Não tendo mais o que fazer porque a nega tá lá dentro, vulgo
alea jacta est, a petralhada resolveu fazer, domingo passado, numa tentativa
ridícula de se contrapor às manifestações das ruas, a “Jornada pela Democracia”,
através da página do governo no Facebook, o tal “Humaniza Rede”, criado para
que todo dedo-duro do partido tenha respaldo da Justiça quando se sentir
ofendidinho por quem ousar falar a verdade e chamá-los de ladrões ou coisa
parecida (diz lá que o site acolhe denúncias de violações dos direitos humanos
e as encaminha “aos órgãos competentes”).
Presentes o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), a ministra de Direitos
Humanos Ideli Salvatti (a responsável pelo #HumanizaRedes), o ex-governador
Tarso Genro (PT-RS), o ex-ministro Orlando Silva (PCdoB), o ex-presidente
nacional do PSB Roberto Amaral, o ex-senador Eduardo Suplicy (PT-SP), o
ex-presidente da OAB no Rio de Janeiro Wadih Damous (PT-RJ) e membros de
movimentos sociais, aqueles comprados com pão com “mortandela”, resolveram, é
claro, atacar a Operação Lava-Jato e o juiz Sérgio Moro, atribuir as
manifestações à “direita golpista” e fazer apologia à estratégia de guerrilha
virtual dos blogueiros “progressistas”, a parte mais suja do lixo da rede.
Agora vocês imaginem aturar essa espúrcia, repleta de
idiotas durante mais de 10 horas, transmitida ao vivo pela internet através da TVT,
da CUT, transmissora oficial do evento. No convite, a tratantice foi descrita
como “um evento pluripartidário organizado para debater a democracia,
conjuntura e pensar o futuro”, destacando que quem participaria “prefere
conversar a bater panela”.
“Pensar no futuro”? Faz-me gargalhar. Gente que, só com
muito esforço fica de pé sobre as patas traseiras, e com um passado pra lá de
condenável só pode pensar em futuro se pleitear uma reforma carcerária, para
que tenham uma velhice mais confortável.
Nesse convescote, que pode muito bem ser considerado como
uma unção dos enfermos para poder suportar com fortaleza e em estado de graça
um momento do trânsito à Casa do Pai através da morte, o destaque foi Wadih
Damous, que, sob frenéticos aplausos, mandou:
“É muito preocupante faixas saudando o juiz Sérgio Moro. Nós
não podemos deixar o combate à corrupção ser uma bandeira da direita, até
porque é mentira. Aliás, estava lá uma grande maioria de sonegadores.”
E continuou:
“Está se formando uma República de Curitiba. Esse juiz está
agindo em todo o território nacional, se tiver jurisdição para isso. Esses
procuradores, a grande maioria não tem nem 30 anos de idade. Agora posam de
intocáveis nas primeiras páginas de jornais. E resolveram governar o país. Esse
esquema de elementos golpistas, ele é integrado pela mídia, pelo Congresso, mas
é integrado também por elementos do Poder Judiciário, comandado pelo ministro
Gilmar Mendes.”
E pensar que isso foi presidente da OAB...
Aliás, pedido de Lula, o PT do Rio anda pressionando o
prefeito Eduardo Paes a nomear um deputado qualquer do partido em seu
secretariado para abrir caminho para Damous, que é suplente na Câmara, com a
intenção que ele possa defender o PT dos escândalos de corrupção.
Nojeira pura! Política em estado de putrefação!
Ideli Salvatti, não poderia ficar de fora e disse que muitas
pessoas que estão nas ruas desconhecem a influência do “capital internacional”
nas manifestações, e sugeriu que os jovens podem se arrepender como “aconteceu
com aqueles que participaram de manifestações antes de 1964”.
“Com relação a este clima conservador, reacionário e de
afloramento destas manifestações racistas, machistas, homofóbicas, nazistas, de
ditadura, militarismo: nós fizemos esta semana algo que a gente compôs com
muitas forças. E aí, de vez em quando, infelizmente, você tem que fazer
composição com o lado de lá. Nós fizemos composição com o Google, Twitter, e
Facebook, para o #HumanizaRedes. Por quê? Para a política empresarial deles também
não interessa este clima e esta violação de direitos humanos.”
Deu pra entender? Além de tudo ela troca as bolas; as manifestações
que ora afloram não são racistas, machistas, homofóbicas, nazistas, de
ditadura, militarismo, mas sim a favor do racialismo (combate ao racismo com
mais racismo), feminismo histérico, gayzismo, comunismo, da ditadura (de
esquerda, claro, com os Castro, Maduro, Kim Jong-un, etc.) e anti-militarismo.
Tarso Genro, que participou do painel “Para onde vai a
esquerda?”, não ser esquecido pela sua valiosa colaboração ao besteirol vigente:
“(A solução é) uma frente que vá do Luis Carlos Bresser
Pereira ao Jean Wyllys (PSOL-RJ). Quem não estiver neste espectro, está indo
para a direita. Ou está indo para um centro, que não é uma posição. É uma
relação com a direita. Como está indo hoje o PMDB e sua chantagem permanente
que faz sobre o governo. Aliás, uma chantagem sem muita dificuldade receptiva.
Nós temos que pensar, minhas queridas e queridos companheiros, numa nova frente
política dirigente no Brasil para médio prazo. E temos que pensar como colar
essa nova frente política a um programa.”
E chega, né? Uma frente que vá de Bresser até Wyllys atrás
(êpa!), é demais para a minha saúde.
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