Reinaldo Azevedo: Pimentel, Lewandowski e Stedile são
vaiados em Minas. É a voz das ruas…
O governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), resolveu usar
o mandato para tentar desconstruir a imagem de antecessores. O tiro pode estar
saindo pela culatra. Nesta terça, na solenidade de entrega da Medalha da
Inconfidência, em Ouro Preto, o homem recebeu vaia de todo lado — e o mesmo
aconteceu com alguns de seus agraciados. Já chego lá. Vestidos com camisetas
pretas, professores se diziam de “luto pela educação”. Sim, a CUT e o Sind-UTE
estavam lá. Mas havia grupos sem nenhuma vinculação com as esquerdas.
Muitos dos presentes protestavam mesmo era contra a lista de
agraciados. Pimentel concedeu a medalha, entre outros, a Ricardo Lewandowski,
presidente do Supremo, e a João Pedro Stedile, o chefão do MST, que é um
contumaz violador de leis.
Uma das faixas estampava: “A Inconfidência é dos brasileiros
e não do PT”. Manifestantes repudiavam “apadrinhados do PT de reputação
duvidosa”. Houve princípio de panelaço
quando Pimentel e Lewandowski discursaram. “Estamos indignados com a corrupção,
desvio de dinheiro, apropriação da riqueza do país”, afirmou, por exemplo, o
comerciante André Brandão.
Ao se referir ao presidente do Supremo, o ministro predileto
dos petistas, o governador de Minas viu nele um homem “fiel à sublime missão da
magistratura”, dono de um “incomparável senso de Justiça”. Referindo-se, ainda
que de modo oblíquo, ao petrolão, considerou Pimentel: “O sistema jurídico
perfeito não é aquele que se alimenta do estardalhaço, mas aquele que se
alimenta dos fatos e somente dos fatos”. Huuummm… Nem parece o governante que
está há quase quatro meses demonizando os que o antecederam no cargo.
A solenidade se deu na Praça Tiradentes, mas não foi
exatamente pública. Uma área foi cercada para o evento, e 600 pessoas foram
selecionadas para desempenhar o papel de “povo feliz”. Os que protestavam
contra o governador, contra Lewadowski e contra Stedile — perto de três mil
pessoas — não puderam passar a barreira. O PT, ultimamente, anda de mal com o
povo…
Pimentel exaltou a figura de Tiradentes: “Estamos reunidos
para celebrar a memória de um homem, um herói e um mito. Representa um ideal
sublime e difuso”. Pois é… Eu estou enganado, ou a Inconfidência Mineira foi
liderada por personalidades que os petistas hoje não hesitariam em chamar de
“coxinhas”?
Para encerrar: ornar o peito de Stedile com a medalha que
remete a um homem que, a seu tempo, lutou contra a tirania é um acinte.
Stedile, como resta evidente, é um homem que luta abertamente contra a
democracia.
As medalhas são LITERALMENTE merecidas, pois inconfidência significa TRAIÇÃO. O movimento liderado por Tiradentes foi considerado traição por Portugal, por isso foi chamado de inconfidência. Para o significado histórico brasileiro deve ser chamado de CONJURAÇÃO ou REVOLTA Mineira.
ResponderExcluirEu não tenho muito embasamento sobre a história da Inconfidência, mas o pouco que eu sei sempre me deixou intrigado quanto ao caráter dos seus protagonistas.
Excluir(argento) ... bem observado!
ExcluirRicardo, eu também não tenho embasamento sobre a história da inconfidência, mas sei que o significado da palavra inconfidência é traição e o nome foi dado pelos portugueses.
ExcluirAté ande eu sei, a história de Tiradentes é muito mal contada. Tem até uma pesquisa sugerindo que ele fugiu para Portugal e continuou no exército português, baseando-se em documentos de Portugal que falam de um alferes com o mesmo nome do Tiradentes (e na mesma época) morando e atuando em Portugal.
Outra controvérsia é sobre a barba, que em algumas épocas era permitida, em outras não. Na época da inconfidência mineira não era permitido barba no exército. E confesso que nunca entendi o que os revoltosos queriam, nem que tipo de ameaça eles poderiam representar.