Não foi a puta que pariu, mas foi um puto que proporcionou o
parto.
Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde e candidato
derrotado do PT ao governo de São Paulo, disse durante a campanha eleitoral que
sua esposa, então grávida, faria o parto na rede pública do Sistema Único de
Saúde (SUS), defendido pelo casal. Hoje, os portais chapa-branca dizem que o
petista cumpriu a promessa, em razão do nascimento na quinta-feira (12), no
Hospital Municipal Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte paulistana, de sua
filha com a jornalista Thássia Alves, Melissa.
Mas o SUS de Padilha está longe de ser o SUS disponível à
população pobre do Brasil. Na verdade, está bem mais próximo do Sírio Libanês
de Lula e Dilma.
“É um SUS plus. Só o endereço é igual. O resto é tudo
diferente”, disse indignado a este blog um médico intensivista que acompanhou
os acontecimentos de perto. O parto humanizado estava programado para março,
mas Thássia foi internada na terça-feira e precisou passar por uma cesárea de
urgência devido a um quadro de pré-eclâmpsia, doença que se caracteriza por
alterações de pressão arterial que podem levar a gestante a crises convulsivas
e até à morte.
Os mortais comuns do SUS costumam dispor de um obstetra e um
pediatra e, quando o parto se complica um pouco, geralmente são dois obstetras
e um pediatra. Já Padilha contou com o dobro de médicos na sala: três obstetras
e três pediatras. Entre os primeiros, o próprio diretor do hospital que
raramente vai à linha de frente. E os outros cinco eram todos do Hospital das
Clínicas, da USP, em força-tarefa especial para o parto.
Isso mesmo: o petista chamou os médicos de sua confiança
para fazer o que tinha de ser feito dentro de um hospital público, cuja equipe
de plantonistas e residentes foi dispensada. A recém-nascida foi levada à UTI
Neonatal, onde os plantonistas também tiveram de ceder lugar a uma médica do
Hospital das Clínicas, profissional do Instituto da Criança da USP.
“Os médicos locais ficaram ofendidos, revoltados. Se você
trabalha num lugar e cai uma estrela que chama alguém de fora, estão falando
que ‘eu sou um bosta, que eu não tenho qualidade para atender o cidadão
estrelado’”, disse o intensivista. “Mas a prefeitura está nas mãos do PT. Se
alguém falar, vai sofrer retaliação”, completou, explicando que é da prefeitura
a maternidade onde Thássia ficou em quarto individual com ar-condicionado –
outro luxo exclusivo.
Para piorar, a opção pela cesárea imediata em caso de
pré-eclâmpsia, embora recomendada em outros países, é relativizada pelo Ministério
de Saúde, cujo manual sugere que ainda se poderia tentar a via normal de parto
se o bebê tiver condições de nascer. Ou seja: pode ter sido devidamente
ignorada a própria sugestão do MS, rechaçada por muita gente da área.
“[O ministro da Saúde, Arthur] Chioro faz política para
combater cesárea, dizendo que pode matar, mas o que mata é a politização de um
assunto técnico como a Medicina. Quando isso é feito, o resultado é o massacre
que a gente vê na saúde pública brasileira”, comentou a fonte.
O jogo de cena montado para validar a propaganda política do
PT e a suposta coerência de Padilha, a quem o prefeito Fernando Haddad garantiu
um emprego, também foi denunciado em nota da página Mais Médicos Fail no
Facebook, segundo a qual o casal pretendia fazer a transferência do bebê para
um hospital particular: Einstein ou São Luiz Morumbi.
Uma blogueira da Folha de S. Paulo, que deu a notícia do
parto como um cumprimento da promessa eleitoral de Padilha, escreveu a
respeito: “O post mostra ainda um bate-papo de whatsapp de algum funcionário da
unidade passando informações privilegiadas sobre a paciente e seu bebê, o que
fere o Código de Ética Médica.”
A informação sobre o bebê, na verdade, está no post e foi
devidamente reproduzida pela blogueira. A imagem do whatsapp mostra apenas
informações básicas sobre os procedimentos incomuns e privilegiados adotados
dentro de um hospital da rede pública por um político defensor do SUS na hora
em que sua família precisou de seus serviços. Desmentir em atitudes o próprio
discurso político embusteiro, sim, fere o Código de Ética humana – e é dever
moral de qualquer cidadão de bem denunciar a farsa.
De resto, desejo toda a saúde do mundo a Thássia e Melissa.
Lamento apenas que o SUS turbinado – ou plus, ou VIP, ou cinco estrelas – de
Padilha seja, ainda, um privilégio de poucos.
(argento) ... "a Propaganda é a Arma do Negócio" - uma mentira afirmada por autoridade (princípio da autoridade) dirigida à massa, torna-se crível
ResponderExcluirManipular mentes, Noam Chomsky
6- Apelar antes ao emocional do que à reflexão
Apelar ao emocional é uma técnica clássica para “curtocircuitar” a análise racional e, portanto, o sentido crítico dos indivíduos. Além disso, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para ali implantar ideias, desejos, medos, impulsos ou comportamentos...
7- Manter o público na ignorância e no disparate Atuar de modo a que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para o seu controle e a sua escravidão. "A qualidade da educação dada às classes inferiores deve ser de baixa qualidade, de tal modo que o fosso da ignorância que isola as classes inferiores das classes superiores permaneça incompreensível pelas classes inferiores". (cf. "Armas silenciosas para guerra tranquilas" )
Procedimento para o comum dos mortais: beijinho de despedida na recepção, vai pra casa e visita só no dia seguinte, de 14 as 16. Qualquer zebra no intervalo, dá uma mão de obra.
ResponderExcluirChomsky quando escreveu os paragrafos acima estava certamente pensando nos amigos paria os quais admira muito, inclusive o Putin, pois defender os russos no caso da Ucrania é mostra de demência adiantada.
ResponderExcluirConcordo com ele sobre a Arabia Saudita que é um esgoto e fico até admirada que o Chomsky não seja amigo dos saudis, muito estranho o comportamento dele sobre o assunto.
Chomsky é um carbono de todos os outros leftards que pensam ser oráculos e salvadores do planeta. Tremendamente patético.
Não é trabalhoso ser imbecil e quase sempre o sr Chomsky consegue ultrapassar a si próprio nas declarações que faz.
Pois é, sabemos muito bem o que é o SUS nesse país e o quanto a mulher e seu filho são tratados como cidadãos de segunda classe na hora de parir ( tem que aguentar mãezinha, força aí, mais um sorinho, mais manobras violentas, mais 10 horas de TP sem tomar água e sem comer, para de gritar que na hora de fazer...), lembrando que para a nova resolução defendida a plenos pulmões pelo ministro da saúde que proibe a cesariana, a pré-eclampsia não é mais pré-requisito para não tentar o parto normal.
ResponderExcluirPor fim, na ilha da fantasia do PT o tratamento no hospital público é padrão FIFA. Revoltante!
(argento) ... perguntinha sacana: alguém já viu vereador, prefeito, deputado, senador, delegado, juís, abastados ou seus familiares, atendidos em postos ou hospitais do SUS? (nas cidades pequenas é mais fácil identifica-los, porém não é tão difícil nas cidades grandes)
ResponderExcluir(argento) ,,, outra perguntinha sacana: "por que não são atendidos no SUS?"
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