A Tangerina Filmes, produtora da cineasta Tata Amaral,
poderá captar, por meio da Lei Rouanet, 1,5 milhão de reais, em renúncia fiscal,
para produzir um filme sobre José Dirceu. No documentário O Vilão da República,
em fase inicial de produção, Tata - que assina trabalhos como Antônia e Hoje -
diz querer refazer a trajetória de Dirceu, da Casa Civil à condenação por
corrupção ativa e formação de quadrilha.
Em entrevista por e-mail, a diretora preferiu se ater “às
respostas relativas ao filme e não ao fato”. Quando questionada sobre o que
pensa do mensalão, o maior escândalo de corrupção política do país, e sobre a
tese de Dirceu, que insiste em se apresentar como vítima de um julgamento
político, ela preferiu não se manifestar.
O documentário vai abordar desde o período em que Dirceu foi
ministro-chefe da Casa Civil até o final do julgamento do mensalão - no qual
ele foi condenado a 10 anos e 10 meses de prisão. “A ideia é acompanhar a
intimidade deste personagem controverso num momento importante de sua vida.
Acho que o filme pode ficar interessante e, do ponto de vista criativo, é um
enorme desafio”, diz Tata.
A cineasta pretende viajar para os EUA, Cuba e Venezuela
para ouvir uma “lista grande de pessoas”, mas diz que não fará um filme de
entrevistas, jornalístico. “É mesmo um documentário de observação. Acho que, no
Brasil, não temos a tradição de tematizar acontecimentos no calor do momento.
Este será mais um desafio do filme: trabalhar com o atual, o contemporâneo, o “'hoje”,
afirma.
De algumas entrevistas preliminares, Tata já conta com quase
vinte horas de material. “Tenho acompanhado José Dirceu, sim. É muito
interessante partilhar do cotidiano de uma pessoa num momento tão decisivo de
sua vida”, diz.
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