sexta-feira, 20 de março de 2015

Até Montenegro, dono do Ibope, pagou propina!

Segundo a Folha, detalhes dos depoimentos do doleiro Alberto Youssef que vieram a público esta semana revelaram que, além da Petrobras, os políticos investigados também receberam propina para facilitar negócios com outras estatais. Há menções a pagamentos milionários a políticos provenientes de contratos de órgãos como o Denatran, ligado ao Ministério das Cidades, as estatais CBTU e Furnas, além de fundos de pensão dos Correios, da Petrobras e de alguns Estados e municípios. No caso do Denatran, dois ex-deputados do PP - João Pizzolatti (SC) e Pedro Correia (PE) - serão investigados pela suspeita de terem recebido propina de R$ 20 milhões.

Segundo Youssef, o Denatran fez um convênio com a Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização para a instituição passar a fazer um registro específico dos veículos nacionais. Sem concorrência, a Fenaseg contratou a empresa GRF, de Carlos Augusto Montenegro, presidente do Ibope, que seria responsável pelo pagamento da propina para realizar o serviço.

“O negócio teria rendido cerca de R$ 20 milhões em comissões para o PP, montante que seria pago em vinte parcelas, que eram pagas por um empresário de nome Montenegro, dono do Ibope”, declarou Youssef.

O doleiro também acusou o ex-presidente da CBTU, estatal federal de trens urbanos, Francisco Colombo, de ter repassado R$ 106 mil apreendidos em 2012 pela Polícia Federal no Aeroporto de Congonhas (SP) com o funcionário da Câmara Jaymerson de Amorim. O dinheiro foi pego por Colombo com Youssef dias antes e era destinado ao senador Benedito de Lira (PP-AL) e ao deputado Artur Lira (PP-AL).

Youssef relatou ainda ter informações de que havia um esquema de pagamento de suborno em Furnas, estatal do setor elétrico, que teria funcionado entre 1994 e 2001, durante o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso. O doleiro contou que nessa época atuava como operador financeiro do ex-deputado do PP José Janene, morto em 2010, que recebia propina de duas empresas contratadas por Furnas e que presenciou Janene receber suborno de uma destas empresas e que, de 1996 a 2001, a empresa repassou US$ 100 mil por mês ao PP.

O doleiro afirmou que Janene lhe disse que “dividia uma diretoria de Furnas” com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que na época era deputado federal. Youssef disse ter “ouvido dizer” que Aécio também recebia propina.

O Ministério Público não abriu inquérito contra Aécio, claro, porque “ouvir dizer” é vago demais, mas eu boto minhas barbas de molho, ibericamente, já que a expressão vem do ditado espanhol “quando você vir as barbas de seu vizinho pegar fogo, ponha as suas de molho”, do tempo em que barba significava honra e poder.

Um comentário:

  1. Ouvi dizer que capturaram um extraterrestre em Varginha (MG). Ele será julgado como cidadão brasileiro ou como estrangeiro?

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