quarta-feira, 22 de abril de 2015

Pimentel dá Medalha da Inconfidência a Stedile e Lewandowski. E tome vaia



Reinaldo Azevedo: Pimentel, Lewandowski e Stedile são vaiados em Minas. É a voz das ruas…

O governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), resolveu usar o mandato para tentar desconstruir a imagem de antecessores. O tiro pode estar saindo pela culatra. Nesta terça, na solenidade de entrega da Medalha da Inconfidência, em Ouro Preto, o homem recebeu vaia de todo lado — e o mesmo aconteceu com alguns de seus agraciados. Já chego lá. Vestidos com camisetas pretas, professores se diziam de “luto pela educação”. Sim, a CUT e o Sind-UTE estavam lá. Mas havia grupos sem nenhuma vinculação com as esquerdas.

Muitos dos presentes protestavam mesmo era contra a lista de agraciados. Pimentel concedeu a medalha, entre outros, a Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo, e a João Pedro Stedile, o chefão do MST, que é um contumaz violador de leis.

Uma das faixas estampava: “A Inconfidência é dos brasileiros e não do PT”. Manifestantes repudiavam “apadrinhados do PT de reputação duvidosa”.  Houve princípio de panelaço quando Pimentel e Lewandowski discursaram. “Estamos indignados com a corrupção, desvio de dinheiro, apropriação da riqueza do país”, afirmou, por exemplo, o comerciante André Brandão.

Ao se referir ao presidente do Supremo, o ministro predileto dos petistas, o governador de Minas viu nele um homem “fiel à sublime missão da magistratura”, dono de um “incomparável senso de Justiça”. Referindo-se, ainda que de modo oblíquo, ao petrolão, considerou Pimentel: “O sistema jurídico perfeito não é aquele que se alimenta do estardalhaço, mas aquele que se alimenta dos fatos e somente dos fatos”. Huuummm… Nem parece o governante que está há quase quatro meses demonizando os que o antecederam no cargo.

A solenidade se deu na Praça Tiradentes, mas não foi exatamente pública. Uma área foi cercada para o evento, e 600 pessoas foram selecionadas para desempenhar o papel de “povo feliz”. Os que protestavam contra o governador, contra Lewadowski e contra Stedile — perto de três mil pessoas — não puderam passar a barreira. O PT, ultimamente, anda de mal com o povo…

Pimentel exaltou a figura de Tiradentes: “Estamos reunidos para celebrar a memória de um homem, um herói e um mito. Representa um ideal sublime e difuso”. Pois é… Eu estou enganado, ou a Inconfidência Mineira foi liderada por personalidades que os petistas hoje não hesitariam em chamar de “coxinhas”?

Para encerrar: ornar o peito de Stedile com a medalha que remete a um homem que, a seu tempo, lutou contra a tirania é um acinte. Stedile, como resta evidente, é um homem que luta abertamente contra a democracia.

4 comentários:

  1. As medalhas são LITERALMENTE merecidas, pois inconfidência significa TRAIÇÃO. O movimento liderado por Tiradentes foi considerado traição por Portugal, por isso foi chamado de inconfidência. Para o significado histórico brasileiro deve ser chamado de CONJURAÇÃO ou REVOLTA Mineira.

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    1. Eu não tenho muito embasamento sobre a história da Inconfidência, mas o pouco que eu sei sempre me deixou intrigado quanto ao caráter dos seus protagonistas.

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    2. (argento) ... bem observado!

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    3. Ricardo, eu também não tenho embasamento sobre a história da inconfidência, mas sei que o significado da palavra inconfidência é traição e o nome foi dado pelos portugueses.

      Até ande eu sei, a história de Tiradentes é muito mal contada. Tem até uma pesquisa sugerindo que ele fugiu para Portugal e continuou no exército português, baseando-se em documentos de Portugal que falam de um alferes com o mesmo nome do Tiradentes (e na mesma época) morando e atuando em Portugal.

      Outra controvérsia é sobre a barba, que em algumas épocas era permitida, em outras não. Na época da inconfidência mineira não era permitido barba no exército. E confesso que nunca entendi o que os revoltosos queriam, nem que tipo de ameaça eles poderiam representar.

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