quinta-feira, 23 de abril de 2015

“Caderno de Teses” do PT: Um Partido Para Tempos de Desespero

O PT lançou um “Caderno de Teses” (link) com sete capítulos: “Um Partido Para Tempos De Guerra”, “Resgatar O Petismo No PT”, “Mudar Mais: Por Um Novo Ciclo De Mudanças Democráticas No País”, “Contribuição Da Militância Socialista”, “O 5º Congresso Do PT: Manifesto”, “O Tempo Não Para” e “Abaixo A Política De Austeridade”. Cada capítulo foi escrito por uma “tendência” ou “chapa” do partido, a saber, respectivamente: “Direção Nacional da Articulação de Esquerda”, “Diálogo e Ação Petista”, “Mensagem ao Partido”, “Militância Socialista”, “O Partido que Muda o Brasil”, “Partido Para Todos e Na Luta” (Movimento PT/Tribo/Socialismo XXI e independentes) e “Virar à Esquerda! Reatar com o Socialismo!”

Escrito em março, logo após as manifestações contra o governo do dia 15, o calhamaço de 165 páginas (haja besteira para escrever) é o sinal evidente que a petralhada sentiu que o negócio ficou feio pra eles.

O estrupício ficou até gozado: uma mistura de desespero, com manual de guerrilha do Marighela e manifesto comunista.

Vejam só uma das pérolas em “Um Partido Para Tempos De Guerra”, escrita pela “Direção Nacional da Articulação de Esquerda”, capitaneada pelo indefectível Valter Pomar, comuna que espuma ódio contra o capitalismo pelos cantos da boca:

“10. A quarta tarefa é alterar a linha do governo. É plenamente possível derrotar a direita se tivermos para isto a ajuda do governo. É possível derrotar momentaneamente a direita, até mesmo sem a ajuda do governo. Mas é impossível impor uma derrota estratégica à direita, se a ação do governo dividir a esquerda e alimentar a direita. Por isto, o 5º Congresso do PT deve dizer ao governo: que os ricos paguem a conta do ajuste, que as forças democrático-populares ocupem o lugar que lhes cabe no ministério, que a presidenta assuma protagonismo na luta contra a direita, contra o “PIG” e contra a especulação financeira.”

É mole? Os caras não querem mais nada não? É muita cara de pau!

É lógico que eu não li tudo. Ainda. Mas vou ler para dar boas gargalhadas. Por enquanto fico com as observações de Ronaldo Caiado que leu pelo menos o primeiro capítulo e discursou no Senado a respeito.

Tive que imprimir e ler em plenário do Senado trechos do caderno de teses que o PT vai levar ao seu congresso partidário para que meus colegas acreditassem na veracidade do que está ali escrito. Um partido que está no poder há 12 anos lança um documento oficial chamado “Um partido para tempos de guerra”. Estão loucos? Um caderno que fala em “demitir ministros capitalistas”? Em argentinizar nossa credibilidade propondo o calote nas dívidas internas e externas? Em “estatizar a Rede Globo e abrí-la para os movimentos sociais”?

A lista de devaneios segue e não se acha uma proposta visando melhorar o país. Para eles, o partido está acima de tudo, o Brasil é secundário. O caderno chega ao cúmulo de pedir para eliminar qualquer criminalização de movimentos sociais. Querem criar uma nova casta, onde CUT, MST e as tropas do general Stédile ficariam inimputáveis. Livres para agir como os coletivos de Maduro, na Venezuela.

Como falei mais cedo, é sintomático que os dirigentes petistas gestados nessa política partidária tenham o DNA do autoritarismo, da aversão à democracia e da utilização das instituições como ferramentas de corrupção. E a origem de tudo isso é o Foro de São Paulo, esta organização que estabeleceu essas diretrizes para que PT e outros partidos de esquerda na América Latina se perpetuassem no poder às custas da deterioração de nossas instituições. E o pior: o principal financiador de tudo isso, como alerta Olavo de Carvalho, é o Estado brasileiro operado pelo PT.

2 comentários:

  1. (argento) ... sei não, "o caderno" tem cheiro de Kominform ...

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    1. (argento) ... http://sites.unisanta.br/revistaceciliana/edicao_08/7.pdf

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