Vídeo que mostra a “agressão” de Freire
Eu ia comentar, mas Reinaldo Azevedo já disse tudo.
Assisti nesta quarta, na Câmara, a um dos espetáculos mais
asquerosos dos últimos tempos. A protagonista foi a deputada Jandira Feghali
(PCdoB-RJ), uma notória criadora de caso, que diz as mais estúpidas
barbaridades com aquele seu ar de suposta superioridade moral. E põe suposta
nisso! Seu pensamento é detestável. Sua argumentação é pilantra. Seu feminismo
é burro e obscurantista. E até Dilma Rousseff, que hoje tenta pegar carona em
tudo o que é rebarba nas redes sociais, resolveu entrar no debate. A principal
vítima da baixaria foi o deputado Roberto Freire (PPS-SP), um homem decente e
correto, de 73 anos.
Tudo começou quando o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), 43
anos distribuídos numa massa relativamente corpulenta, resolveu ter um
faniquito porque as galerias haviam jogado no plenário uma chuva de
“PTrodólares”, notas que imitavam a moeda americana, com as efígies de Dilma,
Lula e João Vaccari Neto. O comunista do Brasil surtou e, junto com os
petistas, cobrou que os manifestantes fossem retirados da Câmara. Ainda
lembrarei como os aliados de Orlando costumam ser delicados com aqueles de que
discordam.
Freire se aproximou do microfone que fica no plenário para
contraditar Silva. Um senhor de 73 anos tocou os ombros do jovem de 43 não para
agredi-lo, mas para chamar a sua atenção. Pode não ter sido o melhor meio, mas
terá sido aquilo agressão? Foi o que bastou para que Jandira, metida a Mulher
Comunista Maravilha, se pusesse entre os dois. Ora vejam! Mãe Jandira, 57,
queria proteger um correligionário de 43 da suposta agressão de um senhor de
73! É ridículo! É patético! É asqueroso! É moralmente doloso!
Ali no empurra-empurra, o deputado do PPS teria tocado ou,
sei lá, puxado o braço de Jandira, que começou a gritar feito uma doida,
afirmando que estava sendo agredida por um homem. Acusou o “machismo” de Freire
e a sua suposta truculência. O nome disso é assédio moral, é falsa comunicação
de um crime, é oportunismo político. Eu assistia a tudo enojado, quase
vomitando.
O deputado Alberto Fraga (DEM-DF) foi ao microfone em defesa
de Freire. Afirmou que estava ao lado, que assistiu a tudo e que o deputado do
PPS não havia agredido ninguém. E disparou a seguinte frase: “Quem bate como
homem tem que apanhar como homem”.
Ah, aí Jandira viu o pretexto ideal para a sua pantomima.
Como soava um pouco ridículo se dizer agredida por Freire, a deputada e outros
esquerdistas mixurucas viram em Fraga a vítima ideal. Afinal, como não cansam
de lembrar meus coleguinhas de esquerda na imprensa, ele é “coronel da reserva
da PM do DF” e membro de uma tal “bancada da bala”, inventada por jornalistas
“progressistas”.
É evidente que ao empregar o verbo “bater”, o deputado não
estava se referindo à porrada, mas ao embate natural num Parlamento. Até
porque, ali, as pessoas não trocam socos. A sua frase, em essência, é menos
sexista e discriminatória do que o teatro de quinta estrelado por Mãe Jandira.
Aliás, não há nada de sexista: ela trata é de igualdade. Num Parlamento, não
existem homens, mulheres, brancos, negros, gays, héteros… Num Parlamento,
existem representantes do povo. Qualquer discriminação de identidade reduz o
papel da representação. Se cada um se portasse de acordo com a sua condição e
votasse pensando apenas em protegê-la, jamais haveria mudança.
Ah, mas aí começou a gritaria, como se Fraga estivesse
advogando que se batesse em mulher. Infelizmente, vi e vejo essa interpretação
ser repetida nos jornais. Na Folha desta quinta, por exemplo, Bernardo Mello
Franco escreve: “Líder da bancada da bala, o deputado Alberto Fraga (DEM-DF)
(…) afirmou que uma colega merecia ‘apanhar como homem’”. FRAGA NÃO DISSE ISSO.
E MELLO FRANCO SABE MUITO BEM. ATÉ A GRAMÁTICA, NÃO FOSSE O CONTEXTO, EXPLICA
POR QUE NÃO. Na própria Folha Online, leio um desdobramento da cena lamentável
de ontem. Não há a menor menção a Freire e à origem da confusão, que explica o
resto. Não é assim que se faz.
Tenham mais respeito
Jandira Feghali foi à tribuna. Cascateou à vontade,
afirmando que quem lutou no Araguaia não teme machismo. Que nojo! Os primeiros
guerrilheiros começaram a chegar à região em 1967, quando ela tinha 10 anos e
ainda, suponho, brincava de boneca. Quando a coisa acabou, estava com 17. Não
lutou no Araguaia. “Ah, Reinaldo, ela se referia ao PCdoB…” Entendi! Agora
existe a “guerrilha herdada”. Vão se catar!
Roberto Freire era comunista quando essa escolha rendia
cadeia e morte, como, aliás, aconteceu com alguns de seus contemporâneos. Sim,
eu repudio a ideologia à qual ele estava ligado, mas tenho apreço pela coragem.
Jandira ingressou no PCdoB em 1981. Em 1985, o partido já estava legalizado. O
único risco que sempre correu é o de ser atropelada pelos fatos, pela verdade e
pela história. E Orlando Silva? É um comunista do Brasil desde 1988…
Tenham mais respeito, os dois, por Roberto Freire. Se não
têm a grandeza de reconhecer a sua coragem e a sua retidão, tenham ao menos o
decoro de não se dizer ameaçados por um homem de 73 anos, que nunca agrediu
ninguém.
Ademais, fosse para escolher, qualquer pessoa decente
ficaria com Freire, que foi comunista quando isso podia implicar tortura e
morte. Jandira e Orlando são comunistas quando isso significa poder e cargos.
Parece que Jandira vai denunciar Fraga no Conselho de Ética.
O deputado pode usar, se quiser, esse meu texto como contribuição à sua defesa.
Não o conheço. Nunca falei com ele. Mas sei que a frase “Quem bate como homem
apanha como homem”, além de ser um chavão frequentemente repetido por aí, sem
intenção machista, não significa estímulo ao espancamento de mulheres. Quer
dizer apenas que, ao escolher determinadas formas de luta, as pessoas escolhem
também a forma do contra-ataque. Só isso.
Qualquer linguista sabe que os termos são permutáveis sem
mudança de sentido:
“Quem bate como mulher apanha como mulher”;
“Quem bate como gay apanha como gay”;
“Quem bate como corintiano apanha como corintiano”;
“Quem bate como vegetariano apanha como vegetariano”;
“Quem bate como idiota apanha como idiota”.
E vai por aí.
Eu só não reconheço a validade da frase “Quem bate como
Jandira apanha como Jandira”. Sabem por quê? Porque espero que seus adversários
não adotem, na resposta, a baixeza a que ela recorreu no ataque.
Ela e Orlando Silva devem desculpas a Freire! E setores da
imprensa devem a Fraga a leitura do que ele disse, não do que ele não disse.
Têm o direito de não gostar dele, mas não o de lhe atribuir o que não lhe
pertence.
Ah, sim, quase me esqueço. No Twitter, algum estafeta de
Dilma escreveu: “A política fica menor – com p minúsculo – quando é praticada
com base no sexismo e no machismo. Minha solidariedade à deputada Jandira
Feghali, ameaçada no plenário da Câmara, na noite de quarta-feira (6), por
expor suas ideias”.
Cuidado, presidente! Quem bate como Dilma apanha como Dilma.
Fosse eu Fraga, cobraria da petista um esclarecimento. Quem fez a ameaça? Mesmo
quando se é chefe do Executivo, a calúnia e a difamação não parecem ser boas
escolhas.
O nhenhenhém “burro e obscurantista” de Jandira
A TUDO ISSO SE DÁ O NOME DE: TÁTICAS COMUNISTAS...E EU FICO PASMO...COMO A OPOSIÇÃO NÃO ENXERGA ISSO!!!...COMUNISTAS...SÃO COMUNISTAS!!!...SÃO ERRADOS!!!...SÃO PELO AVESSO!!!...ENCAPETADOS!!!...COISA DO MAL!!!...ACORDA GENTE!!!...
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