domingo, 31 de maio de 2015

Quatro trabalhadores brasileiros são necessários para atingir a mesma produtividade de um norte-americano.

Folha

A distância, que vem se acentuando e está próxima da do nível dos anos 1950, reflete o baixo nível educacional no Brasil, a falta de qualificação da mão de obra, os gargalos na infraestrutura e os poucos investimentos em inovação e tecnologia no país.

Editoria de Arte/Folhapress

Fatores apontados por empresários e por quem estuda o assunto como os principais entraves para a produtividade crescer no país –e que também ajudam a explicar o desempenho fraco do PIB brasileiro nos últimos anos.

A comparação entre Brasil e EUA considera como indicador a produtividade do trabalho, uma medida de eficiência que significa quanto cada trabalhador contribui para o PIB de seu país.

O dado é do Conference Board, organização americana que reúne cerca de 1.200 empresas públicas e privadas de 60 países e pesquisadores.

Ele é importante porque mostra a força de fatores como educação e investimento em setores de ponta, que tornam mais eficiente o uso de recursos. A produtividade costuma ser menor nas empresas de trabalho intensivo.

O baixo nível educacional no Brasil é destacado pelo pesquisador Fernando Veloso, da FGV/Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), como um dos mais graves problemas para uma economia que precisa crescer e aumentar o padrão de vida da população.

"O brasileiro estuda em média sete anos, nem completa o ensino fundamental. Nos EUA, são de 12 a 13 anos, o que inclui uma etapa do ensino superior, sem mencionar a qualidade do ensino."

A média de treinamento (qualificação) que um americano recebe varia de 120 a 140 horas ao ano. No Brasil, são 30 horas por ano, destaca Hugo Braga Tadeu, professor da Fundação Dom Cabral.

A produtividade brasileira deve cair neste ano ao menor nível desde 2006 na comparação com a do americano e se aproxima do nível da década de 1950, quando o estudo se iniciou. Em 1980, um brasileiro tinha produtividade equivalente a 40% da de um americano. Hoje, ela está em 24%.

"Voltamos ao patamar dos anos 1950, mesmo com os avanços tecnológicos que ocorreram em 65 anos", afirma José Ricardo Roriz Coelho, diretor do departamento de competitividade da Fiesp.

A dificuldade de competir se acentua com a carga tributária maior, o juro alto para empréstimos, os riscos cambiais, os custos trabalhistas e os gargalos que encarecem a produção, diz o empresário.

A queda na produtividade é consequência do PIB fraco e de condições desfavoráveis, como maior inflação, que levam o setor produtivo a cancelar ou adiar investimentos.

A retração generalizada no consumo das famílias e na demanda de empresas e governos, além da piora na situação da indústria e dos serviços, foi mostrada na queda de 0,2% no PIB de janeiro a março, e a previsão é que o segundo trimestre seja pior.

MAIS DISTANTE
"O país vive uma crise de isolamento que só o distancia dos países e só se acentua", afirma o economista Cláudio Frischtak, estudioso do tema produtividade.

O isolamento se traduz não só pelo ritmo lento de avanços dentro das fábricas, como processos de inovação, diz o economista, mas também no número baixo de acordos de livre-comércio com outros países (o que dificulta o acesso a bens e serviços, inclusive os de maior tecnologia).

Outro indicador desse distanciamento é a participação de estrangeiros no mercado de trabalho. "São professores, pesquisadores, técnicos e cientistas que enfrentam dificuldades burocráticas para exercer suas atividades no país. Com isso, o conhecimento deixa de circular."

10 comentários:

  1. (argento) ... hoje, descascar uma batata me é difícil e custa caro, em batatas e em dinheiro, pois, o que sobra depois de descascada é quase a metade do seu volume; nem sempre foi assim. Culpa da idade?. Não, apenas Falta de TREINO (treinamento, prática) ...

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  2. (argento) ... duas perguntas:
    1- a Quem interessa o trenamento de um Trabalhador?
    2- a Quem Não interessa o treinamento de um Trabalhador?
    (Kepner-Tregoe - Deteção Analítica de Falhas)

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    1. (argento) ... Ford, GM, Mercedes Benz, Fiat, Peugeot, Renault, Honda, VolksWagen, Philips, General Eletric, BIC, Nife, Nike, Sansung, Glock, ... são Empresas que não Treinam? - tem algo errado aí ...

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    2. (argento) ... penso torto quando dados estatísticos são usados para "esclarescer" pontos de vista. Mas, o que falta às "elites" braZileiras é Vergonha na Cara ...

      https://www.youtube.com/watch?v=fRIsAeciWmc

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    3. (argento) ... e, nenhuma das Empresas citadas acima é Brasileira ...

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  3. Existem também fatores subjetivos, como "vestir a camisa", trabalhador insatisfeito, falta de conscientização de que o cliente tem razão. Gerenciei, há anos, o departamento mais sensível de uma multinacional, o da assist~encia técnica; tinhamos a mesma produtividade que a matriz americana; mas dava uma mão de obra descomunal no quesito motivação; e isso com salários acima do mercado e um leque de fringe benefits de dar inveja.

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    1. (argento) ... aí, nos fringe benefict, o nosso leão também é voraz, sem contar que o INSS morde o empregador mas não transfere ao trabalhador. PoiZé, guverninhos filhos da puta fazem o trabalho no BraZiu ser mais caro que na matriz "be cause" das mordidas nos "extras". Se estou certo, o salário pago, mesmo que algo acima da média, ainda eram menores que na matriz, e isso desmotiva pacarai, ne não?

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  4. (argento) ... UM Americano pega a escada, posiciona debaixo da lâmpada, sobe, troca a lâmada, desce, guarda a escada e joga fora, a lâmpada queimada, no local apropriado ...

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  5. (argento) ... hehehe, P.S (post scriptum), ... UM Latrino Americano ...

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  6. (argento) ... perdão pela correção, são Cinco - esqueceram de computar o pedreiro Amarildo que desapareceu dentro da UPP do "Cabron", digo, Cabral ...

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