Carlos Newton, da
Tribuna da Internet
Os jornais divulgam que o PSDB tem de indicar ao Tribunal
Superior Eleitoral, esta segunda-feira, os municípios em que pretende fazer
auditoria nas urnas eletrônicas. A exigência foi feita pelo TSE quinta-feira
passada a propósito de facilitar a organização do processo, sob alegação de que
as urnas eletrônicas têm de sofrer manutenção para eventuais eleições
suplementares.
A auditoria foi pedida pelo PSDB ao TSE no ano passado, após
a vitória da presidente Dilma Roussef com diferença de 3,4 milhões de votos.
Como se sabe, pela primeira vez desde que começou a ser usada a urna eletrônica
à brasileira, a apuração só foi divulgada a partir das 20 horas. Respondendo a
uma indagação do PSDB, o presidente do TSE, Dias Toffoli, alegou que essa
mudança no horário estava prevista na Resolução 23.399, de 2013:
“Foi uma decisão tomada por esta corte”, afirmou Toffoli,
sem acrescentar que essa inovação foi introduzida por ele próprio, na condição
de relator da Resolução. Na época, ele não chamou a atenção dos demais
ministros do TSE para as conseqüências desta inovação, que passou despercebida
pelo plenário e foi aprovada.
Toffoli fez outras
“inovações”
Toffoli deveria esclarecer muitas outras “inovações”. Por
que proibiu fiscalização dos partidos na apuração, realizada numa sala fechada
do TSE, com acesso proibido até mesmo aos ministros do TSE, segundo declarações
do corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro João Otávio de Noronha. .
Somente o presidente (ele, Toffoli) podia entrar.
As declarações do corregedor-geral são inaceitáveis e
assustadoras, porque jamais ocorrera no país uma eleição em que até mesmo as
maiores autoridades da Justiça Eleitoral estivessem proibidas de acompanhar a
apuração. Antigamente, de acordo com o próprio Noronha, os ministros do TSE
acompanhavam normalmente a contagem dos votos. Mas desta vez, só tiveram acesso
aos números quando foi anunciada, de chofre, a vitória de Dilma Rouseff, pois
embora se alegasse que a eleição ainda não estava matematicamente definida, não
havia mais a menor possibilidade de uma virada de Aécio Neves.
Facebook seis minutos antes do resultado do TSE |
Como Greenhalgh sabia?
Há muitas dúvidas sobre a apuração. Se era verdade que os
técnicos do TSE estavam incomunicáveis, não podiam nem mesmo portar celulares,
como então os petistas souberam previamente do resultado? O jornalista Felipe
Moura Brasil denunciou que o dirigente e ex-deputado José Eduardo Grennhalg
sabia do resultado, por ter postado em seu Facebook e divulgado no Twitter, às
19h26, que Dilma havia vencido a eleição. A essa hora, segundo o próprio TSE,
Aécio ainda estava na frente e só houve empate às 19h32m, mas seis minutos
antes Greenhalg já anunciava a vitória…
Idem no Twitter |
Por gentileza, não levantem a dúvida de que se tratava de
“computador desatualizado no horário de verão”. Se Greenhalg tivesse postado a
mensagem às 20h26m, jamais escreveria a ressalva de aguardar o anúncio oficial:
“Atenção: Dilma reeleita. Festejemos após o anúncio oficial do TSE essa vitória
histórica contra o fascismo, a mídia aética e o PSDB.” Como se sabe, às 20h26m,
todo o país já tinha pleno conhecimento de que Dilma vencera, os petistas
estavam comemorando e Greenhalg com toda certeza nem estava mais se distraindo
na internet.
Detalhe: à mesma hora da “apressada” mensagem de Greenhalg,
em Salvador os petistas já soltavam fogos, comemorando efusivamente a reeleição
de Dilma. Mas como sabiam, se naquele exato momento do foguetório petista Aécio
ainda estava na frente e só houve empate às 19h32m?
Apuração secreta em Minas
O mais importante é que não houve sala secreta somente em
Brasília, na contagem dos votos. Também em Belo Horizonte, no Tribunal Regional
Eleitoral, a apuração foi sigilosa e sem fiscalização, por ordem expressa do
ministro Antonio Dias Toffoli, presidente do TSE, é claro.
Confiram, por favor, o que o site da Veja publicou na seção
“Bastidores da Política Brasileira”, exatamente às 19h37m, ou seja, um minuto
após Greenhalg ter anunciado a vitória de Dilma.
“Faltando trinta minutos para a liberação do resultado da
eleição presidencial pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os resultados já
circulam freneticamente entre os tribunais regionais. Um único tribunal não
participa da conversa. Em Minas Gerais, há ordem expressa para que nenhum
número seja compartilhado com os outros TREs. Minas é, de fato, o ‘fiel da
balança’ nesta eleição. O autor da ordem é o presidente do TSE, o ministro Dias
Toffoli.”
Esta denuncia da Veja jamais foi desmentida nem pelo TSE nem
pelo TRE mineiro.
Era fácil mudar o
resultado
Com apuração secreta no TRE de Belo Horizonte e no TSE de
Brasília, ficaria mais fácil manipular o resultado, claro. Minas Gerais este
ano teve cerca de 12 milhões de votantes e o resultado apresentou Dilma com
mais 550 mil votos do que Aécio (cerca de 5% dos votos válidos). Agora, façam
as contas. Se o candidato do PSDB tivesse vencido em Minas com apenas 1,2
milhões de votos de frente de Dilma (o que significa somente 10% dos votantes
mineiros), teria vencido a eleição. E não seria nenhuma surpresa Aécio vencer
Dilma com essa pequena diferença em Minas, não é mesmo? Pense nisso.
Estes são os fatos – indiscutíveis, irrefutáveis e
inaceitáveis – que marcaram as estranhíssimas inovações desta eleição
presidencial, em que não houve transparência nem fiscalização. Se o PSDB quiser
comprovar fraude, deve se concentrar na apuração em Minas e conferir os
chamados algoritmos, que marcam a evolução dos dados. Se houve fraude, os
algoritmos indicam. Mas será que os tucanos sabem disso?
Tomando como premissa verdadeira a informação desta postagem, que o Aécio estava na frente até as 19:30, presume-se que a contagem em MG já havia encerrado, assim como a maior parte da contagem dos estados do nordeste (onde não há horário de verão), faltavam praticamente os estado da região norte onde a diferença de horário é de 2 horas. Então fica a pergunta: a Dilma deve uma vantagem de 3,4 milhões de votos na região norte?
ResponderExcluirA vantagem da Dilma na região norte foi de 1,2 milhões de votos, na região nordeste não devia restar mais de 1% de votos para serem contados (+- 500 milhões). Se a diferença de 3.4 milhões torna-se implausível, considerando verdadeiras as informações da postagem, então a própria vitória da Dilma é implausível.
Se houve fraudem em MG e Aécio venceu por 500 mil votos, ou seja, o resultado de MG teria sido o contrário do anunciado, isso representaria 2 milhões de votos de vantagem para Aécio na contagem geral. Supera a vantagem da Dilma na região norte mais a vantagem possível dos votos restantes na região nordeste.
Minhas Gerais deve ser a questão central da investigação.