Do Augusto Nunes
Dilma Rousseff é uma presidente moribunda, um zumbi moral,
uma figura política sem vida própria e, na política, não há outra a ser vivida.
A forma como a presidente trata subalternos é especialmente detestável porque
ela é a representante do governo que se quer popular. Dilma se consubstancia,
assim, na negação viva do que pretende ser. Não é só uma fraude no currículo
acadêmico, como ministra ou presidente; mas também no corriqueiro papel social
que todos desempenhamos nas diversas situações do dia, seja com patrões, com o
garçom, com um auxiliar no trabalho, com os professores dos nossos filhos, com
vizinhos.
Concedo que a uma figura pública não se cobram simpatia e
tal, mas cobra-se honradez e, no caso de Dilma Rousseff, a coisa não se
restringe a uma questão de modos. Ou sim, mas de modos democráticos, modos
decentes, modos dignos. Falamos de uma alma sabuja com quem manda (nela) e
truculenta com quem é mandado; figura de caráter miúdo que eleva o grande e
rebaixa o pequeno; que expõe o vulnerável e ampara o valentão. Esquece-se de
que ela mesma arrendou a própria autonomia.
Se eu não fosse brasileira e não a conhecesse, consideraria
execrável a criatura; conhecendo-a com o todo o desprazer que o Brasil que
presta teve, eu a considero, então, execrável. Uma vez, o país escolheu para
presidente uma figura desconhecida até dois anos antes das eleições; deu num
impeachment. Depois de 20 anos, o país faz a mesma coisa e deu em uma Petrobras
a menos, em primitivismo a mais.
Se o caráter de Dilma, ou a falta dele, não estava
evidenciado em toda sua miserável extensão até as eleições de 2010, muito do
seu despreparo vexaminoso foi denunciado nesta coluna mesmo antes e durante a
campanha eleitoral de então. Ao perfil desolador, acrescentaria a marca funesta
na política externa, as opções condenáveis por qualquer critério de decência.
Por exemplo, um dos amigos, Nicolas Maduro, acaba de decidir
que, na Venezuela, o exército pode (e deve!) abrir fogo contra qualquer
manifestação. O decreto, que afronta a própria constituição do país e a do
Mercosul no qual a Venezuela entrou metendo o pé na porta (pé de Dilma
Rousseff), não diferencia marchas pacíficas de distúrbios. A ordem para atirar
é o tiro sem misericórdia na democracia da pobre Venezuela que padece sob um
caudilho tosco.
A madrinha dos corruptos e ineptos jamais diria sobre ele
com o deboche que reserva a quem não pode revidar que “Cês vejam que aqui tem
um ótimo presidente”. São formas da mesma substância abjeta.
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