terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Valentina de Botas: A presidente moribunda é uma figura política sem vida própria

Do Augusto Nunes

Dilma Rousseff é uma presidente moribunda, um zumbi moral, uma figura política sem vida própria e, na política, não há outra a ser vivida. A forma como a presidente trata subalternos é especialmente detestável porque ela é a representante do governo que se quer popular. Dilma se consubstancia, assim, na negação viva do que pretende ser. Não é só uma fraude no currículo acadêmico, como ministra ou presidente; mas também no corriqueiro papel social que todos desempenhamos nas diversas situações do dia, seja com patrões, com o garçom, com um auxiliar no trabalho, com os professores dos nossos filhos, com vizinhos.

Concedo que a uma figura pública não se cobram simpatia e tal, mas cobra-se honradez e, no caso de Dilma Rousseff, a coisa não se restringe a uma questão de modos. Ou sim, mas de modos democráticos, modos decentes, modos dignos. Falamos de uma alma sabuja com quem manda (nela) e truculenta com quem é mandado; figura de caráter miúdo que eleva o grande e rebaixa o pequeno; que expõe o vulnerável e ampara o valentão. Esquece-se de que ela mesma arrendou a própria autonomia.

Se eu não fosse brasileira e não a conhecesse, consideraria execrável a criatura; conhecendo-a com o todo o desprazer que o Brasil que presta teve, eu a considero, então, execrável. Uma vez, o país escolheu para presidente uma figura desconhecida até dois anos antes das eleições; deu num impeachment. Depois de 20 anos, o país faz a mesma coisa e deu em uma Petrobras a menos, em primitivismo a mais.

Se o caráter de Dilma, ou a falta dele, não estava evidenciado em toda sua miserável extensão até as eleições de 2010, muito do seu despreparo vexaminoso foi denunciado nesta coluna mesmo antes e durante a campanha eleitoral de então. Ao perfil desolador, acrescentaria a marca funesta na política externa, as opções condenáveis por qualquer critério de decência.

Por exemplo, um dos amigos, Nicolas Maduro, acaba de decidir que, na Venezuela, o exército pode (e deve!) abrir fogo contra qualquer manifestação. O decreto, que afronta a própria constituição do país e a do Mercosul no qual a Venezuela entrou metendo o pé na porta (pé de Dilma Rousseff), não diferencia marchas pacíficas de distúrbios. A ordem para atirar é o tiro sem misericórdia na democracia da pobre Venezuela que padece sob um caudilho tosco.

A madrinha dos corruptos e ineptos jamais diria sobre ele com o deboche que reserva a quem não pode revidar que “Cês vejam que aqui tem um ótimo presidente”. São formas da mesma substância abjeta.

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