terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

A fortuna que nós pagamos para ler e ouvir as mentiras do governo - sites petralhas são os campeões de patrocínio de estatais

Meio sem querer, cheguei a essa matéria da Folha Política, de dezembro de 2014, com “informações fornecidas por força da Justiça” que revelam o absurdo de dinheiro gasto pelo governo para comprar blogs, sites, portais, seja lá o que for para difundir as mentiras que essa gentalha quer nos enfiar goela abaixo. Luís Nassif, com seus “Agência Dinheiro Vivo” e “Jornal GGN”, por exemplo, recebeu R$ 806.284,00 em 2013, e o insuportável Paulo Henrique Amorim, com seu idem, “Conversa Afiada”, R$ 618.164,00 no mesmo período, sendo que ambos, desde quando se venderam, já receberam um total de R$ 6,5 milhões

Mas vamos à matéria que é boa e esclarecedora, porque inclui o quanto vários outros órgãos de comunicação receberam do governo.

As três empresas estatais do governo federal que lideram os gastos publicitários da administração indireta também são responsáveis por um volume respeitável de publicidade digital em veículos de audiência limitada na internet.

Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal gastaram, de 2010 a 2013. a soma de RS 17 milhões publicando anúncios em meios de comunicação como “Opera Mundi”. “Dinheiro Vivo”, “Conversa Afiada” e “Carta Maior”.

Agora, com as informações fornecidas por força da Justiça, fica claro que os critérios não são lineares e a chamada “mídia técnica” não é uma praxe em todos os setores da administração pública federal.

Empresas como Petrobras. Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal usam critérios obscuros para comprar espaços publicitários.

Tome-se o caso do site “Conversa Afiada”, do jornalista Paulo Henrique Amorim. Sua audiência foi de 236 mil visitantes únicos em dezembro de 2013, ano em que recebeu R$ 618,2 mil em verbas do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.

Para ter a audiência de um leitor por mês no site de Paulo Henrique Amorim, os dois bancos estatais juntos gastam R$ 2,60 por ano (valor de 2013).

Como comparação, tome-se o portal Terra, cuja audiência foi de 24,9 milhões de visitantes únicos em 2013, ano em que recebeu R$ 5,5 milhões de verbas publicitárias federais. Para ter um leitor por mês, em média, as estatais federais tiveram de pagar apenas R$ 0,22 por ano. No caso do UOL. que é o portal líder na internet brasileira, o custo para ter um leitor por mês cai para R$ 0,21 por ano.

Dito de outra forma, as estatais gastam cerca de 1.100% a mais para atingir um leitor no site Conversa Afiada do que em portais como o UOL ou Terra - de acordo com dados de dezembro de 2013.

Com algumas variações, essa relação se repete em outros veículos digitais de audiência limitada.

Os sites do jornalista Luis Nassif (Agência Dinheiro Vivo e Jornal GGN entre outros endereços) recebem verbas federais de publicidade desde o ano 2000. Foram R$ 3,952 milhões até 2013, segundo dados fornecidos pela Secom.

Em dezembro de 2013, os sites Advivo e Dinheiro Vivo não tiveram audiência representativa e não aparecem na ferramenta de monitoramento da Nielsen, empresa que faz esse tipo de acompanhamento. O Jornal GGN, que também hospeda Luis Nassif. registrou 279 mil visitantes únicos no último mês de 2013. Os sites onde atua o jornalista tiveram verbas publicitárias federais naquele ano de RS 806,3 mil Isso significa que as estatais juntas gastaram R$ 2,90 por ano para cada leitor mensal que visitou os sites de Nassif em 2013.

No caso do Opera Mundi, dirigido pelo jornalista Breno Altman, a relação custo-benefício indica que o valor médio de um leitor por mês é de RS 2,11 ao ano.

O Carta Maior, “publicação eletrônica multimídia” que defende uma “mídia democrática no Brasil”, teve uma audiência de 100 mil visitantes únicos em dezembro de 2013. Como recebeu RS 512 mil de empresas estatais federais naquele ano, entrega um leitor mensal ao custo de RS 5,13 ao ano.

Eis. a seguir, alguns anúncios captados em 8 de dezembro de 2014 em sites alternativos e de pouca audiência relativa. Todos têm em comum o forte apoio de empresas estatais federais, que competem no mercado para ter clientes e serem rentáveis. Neste mês de dezembro de 2014, muitos publicaram propaganda dos personagens “poupançudos da Caixa”

VALORES PARA CADA MEIO
Vale a pena observar os valores que as empresas estatais federais gastam com veículos de comunicação da mídia tradicional.

A seguir, uma compilação preparada pelo repórter do UOL Bruno Lupion para o Blog do Fernando Rodrigues. Os dados estão separados por: veículos alternativos de baixa audiência. TV aberta, revistas, jornais impressos e portais de internet de audiência de massa:






DE ONDE VIERAM ESSES NÚMEROS?
É importante explicar qual é a fonte usada pelo governo para compilar seus gastos publicitários. Todas as informações são obtidas por meio do Instituto para Acompanhamento da Publicidade, o IAP.

O IAP é uma entidade paraestatal. Foi criada no final dos anos 1990. ainda na gestão do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Depois de chegar à conclusão que seria incapaz de saber tudo o que todos os órgãos e entidades públicas federais gastavam com propaganda, o governo forçou as agências de publicidade licitadas a repassar uma fração mínima de seus contratos para criar e manter essa associação civil sem fins lucrativos - e assim fazer um controle minimamente confiável sobre tudo o que é investido em publicidade

Durante anos. os contratos firmados entre o IAP e a Secom têm sido renovados. O último foi assinado em 29 de outubro de 2013.

Como é feito o controle? Todas as agências de propaganda que ganham licitação em órgãos federais ficam obrigadas a enviar ao IAP uma cópia de todos os Pis (pedidos de inserção de anúncios) que encaminham aos veículos de mídia O IAP processa os dados e fornece relatórios à Secom. É tudo informatizado. A planilhas podem ser geradas com muita facilidade. Basta perguntar quanto as emissoras de rádio do interior do Piauí receberam de verbas publicitárias do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal para minutos depois receber o relatório correspondente

Existe no governo federal uma argumentação sobre o controle do IAP ser impreciso. Às vezes, um PI pode ser cancelado no meio do caminho. Ou um anúncio pode não ser publicado por algum outro motivo. São situações raras e que pouco representam num bolo publicitário que passa de RS 2,3 bilhões por ano.

Um comentário:

  1. (argento) ... é, parece(!?) sacanagem ,,, pagamos, faz tempão, uma fortuna pela Desinformação ... faz parte, ... dos Negócios!

    ResponderExcluir