Eu fui otimista demais ao aventar a hipótese das notícias
sobre as decisões de Zavascki estarem truncadas. Zavascki é um golpista igual a
todos os outros que mancomunam com esse governo.
Carlos Newton: Ao atacar e ameaçar o juiz Moro, Zavascki
desrespeitou esta Nação
É inacreditável, execrável e inaceitável a justificativa do
ministro Teori Zavascki, ao responder à medida cautelar da Reclamação 23.457,
ajuizada pela Advocacia-Geral da União contra o juiz federal Sérgio Moro.
Apesar de o Supremo ter se transformado num tribunal atípico, que extrapola de
suas limitações e até mesmo chega a legislar, conforme se constatou no
julgamento do rito do impeachment presidencial, não se poderia esperar que o
ministro-relator dos processos da operação Lava Jato pudesse chegar ao ponto de
emitir uma decisão “ultra petita” (além do que foi pedido pelo reclamante).
“A esta altura, há de se reconhecer, são irreversíveis os
efeitos práticos decorrentes da indevida divulgação das conversações
telefônicas interceptadas. Ainda assim, cabe deferir o pedido no sentido de
sustar imediatamente os efeitos futuros que ainda possam dela decorrer e, com
isso, evitar ou minimizar os potencialmente nefastos efeitos jurídicos da
divulgação, seja no que diz respeito ao comprometimento da validade da prova
colhida, seja até mesmo quanto a eventuais consequências no plano da
responsabilidade civil , disciplinar ou criminal” – diz o despacho
de Zavascki.
Acontece que, na petição encaminhada ao Supremo, em nenhum
momento a Advocacia-Geral da União aventou a possibilidade de processar o juiz
Moro, seja civil, disciplinar ou criminalmente. Foi o ilustríssimo ministro
Zavascki que se distraiu e teve esta brilhante ideia, sem lembrar que não deve
fazer o trabalho dos advogados que representam as partes, pois sua incumbência
de magistrado é estrita e restrita, limitando-se ao julgamento, sem sugerir a
possibilidade de ações subsequentes.
Foi impressionante a contundência do eminente relator, ao
agredir e vergastar o trabalho de um magistrado de escol, competente, corajoso
e altivo, que tem defendido os interesses nacionais de forma exemplar.
Em sua decisão a favor da medida cautelar, Zavascki ataca o
juiz Sérgio Moro de todas as formas, acusando-o até mesmo de ter autorizado
“interceptações de um sem número de ramais telefônicos”, mas sem conseguir
apontar nenhuma irregularidade que tivesse ocorrido nessas liberações
judiciais.
Mais adiante, o relator opina que o juiz federal não tinha
competência para analisar o conteúdo da conversas. Confiram: “Embora a
interceptação telefônica tenha sido aparentemente voltada a pessoas que não
ostentavam prerrogativa de foro por função, o conteúdo das conversas – cujo
sigilo, ao que consta, foi levantado incontinenti, sem nenhuma das cautelas
exigidas em lei – passou por análise que evidentemente não competia ao juízo
reclamado”.
Esta colocação do ministro demonstra um rigor técnico
juridicamente abominável. Por que dizer que as gravações estavam aparentemente
voltadas para pessoas sem foro privilegiado? Ora, sabe-se que não foi
autorizada gravação de nenhum político ou autoridade com foro privilegiado. Com
isso, o relator mostrou estar agindo com excessiva e abusiva veemência.
Além disso, sua colocação equivocada dá a entender que o
juiz Moro só poderia ter “analisado” conversas que envolvessem pessoas sem foro
privilegiado e deveria descartar todas as demais gravações em que aparecem
autoridades de foro privilegiado, vejam a que ponto chegou esta justificativa
errônea e exagerada. Parodiando Ruy Barbosa, pode-se dizer que até as paredes
do tribunal sabem que cabe ao juiz do processo analisar todas as provas
colhidas no inquérito. Ao proceder à análise, se encontrar provas contra
pessoas de foro privilegiado, o juiz tem de encaminhá-las à instância superior.
Aliás, foi exatamente o que Moro fez, ao enviar as transcrições ao Supremo,
antes desta decisão precipitada de Zavascki.
O pior, mesmo, foi o ministro ter denunciado que o juiz Moro
levantou o sigilo “sem nenhuma das cautelas exigidas em lei”. É claro que o
relator deveria citar tais cautelas e a própria lei, mas não o fez, porque isso
rigorosamente não existe.
A legislação que ele apenas sugere estar mencionando é Lei
9.269/1996, inteiramente omissa a este respeito, pois não há qualquer
referência a cautelas quanto ao levantamento do sigilo. Diante dessa lacuna
legislativa, pode-se concluir, sem medo de errar, que o levantamento do sigilo
ocorre quando a transcrição das gravações é anexada aos autos públicos, porque,
como todos sabem e o ministro Zavascki não desconhece, a palavra “públicos”
significa que esses processos são do povo, não têm mais sigilo e podem ser
acessados e copiados por qualquer advogado, na forma da Lei 8.906.
Quanto à estapafúrdica afirmação de Zavascki, aventando a
possibilidade de Dilma Rousseff responsabilizar penal, civil e
administrativamente o juiz Moro e pedir indenização por dano moral
(responsabilidade civil), convém repetir o que disse o jurista Jorge Béja,
considerado a maior autoridade brasileira neste ramo do Direito:
“Isso não existe. A responsabilização civil, penal e
administrativa de um juiz só ocorre se ficar provado que ele agiu com dolo e
má-fé. Não é caso. Quanto à responsabilidade civil, vislumbrada por Zavascki,
que não tinha nada a se meter nisso, esta tem de ser cobrada da União, por se
tratar de um magistrado federal”, disse Béja, colocando uma pá de cal na
questão.
Bem, já sabemos a opinião de Teori Zavascki e Marco Aurélio
Mello, ambos são contra o juiz Sérgio Moro, e a posição de Gilmar Mendes, a
favor. Faltam os outros nove ministros. E como dizia o genial publicitário e
compositor Miguel Gustavo, meu vizinho no Edifício Zacatecas, o suspense é de
matar o Hitchcock.
(argento) ... ... Estado É uma ABSTRAÇÃO que se manifesta através do Governo, exercido pelos Três Poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, cuja expressão se faz através das pessoas que as ocupam; bão!, isto é o Basicão que não deve ser "esquecido", nem mesmo e Principlmente pelos Ministros do STF, Poder Judiciário, como Guardião da Constituição e das Leis.
ResponderExcluir(argento) ... he he he, parece que alguns ministros, entre eles Zavascki, andam "meio esquecidos" -será a idade?- então precisam ser lembrados que não representam o Executivo e sim o ESTADO ...
ExcluirMeu comentário sobre TODAS as postagens de hoje, é o mesmo comentário já apresentado aqui no TMU, onde digo que o Brasil vive uma guerra civil, porém a guerra é de informações e não de armas convencionais, ao contrário do que a história registrou até agora, a guerra de informações é deflagrada após o início da guerra de armas convencionais, neste caso primeiro da história, será (poderá ser) a guerra de informações que vai deflagrar a guerra de armas convencionais.
ResponderExcluirMilton, a partir da realidade de que o governo ainda tem poderes suficientes para se manter no poder, não há uma guerra, mas sim um massacre covarde.
ResponderExcluirVocê tocou na espinha dorsal do meu comentário, eu estava esperando alguém contestar meu argumento para dizer isso que você disse.
ExcluirSe uma parte da população começasse a trocar tiros com o exército, o segundo passo seria presidente e ministro fazendo declarações a favor do exército e contra a população, enquanto que a população colocaria suas declarações em meios de comunicação aliada. É o não é?
Então, só esqueceram de trocar tiros com o exército, o resto está acontecendo exatamente como uma guerra civil.
Mas que exército? Onde está ele? De que lado? Não há como trocar balas com o que é, pelo menos hoje, uma abstração!
ExcluirEssa é outra inovação brasileira, de que lado está o exército? Ou melhor, onde está o exército?
ExcluirO pior é que não para responsabilizar o exército pela abstração, se o governo acionar o exército, com certeza ele não vai se colocar contra a população, mas a propaganda contra o governo rejeita a manifestação do exército ao seu favor.
Mas como dizem os adultos, um dia você vai entender Ricardo. E quando você entender, por favor me explique.
(argento) ... assim vejo uma DITADURA, regime não democrático, onde a participação popular, através dos representantes legítimos (Executivo, Legislativo e Judiciário), é UURPADA (ou solenimente ignorada), na qual o poder está exercido por apenas uma instância ocupada por pessoa ou por partido político ...
ResponderExcluirNão chega a ser uma ditadura, porque não tem um ditador definido, mas o que eu tenho dito há muito tempo é que o Brasil vive um regime de AUTORITARISMO e não um regime democrático.
Excluir(argento) ... cuidado, Milton, com as "filigranas acadêmicas" ... http://www.significados.com.br/ditadura/
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