Correio Braziliense
O governo pretende aproveitar a ausência de tucanos ilustres
esta semana no Senado para tentar aprovar sem muita oposição o nome do jurista
Luiz Fachin para o Supremo Tribunal Federal (STF). A sabatina do advogado na
Comissão de Constituição e Justiça está marcada para amanhã, quando o
presidente do PSDB, senador Aécio Neves, e os senadores Aloizio Nunes Ferreira
e José Serra estarão em Nova York, para prestigiar o ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso. Fernando Henrique foi eleito personalidade do ano pela Câmara
de Comércio Brasil-Estados Unidos, juntamente com o ex-presidente
norte-americano Bill Clinton.
A ideia do governo em acelerar a nomeação de Fachin tem lá
sua razão de ser. A indicação do jurista para o STF enfrenta dificuldades que
vão além da simples guerra política entre governo e oposição. No último sábado,
o Correio mostrou que Fachin advogou para a Companhia de Energia do Paraná
(Copel) enquanto procurador do Estado, cuja função é defender o governo
paranaense. Embora a Copel esteja classificada como uma sociedade de economia
mista, o estado tem a maioria das ações. Em resposta ao Correio, Fachin se
limitou a dizer que havia trabalhado para a empresa.
Na última semana, o parecer do Senado que apresentou Fachin
exercendo a advocacia ao mesmo tempo em que era procurador do estado foi visto
como um problema para sua indicação ao STF. Para completar, os embates
políticos tendem a respingar na indicação do jurista, uma vez que é de praxe os
políticos usarem votações sem reflexos na economia para impor derrotas ao
governo e mandar mensagens ao Planalto.
P.S.: Reinaldo Azevedo diz que Aluizio Nunes estará presente à sabatina de Fachin, mas pouco altera, já que o senador Tasso Jereissati também embarcou para o convescote.
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