A Folha fez um breve levantamento da folha corrida de
Eugênio Aragão, ministro da Justiça, e, pelo que tudo indica, o cara tem o physique du role de um autêntico
petralha, já que além de ter sido do grupo terrorista MR-8, foi acusado pela
Polícia Federal pela tentativa de criar obstáculos para o acesso da polícia a
documentos sobre a movimentação financeira do publicitário Duda Mendonça no
exterior, no caso do mensalão.
Folha
Alfabetizado na Alemanha, onde o pai trabalhou na embaixada
brasileira, Eugênio Aragão fala, além do alemão, inglês e espanhol. No Brasil,
chegou a participar entre 1978 a 1980 do MR-8, organização de esquerda que
participou da luta armada contra a ditadura.
Aos 54 anos de idade, e com mais de 25 anos de carreira no
Ministério Público Federal, Aragão é um homem acostumado à controvérsia. Em
2005, um relatório interno da Polícia Federal acusou Aragão de atuar em
conjunto com o DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação
Jurídica Internacional) na tentativa de “criar obstáculos” para o acesso da
polícia a documentos sobre a movimentação financeira do publicitário Duda
Mendonça no exterior.
Responsável pela campanha que elegeu o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva em 2002, Duda recebeu R$ 11 milhões do esquema do mensalão
no exterior, mas acabou inocentado pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento
do ano passado.
A PF acusou Aragão e o DRCI de “influenciar” autoridades dos
EUA a não repassar documentos sobre as contas de Duda Mendonça. O caso foi
levado ao Conselho Superior do Ministério Público Federal, que encontrou “indícios
de punibilidade”, mas mandou arquivar o processo. Aragão afirma que foi
absolvido pela “negativa de existência do fato” e que não fez nada para ajudar
Duda.
Em 2006, Aragão foi flagrado em conversas telefônicas
gravadas por uma operação da Polícia Federal pedindo a ajuda do ex-deputado
Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) para conquistar uma vaga no Superior Tribunal
de Justiça.
De acordo com a gravação, Aragão pediu a Greenhalgh que
falasse sobre o seu caso com o ministro Gilberto Carvalho, então chefe de
gabinete de Lula e hoje chefe da Secretaria-Geral da Presidência. Na conversa
grampeada, Greenhalgh diz que teria falado com Lula e “um monte de gente” se
soubesse do seu interresse pela vaga no STJ.
À Folha, Aragão disse que as indicações para o tribunal são “por
referências profissionais” e que conhece Greenhalgh “da época da advocacia”,
mas ponderou ser “ilegal a polícia vazar escutas”.
É ou não é o homem certo no lugar certo para a manutenção do
PT no poder?
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