda 1974 e Brasil 1982. Até agora a Holanda foi a única seleção que mostrou ter tudo o que um campeão precisa... personalidade, disposição, organização e sobretudo, conhece a si mesma, joga buscando o melhor daquilo que sabe fazer, não tenta fazer o que não sabe, nem deixa de fazer o que sabe. Já o nosso Brasil... é como o Ricardo falou... o Fred está tentando descobrir por que foi escalado se ninguém lhe passa a bola, o Hulk está se esforçando o máximo para descobrir em qual lugar do campo ele deve jogar, o Neymar esperando que os outros se encontrem dentro de campo para não ter que fazer tudo sozinho, e o Felipão... esse... esse não dá nem para comentar.

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