Nadi Nadais
O CUME
Poesia tradicional portuguesa
No cume daquela serra
Plantei uma roseira
A rosa no cume cresce
A rosa no cume cheira
Quando cai a chuva grossa
A água o cume desce
O orvalho no cume brilha
O mato no cume cresce
Mas logo que a chuva cessa
Ao cume volta a alegria
Pois volta a brilhar depressa
O sol que no cume ardia
E quando chega o Verão
E tudo no cume seca
O vento o cume limpa
E o cume fica careca
Ao subir a linda serra
Vai-se o cume aparecendo
Mas começando a descer
O cume se vai escondendo
Quando cai a chuva fria
Salpicos no cume caiem
Abelhas no cume picam
Lagartos do cume saem
E à hora crepuscular
Tudo no cume escurece
Pirilampos no Cume brilham
E a lua no cume aparece
E quando vem o Inverno
A neve no cume cai
O cume fica tapado
E ninguém ao cume vai
Mas a tristeza se acaba
E de novo vem o Verão
A neve do cume sai
E todos ao cume vão
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