Um acidente na madrugada deste domingo causou a explosão de
um carro na Avenida Delfim Moreira, no Leblon. O veículo, um Chevrolet Cruze,
pertencia a um motorista do Uber, que bateu na traseira de uma Mercedes GLE 350
e logo após o impacto, houve uma explosão na parte frontal do Cruze, que pegou
fogo e ficou completamente destruído. Apesar do susto, não houve feridos em
nenhum dos veículos.
O Mercedes GLE 350 pertence à juíza federal Cláudia
Valéria Bastos Fernandes Rodrigues Mello, que estava com seu marido, o músico Allyrio
Domingues de Mello Junior no banco de trás do veículo na hora da batida.
Segundo ela mesma “o
impacto foi muito forte na parte de trás do carro. Se o nosso veículo não fosse blindado, provavelmente o acidente
teria sido mais grave, e eu meu marido, que estávamos no banco traseiro,
teríamos nos machucado. Graças a Deus, apesar do susto, ninguém ficou ferido”.
Detalhe : O Mercedes GLE 350 blindado custa mais de R$ 400
mil (um usado está a venda por R$ 437.900 em Sampa - foto acima).
Como eu achei no mínimo inusitado o fato de uma juíza
federal possuir um brinquedinho tão caro, saí em busca de mais dados sobre a
meritíssima e seu marido músico, e descobri que ela é juíza titular da 4a
Vara Federal de São João de Meriti (cujo salário era de R$ 30.471,11 até o fim
do ano passado) e ele é violinista (foto).
Em se tratando de benefícios pagos a magistrados, todos
sabem como a mágica da sua multiplicação funciona (ver esquema do Globo) e que
não há limites para ela. Portanto não admira a posse de um carrinho tão caro
por talvez muitos deles.
Mas não me dei por satisfeito e achei duas notas dos jornais
O Estado de S.Paulo e Jornal do Commercio de 13 de março de 2009 revelando que “o Tribunal Regional Federal da 2ª Região
(Rio e Espírito Santo) decidiu, por 15 votos a 5, abrir processo criminal
contra a juíza federal Cláudia Valéria Bastos Fernandes Rodrigues Mello e seu
marido, o músico Allyrio Domingues de Mello Junior. Ela é acusada de corrupção
passiva, mediante venda de decisões judiciais, e, com o marido, de lavagem do
dinheiro ganho ilegalmente.”
Claudia foi acusada de receber vantagens indevidas de
distribuidoras de combustíveis para as quais deu liminares suspendendo o
recolhimento de impostos e contribuições como Cide e PIS/Confis. Pela denúncia,
essas empresas abriam escritórios fictícios nas cidades onde a juíza atuava.
Angra dos Reis e uma das cidades onde a juíza atuou e onde houve escritórios
fictícios.
Não localizei o processo, portanto, mais não ouso dizer
sobre ele.
Só como complemento, descobri também que no ano passado o Órgão
Especial do Tribunal Regional Federal da 2ª Região decidiu pelo arquivamento da
representação encaminhada pelo Sisejufe (Sindicato dos Servidores das Justiças
Federais ) contra a juíza Claudia Valeria Bastos Fernandes Domingues de Mello,
responsável pela Direção do Foro da Subseção de São João de Meriti, na Baixada
Fluminense. A magistrada foi acusada por servidores lotados na Coordenadoria de
Apoio desta Subseção de práticas que configurariam assédio moral e abuso de
autoridade.
“O Sisejufe pediu a
instauração de procedimento para apuração dos fatos em novembro do ano passado
[2015], logo após receber denúncia dos próprios servidores lotados no referido
setor, que estariam sendo expostos, de forma reiterada, a situações
constrangedoras e abusivas, que fizeram com que o ambiente de trabalho se
tornasse nocivo, levando os funcionários ao adoecimento e total desestímulo. O
departamento médico chegou a afastar todos os servidores do setor para
tratamento de saúde.
As vítimas apontam que
a juíza apresenta surtos de agressividade e se dirige aos servidores e
terceirizados de forma hostil, chamando-os de “toupeiras”, trastes e outros
termos pejorativos. Uma das colaboradoras teria sido dispensada grávida de sete
meses, sob o argumento de que não estaria dando conta do serviço. Outro
servidor foi colocado à disposição em razão de gozar de licença médica.
O Sisejufe também
recebeu denúncias que dão conta de que a magistrada requisitava estagiários,
servidores e terceirizados para realizar serviços pessoais, como comprar
medicamentos, lanches, fazer serviços bancários e buscar materiais alheios à
função. A juíza, em sua defesa, afirma que pouquíssimas vezes pediu para os agentes
realizarem tais tarefas.
Além da falta de
urbanidade e do abuso de autoridade, os relatos incluem a constante utilização
indevida do veículo oficial para fins de interesse particular da magistrada, em
descordo com os regulamentos expedidos pelo CNJ sobre a matéria, além do desvio
de função dos agentes encarregados de conduzir o veículo e alterações indevidas
nas jornadas de trabalho desses servidores.
O Sisejufe insiste que
as condutas da juíza caracterizam assédio institucional ou coletivo, ofendendo
o direito fundamental dos trabalhadores a um ambiente de trabalho saudável e,
por isso, vai recorrer ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para pedir revisão
disciplinar da decisão do TRF2 de arquivamento da sindicância.”
Eu acho que basta.
Tipo: "Você sabe com quem está falando???".
ResponderExcluirNão vai dar em nada!
Incorporado em Saiba mais sobre os valores vultosos pagos aos operadores no judiciário brasileiro, e o quanto é caro e ineficiente por causa do inchaço aqui: https://docs.google.com/document/d/1hgF00tc3ggVAgJ3h7fC7TvNMADC5H1GzWR8bxutSBHU/pub
ResponderExcluirToda a sociedade é controlada pelo sistema jurídico através das leis e de sua aplicação. Por esse motivo, as carreiras jurídicas e políticas são supervalorizadas na grade de contraprestação para se sentirem satisfeitas permitindo a continuidade do holograma psicopata. Confira por exemplo: Porque o médico, para salvar vidas, recebe 100 vezes menos do que um operador jurídico? Saiba mais: https://t.co/f7YOKMHQoP Da série "o que não querem que a gente descubra!"
ResponderExcluirVeja também (in)Justiça e as mazelas da "acultura da superficialidade" http://bit.ly/mazelas
ResponderExcluirSem uma Lava Jato no Judiciário, o Brasil não vai se desenvolver. Para limpar o Judiciário, só com intervenção militar.
ResponderExcluirJá existiu uma, e não adiantou nada...
Excluir