domingo, 20 de março de 2016

Um sinistro da Justiça como Dilma gosta: petralha e adepto do Santo Daime

Em suma, Eugênio Aragão é mais um porralouca a serviço da bandidagem. Deu uma entrevista trágica à Folha onde, entre outras barbaridades, diz que “cheirou vazamento de investigação por um agente nosso, a equipe será trocada”, o que motivou reações do presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal e do presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República.

 “Isso demonstra duas coisas: revela a vulnerabilidade da Polícia Federal, que não tem sua autonomia garantida na Constituição e na lei, e exibe também a pressa em acabar com a maior investigação de combate ao crime organizado da história do Brasil”. Presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Carlos Miguel Sobral

 “O ministro escorregou ou está fazendo um discurso político ao falar em extorsão. Não há extorsão alguma. Não há delação premiada sem voluntariedade no Brasil e nem na Lava Jato. O ministro disse que há uma politização dos agentes de Estado. Com todo respeito, ao falar em extorsão, quem está tentando politizar a Lava Jato é o ministro da Lava Jato. Todas as delações foram tomadas com voluntariedade e analisadas por um Judiciário técnico e livre”. Presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, José Robalinho Cavalcanti

Eis a entrevista (a maior parte dela):

Fala-se muito de sua ligação com petistas e que foi escolhido para influenciar na Lava Jato. O sr. vai atuar para barrar a investigação?
Não, de jeito nenhum. Não tenho essa prerrogativa, essa competência.

A presidente Dilma fez algum pedido especial ao senhor?
Não. Ela me conhece e sabe quais são minhas posições. Só pediu apoio dentro do ministério. Um dos problemas estratégicos é a questão do vazamento de informações, que alguns dizem que são seletivos. Não podemos tolerar seletividade. Há uma politização do procedimento judicial, seja por parte do juiz, seja por parte dos agentes públicos em torno.

O sr. identificou abusos na Lava Jato em relação à PF?
É difícil divisar no Paraná [onde ocorre a investigação] quem é quem. O próprio uso da delação premiada tem pressupostos. No Direito alemão, a colaboração tem de ser voluntária. Se houver dúvida sobre essa voluntariedade, não vale. Na medida em que decretamos prisão preventiva ou temporária em relação a suspeitos para que venham a delatar, essa voluntariedade pode ser colocada em dúvida. Porque estamos em situação muito próxima de extorsão. Não quero nem falar em tortura. Mas no mínimo é extorsão de declaração. Se a gente tolera que o grandalhão vai para cadeia enquanto não resolve abrir a boca, então o pequeno pode ir para o pau de arara.

E o vazamento de delação, preocupa?
Aí nós temos uma atitude criminosa, porque quem vaza a delação está querendo criar algum tipo de ambiente.

Mas esse vazamento pode vir da própria polícia...
Estou falando de polícia, Ministério Público, do juiz, e eventualmente do advogado. Mas o advogado tem uma vantagem: não é agente público. Mas os agentes públicos têm código disciplinar. O Estado não pode agir como malandro. A minha grande preocupação é com a qualidade ética desses agentes. Se vaza, é coisa clandestina. Se vaza, esse agente está querendo atribuir um efeito a esses atos públicos, que são essas delações.

Mas poderia o ministério punir algum agente que vazou?
A primeira atitude que tomo é: cheirou vazamento de investigação por um agente nosso, a equipe será trocada, toda. Cheirou. Eu não preciso ter prova. A PF está sob nossa supervisão. Se eu tiver um cheiro de vazamento, eu troco a equipe. Agora, quero também que, se a equipe disser “não fomos nós”, que me traga claros elementos de quem vazou porque aí vou ter de conversar com quem de direito. Não é razoável, com o país num momento de quase conflagração, que os agentes aproveitem esse momento delicado para colocar gasolina na fogueira.

A sociedade não tem direito de saber o que ocorreu? Não há interesse público?
Há um conflito entre o interesse público pela informação e a presunção de inocência. Quando se trata de colocar lado a lado esses dois valores, prefiro a presunção de inocência.

O presidente Lula disse numa gravação que o sr. deveria ter “pulso firme”, ser “homem”. Não parece que o sr. está vindo como pau mandado do Lula?
Não, isso é uma conversa privada dele. As pessoas entre quatro paredes falam o que querem. Fico até me perguntando qual o interesse público numa fofoca dessa. Isso para mim se chama fofoca. Não me afeta.

Qual sua ligação com o PT?
Advoguei com o Sigmaringa Seixas [ex-deputado] nos idos de 1983, 84. É uma ligação de família e amizade, de muito tempo. Tenho amizade,com o José Genoino [ex-presidente do PT, condenado no mensalão, hoje com pena extinta]. É uma pessoa de bem e correta, que por várias razões da vida entrou nesse processo do mensalão, mas segue de absoluta retidão. Tenho amizade com gente de outros partidos. Considero-me amigo do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), promotor de Justiça.

Noticiou-se recentemente que o sr. é adepto do Santo Daime...
Eu fui. Uma vez que você é, você é. Mas eu não uso mais. Fui praticante, sócio da União do Vegetal, que é uma instituição séria, que há dois anos recebeu homenagem, pelos seus 50 anos, da Câmara dos Deputados. Fiz parte da diretoria deste centro, que na sua liturgia faz uso da ayahuasca (chá), mas seu uso passou pelo ministério, foi autorizado. Nós na União do Vegetal não usamos outro tipo de bebida, as pessoas não usam álcool. Não estou frequentando há mais de dez anos, por falta de tempo, e porque me casei, minha mulher é católica, não quer saber disso. Hoje pratico o catolicismo.


2 comentários:

  1. Eu realmente gostaria de saber o que é "praticar o catolicismo". Se não estou enganado, esse praticante do catolicismo é ministro de um governo que é favorável à liberação do aborto.

    Mas para não dizerem que é implicância com o ministro, vou mencionar a prática católica do Papa João Paulo II e da CNBB, que em visita do referido papa ao Brasil, foram convidados para homenageá-lo dois grandes nomes da música brasileira, Roberto Carlos e Fafá de Belém, um divorciado cinco vezes e a outra três vezes (ou o contrário, não lembro).

    Resumindo, dois divorciados homenageando o líder maior de uma instituição que proíbe o divórcio, mais um ministro de um governo que apoia a liberação do aborto se apresentando como praticante do catolicismo.

    Desculpem a minha falta de capacidade para entender, volto a perguntar: o que é praticar o catolicismo?

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    1. Com certeza, Milton, é ser hipócrita o suficiente para tal.

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