Quem quiser ver o Projeto de Lei na íntegra com suas 985 expressões clique aqui.
Correio Braziliense
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Um curioso projeto de lei, do deputado estadual do Amazonas
Wanderley Dallas (PMDB), da bancada evangélica, deixou vários parlamentares “aperreados”
e chamou a atenção na internet nesta quinta-feira (23/4). A proposta defende
que inusitadas expressões da linguagem regional, como “piroca”, “cabaço”, “baitola”,
“pinguelo” e “xibiu”, sejam transformadas em Patrimônio Cultural de natureza
imaterial. O PL deve ser reapresentado na Câmara estadual na semana que vem,
sem as 30 palavras consideradas “chulas”, depois da repercussão na rede.
Dallas ressaltou que o projeto “valoriza o regionalismo e
preserva as raízes, reconhece como patrimônio cultural de natureza imaterial
para o estado”
Em um Comunicado de Liderança, publicado nessa quarta-feira
(22/4), Dallas explicou o teor do projeto n° 341/2012, alegando que a proposta
teve como inspiração o livro “Amazonês – termos usados no Amazonas”, de autoria
do doutor em linguística pela Universidade de Campinas (Unicamp), Sérgio
Freire. “Sabemos que a linguística amazonense traz uma mistura do soldado da
borracha, do índio, dos imigrantes e temos aqui vários termos usados e esse
projeto foi fruto de um estudo de acadêmicos da Ufam [Universidade Federal do
Amazonas] e do professor Sérgio Freire que vem enriquecer a cultura amazonense”,
escreveu.
Em um pronunciamento, nesta quinta-feira (23/4), na tribuna
da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), no qual usou o tempo para
criticar a falta de segurança pública no Amazonas, Dallas voltou a comentar o
assunto, ressaltando que “o projeto valoriza o regionalismo e preserva as
raízes, reconhece como patrimônio cultural de natureza imaterial para o estado
do Amazonas a linguagem regional caracterizada por palavras que só se ouvem em
nossa região”.
Segundo a assessoria do deputado, o texto está na pauta da
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) desde que foi apresentado, em 2012.
Depois das críticas, assim que o texto do projeto viralizou na internet, ele
pretende fazer uma emenda, com a autorização do professor Sérgio Freira, para
retirar cerca de 30 palavras e expressões hoje presentes na obra literal. A
previsão é de que o texto seja reapresentado aos parlamentares na semana que
vem.
Em quatro legislaturas, o parlamentar já apresentou
aproximadamente 300 projetos. Do total, segundo a assessoria do deputado, 86 já
são leis no estado. Atualmente, ele tem 25 textos em tramitação.
Além dos palavrões, o projeto de lei também traz termos
cômicos, bastante utilizados, como “tirar o couro” (quando se cobra muito caro
por um produto); “amarelo empombado” (indivíduo fraco); bagaceira (noitada);
bodozal (bairro pobre, periferia); couro de pica (quando a situação não se
resolve); dança de rato e sapateado de catita (enrolar, postergar algo); entre
outras.
Confira algumas expressões presentes no projeto de lei
ABIROBADO: abestalhado, imbecil, idiota
ACESUME: enxerimento, atiramento
AMARELO EMPOMBADO: indivíduo fraco, de aparência frágil
APERREADO: apressado, muito nervoso, sem saber o que fazer
diante de uma situação difícil
BAGACEIRA: noitada
BAIACU: pessoa gorda
BAITOLA: homossexual
BAIXA-DA-ÉGUA: lugar para onde se mandam pessoas que estão
nos chateando. Lugar distante
BRONHA: masturbação masculina
BUFA: pum sem ruído
CABAÇO: o hímen
CABAÇUDA: mulher virgem
EMPACHADO: cheio, estufado
FILHO DE UMA ÉGUA: xingamento dirigido a alguém que nos
irritou
FOFOBIRA: coceira na vagina
FURUNFAR: praticar o ato sexual
KETCHBACK: um lance amoroso, rolo
PIROCA: pênis
PIROCAR: perder ou cortar o cabelo
SALIENTE: pessoa enxerida, intrometida
TOBA: o ânus
XIBIU:
vagina
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