segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Obama, o Nobel da Paz, armou o Leste Europeu: O que Trump e Putim podem fazer?

Deu no site Fort Russ

No dia 6 de janeiro, centenas de tanques, caminhões e outros veículos militares dos EUA foram descarregados no porto alemão de Bremerhaven. O navio de transporte “Resolve” entregou a carga como parte do descolamento do grupo da 3ª Brigada Blindada de Combate, integrante da 4ª Divisão de Infantaria, para a Europa Oriental. No dia 8 de janeiro, chegaram carregados à costa alemã mais dois navios de transporte dos EUA, o “Freedom” e o “Endurance”.

Em Bremerhaven, os veículos militares foram transferidos a vagões e transferidos para seus locais de destino, atravessando Alemanha e Polônia. Segundo as Forças Armadas Unificadas da Alemanha [Bundeswehr], o transporte dessas forças militares exigiu 900 vagões, numa cadeia de 14 km de comprimento total.

O Pentágono não informou sobre o destino de suas tropas em território europeu, mas especula-se que os soldados norte-americanos foram sendo levados primeiro a Romênia, Bulgária e Lituânia.

Os planos de Washington para instalar uma brigada blindada na Europa Oriental foram divulgados em abril do ano passado. Segundo o comandante do EUCOM (Comando Europeu das Forças Armadas/European Command of the US Armed Forces), general Philip Breedlove, trata-se de uma reação contra as políticas “agressivas” do Kremlin. No papel, o plano dos EUA parece impressionante: devem ser deslocados para o leste da Europa 4.200 soldados, 250 tanques, howitzers e veículos militares, bem como 1.700 outros veículos de transporte.

A decisão de deslocar essa 3ª brigada para a Europa custou muito cara ao Pentágono. A Casa Branca anunciou que o deslocamento planejado de mais armas e equipamentos para a Europa, para 2017, custaria mais de $3,4 bilhões. Esse número é quatro vezes mais alto que o previsto no orçamento de 2016.

A nova brigada será diferente das duas outras já estacionadas pelo Exército dos EUA na Alemanha e na Itália. Não serão construídos mais alojamentos na Polônia, Romênia, Bulgária ou nos países do Báltico. O pessoal e o equipamento dessa brigada serão trocados a cada nove meses e fracionados em unidades melhores que cobrirão, rotativamente diferentes países. Assim fazendo, Washington insiste que não estaria agredindo a Lei OTAN-Rússia de 1997, pela qual a aliança estaria impedida da instalar “forças de combate substanciais” na Europa Ocidental.

Os planos do Pentágono provocaram forte reação do Kremlin. O representante permanente da Rússia na OTAN, Alexander Grushko, declarou que “estão cada vez mais complicando relações já muito difíceis” entre Rússia e OTAN. O enviado da Rússia caracterizou as intenções dos líderes militares dos EUA como “mais um passo na direção de reforçar a transição da OTAN na direção de esquemas de segurança cada vez mais confrontacionais”.

Esses planos serão modificados quando Donald Trump assumir o poder? Como a Rússia pode responder aos reforços para a OTAN na Europa Oriental?


Um comentário:

  1. Pelo que eu sei, a presença de força militar da OTAN na Europa oriental está sendo pedida pela Polônia há meses. Não tento nem imaginar o que está por trás disso tudo, mas que não pode ser boa coisa, isso não pode.

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