sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Ruim com Temer, pior sem ele

É preciso dar força a Michel Temer, por ser a única alternativa de que o país dispõe

Carlos Newton

Conhecida como “Ilha da Fantasia”, Brasília faz jus à fama. É o paraíso dos boatos, do vazamento de informações e da plantação de notícias. Às vésperas da confirmação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, a capital da República já vive a expectativa do dia seguinte. A crise política, econômica e social é devastadora e o tal plebiscito para Dilma convocar eleições não consegue ser aceito nem mesmo pelo PT. Não há opção no momento e a alternativa que resta aos cidadãos de boa vontade é dar força ao governo Temer e contribuir para tirar o país desse atoleiro, uma missão nada fácil.

Temer não é nenhum grande líder popular, mas deve-se reconhecer que está indo bem nesse governo provisório, na medida do possível, com uma base parlamentar inconsistente e que começa a sofrer boicote por parte do PSDB e do DEM, já preocupados com a eleição presidencial de 2018.

Deve-se reconhecer também que Henrique Meirelles, embora represente o sistema financeiro, é o nome mais indicado para conduzir a economia em meio a esse vendaval, e justamente por isso o próprio Lula da Silva tentou repetidas vezes  lhe entregar essa tarefa, mas a então presidente Dilma jamais aceitou.

Assim como Temer é muito  melhor do que Dilma, sem dúvida Meirelles se mostra incomparavelmente superior a Antonio Palocci, Guido Mantega, Joaquim Levy e Nelson Barbosa, seus antecessores.

Lembro de um bom amigo, o juiz Francisco Horta. Ele  era presidente do Fluminense, criou um lema sensacional para levantar o moral do time e deu certo – “Vencer ou vencer”. É só o que resta aos brasileiros, nesta fase tenebrosa, para possibilitar o país possa sair da UTI econômica e respirar sem aparelhos, digamos assim.

Por enquanto, não há alternativa. O Brasil tem de dar força ao governo. Mas tudo tem limites. A opinião pública precisa estar atenta e atuante para evitar exageros nas reformas da Previdência Social e das leis trabalhistas. Afinal, os trabalhadores não são culpados pela derrocada econômica. Muito pelo contrário, são as principais vítimas e não podem continuar a ser penalizados.

O poder público – Executivo, Legislativo e Judiciário – é que deveria dar o exemplo, mas as autoridades não se mostram interessadas pelo bem comum; sempre demonstram maior preocupação com os interesses próprios.

O fato – concreto e indiscutível – é que o Brasil vive hoje também uma crise de lideranças, sem a menor expectativa de que até 2018 surja algum político confiável, realmente voltado para melhorar a qualidade de vida do povo, reduzir as desigualdades  e ampliar a justiça social.

Basta dizer que o maior líder brasileiro se chama Lula da Silva, apesar de todos os crimes cometidos e da degradação moral de sustentar com recursos públicos a própria amante, dando a ela um emprego altamente remunerado como chefe de Gabinete da Presidência da República, com direito a cartão corporativo e a viagens internacionais ao lado do generoso e romântico chefe do governo.

Mesmo com esse currículo grotesco e com as demonstrações de enriquecimento ilícito dele e da família, Lula continua a liderar as pesquisas de opinião para as eleições presidenciais de 2018. É por isso que se torna absolutamente necessário que os cidadãos de boa vontade demonstrem apoio ao impeachment de Dilma Rousseff, porque Michel Temer é a única alternativa de que o país dispõe, na fase nebulosa que vivemos, para evitar a volta de Lula.


Um comentário:

  1. (argento - o motor da história não é a luta de classes, mas a Política) ... Temer?, sacrebleu! ...

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