terça-feira, 21 de abril de 2015

Regina regnat, sed non gubernat*

*A rainha reina, mas não governa.

Dilma, por livre e espontânea pressão do PT depois que a quadrilha decidiu que não aceitará mais doações de empresas, sancionou o Orçamento de 2015 sem vetar a emenda adicionada no Congresso Nacional que triplica o Fundo Partidário, que vai de R$ 289 milhões para R$ 867,5 milhões.

Comentário de Ricardo Noblat:

É tal a fragilidade da presidente Dilma Rousseff que, na hora em que arrocha os gastos da União, ela sanciona um Orçamento Geral sem vetar no todo ou em parte a proposta que triplicou os recursos destinados ao Fundo Partidário, uma das principais fontes de financiamento dos partidos.

No projeto original, o governo destinara ao Fundo R$ 289,5 milhões. Mas aí o valor foi elevado para R$ 867,5 milhões pelo relator do Orçamento no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR). Dilma bem que gostaria de ter vetado o aumento – mas cadê força política para isso?

Ela precisa da boa vontade da maioria dos partidos para aprovar o ajuste fiscal do seu ministro da Fazenda Joaquim Levy. E também para que não caiam na tentação de aproveitar sua popularidade em baixa para apresentar uma sugestão de impeachment.

A descoberta da roubalheira na Petrobras ameaça deixar os partidos sem dinheiro – ou com pouco – para enfrentar as eleições municipais do próximo ano. As empreiteiras envolvidas na corrupção sempre foram as campeãs em doações aos partidos. Várias delas, agora, estão quebradas.

A Dilma só resta – não se sabe até quando – fazer as vontades dos partidos que ela sempre desprezou. É no que dá ser rejeitada por pouco mais de 60% dos brasileiros.

Um comentário:

  1. "Dilma bem que gostaria de ter vetado o aumento – mas cadê força política para isso?"

    Gostaria por qual motivo? A reforma política que ela defende não é justamente do financiamento público de campanha? Por acaso isso não transfere dinheiro para os partidecos que apoiam o governo Lula/Dilma/PT e que não tem como arrecadar na iniciativa privada?

    Minha proposta para a legislação partidária é simples:
    a) qualquer um pode fundar um partido, inclusive sendo o único filiado.
    b) partido político não pode receber qualquer recurso público.


    Minha proposta de sistema eleitoral
    a) não serão permitidas coligações em nenhuma circunstância.
    c) as eleições serão realizadas durante o recesso eleitoral do legislativo de DOIS meses, onde os parlamentares NÃO serão remunerados.
    d) A eleição para o legislativo será em regime distrital misto, onde metade das vagas serão disputadas em lista em a outra entre os candidatos mais votados em cada distrito, podendo haver distrito único que elegerá os mais votados para completar as vagas que não foram disputadas em lista.
    e) Poderá concorrer nas eleições aqueles que estivem filiados há seis meses da eleição.
    f) Não perderá o mandado o parlamentar eleito pelo distrito que mudar de partido seis meses antes do recesso eleitoral.
    g) Não serão permitidas coligações, seja para executivo ou legislativo.

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