Por todos os motivos, minha geração ficou traumatizada com
militares e passou toda essa raiva, medo e antagonismo às gerações seguintes
por associá-los à memória dolorosa da ditadura. Mas, com a democratização e sua
correta atuação, as Forças Armadas ganharam prestígio e popularidade e hoje são
a instituição em que a população mais confia. E os políticos, a menos
confiável.
Elas são uma das instituições mais democráticas do país, na
igualdade de oportunidades para brancos e pretos, pobres e ricos, homens e
mulheres, crentes e ateus, com suas promoções, responsabilidades e salários
baseados no mérito e em resultados. Garantem estudos de qualidade e cursos de
especialização, formam bons profissionais no princípio da disciplina e da hierarquia,
da ética e da disposição de servir ao país.
Depois de toda a desilusão com ministros políticos e os
estragos que fizeram, por que não tentar militares com formação,
especializações e experiências que os capacitem a ocupar uma pasta-chave como a
Infraestrutura? Justamente onde abundam as ratazanas que se alimentam de obras
públicas, propinas e concorrências fajutas, onde obras fantasmas, sem sair do
papel, consomem milhões e enriquecem uns poucos, como o trem-bala de Dilma,
como as milhares de obras paradas pelo país. O ideal é um general para comandar
com mão de ferro essa missão contra a corrupção sistêmica e pela melhoria das
obras públicas.
Para parlamentares chantagistas e empresários gulosos
habituados a lidar com políticos habilidosos no caminho das verbas e dos contratos,
negociar com um general durão na Secretaria de Governo vai ser osso. E
certamente é muito mais raro flagrar um corrupto entre militares do que entre
políticos e empresários, como temos visto.
Será que militares com boa formação não serão mais adequados
e eficientes no governo do que sindicalistas ligados a partidos? Mas militares
qualificados em cargos de comando do governo não significam nenhuma
militarização do país, só o descrédito e a raiva do poder político civil.
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