Atleta (Renan
Calheiros, PMDB-AL), Escritor (José Sarney, PMDB-MA), Caranguejo (Eduardo
Cunha, PMDB-RJ), Nervosinho (Eduardo Paes, PMDB-RJ), Cacique (Romero Jucá,
PMDB-RR), Viagra (Jarbas Vasconcelos Filho, PMDB-PE), Avião (Manuela D'Ávila,
PCdoB-RS). É assim, com esses codinomes, que alguns influentes políticos
brasileiros são identificados em planilhas da Odebrecht apreendidas pela Polícia
Federal em mandados de busca expedidos contra diretor-presidente da
construtora, Benedicto Barbosa Silva Júnior, conhecido como BJ, na 23ª fase da
Operação Lava Jato.
As planilhas são o mais completo acervo de repasses feitos
pelo conglomerado do herdeiro Marcelo Odebrecht a políticos de 18 partidos. A
cada nome, o documento da empreiteira atribui cifras. Ainda não se sabe se
todos os valores atribuídos aos políticos foram de fato destinados a eles, nem
se se trata de doação oficial ou caixa dois, mas é certo que os documentos são
uma oportunidade inédita de desvendar os meandros do financiamento eleitoral no
país.
O conjunto de listas com anotações sobre destinação de
dinheiro a partidos e candidatos mostra a capilaridade da Odebrecht como
financiadora de detentores de cargo eletivo. A Polícia Federal ainda não
analisou os dados a ponto de concluir se se trata da contabilidade paralela da
construtora, conforme revelado pela secretária da Odebrecht e delatora da Lava
Jato, Maria Lúcia Tavares. Entre muitos nomes, são citados nas planilhas: o ex-governador do Rio de Janeiro, Sergio
Cabral (PMDB), os senadores José Serra (PSDB-SP), Lindbergh Farias (PT-RJ),
Aécio Neves (PSDB-MG) e Humberto Costa (PT-PE), o ex-governador de Pernambuco
Eduardo Campos (PSB), o deputado Paulinho da Força (SD-SP) e a prefeita de
Campos e ex-governadora do Rio, Rosinha Garotinho (PR).
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