segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Constatação óbvia da DataFalha: 26% dos evangélicos não pensam

E acho pouco.

A maioria dos brasileiros –8 em cada 10– diz que não costuma levar em conta a opinião de seus líderes religiosos quando eles fazem campanha por algum candidato, mostra pesquisa Datafolha (que não computou os 8% que declaram não ter religião). Entre os 19% que consideram as recomendações de seus guias de fé, 4% o fazem apenas se o pleiteante ao cargo for ligado à sua igreja.

A parcela evangélica que dá ouvidos a seus pastores é um pouco mais alta do que a média –26%, taxa que sobe para 31% entre fiéis neopentecostais (fatia que abrange igrejas como Universal e Renascer).

Isso na teoria. Na prática, 9% disseram já ter votado em alguém indicado por sua liderança religiosa, número similar aos 8% verificados em sondagem de quatro anos atrás.

Novamente, evangélicos (16%), sobretudo os neopentecostais (28%), se revelam mais suscetíveis à recomendação de suas congregações. Ainda sim, uma minoria dentro desse universo religioso.

Possível explicação para esse fenômeno: entre os que se dizem católicos, muitos não são praticantes, portanto são menos propensos a seguir eventual orientação do clero. Fora que a Igreja Católica tem como regra evitar apoio explícito a um ou outro candidato. Sem um poder central –um líder único, como o papa–, cada denominação evangélica decide se endossa um nome.

“E muitas vezes a influência desses líderes é supervalorizada. A tendência observada nas eleições sugere que os eleitores estão mais autônomos e seletivos, buscando um voto pragmático que ajude na resolução de seus problemas cotidianos”, afirma Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha.

Para Gerson Moraes, professor de teologia e de política da Universidade Presbiteriana Mackenzie, é errado tratar evangélicos como uma massa uniforme. “Por exemplo, grupos históricos, em geral mais escolarizados, têm a visão de que a igreja pode ser a consciência do Estado, mas jamais dominar o Estado.”

O tanto de influência política revelado pela pesquisa pode não ser dominante, mas, como afirma Paulino, também “não é desprezível”. A imagem do prefeito do Rio, Marcelo Crivella, é um bom exemplo: “Sua reprovação, que atinge 40% no total, cai para 26% entre os pentecostais e para apenas 6% entre os neopentecostais. Juntos, os segmentos representam um terço da população carioca”.

Ainda que tenda a não se alinhar com instruções políticas vindas da igreja, o eleitor não coloca a fé em segundo plano na hora de ir às urnas. O Brasil é um país que crê (98% acreditam em Deus) e é sobretudo cristão. A presença evangélica dobrou de 2000 para cá: de 15,4%, segundo o Censo, para os atuais 32% detectados no Datafolha. Já católicos murcharam de 73,6% para 52%.

Nos dias 27 e 28/9, o Datafolha apresentou a 2.772 entrevistados de 194 cidades três hipóteses: um presidenciável católico, um evangélico e um ateu. O cenário mais favorável foi o do católico: 25% votariam nele com certeza, 49% talvez e 16% de jeito nenhum (os 10% restantes vêm de outras respostas, inclusive de quem não quis opinar). Os índices para o evangélico, respectivamente: 21%, 46% e 24%.

O ateu levou a pior: só 8% não titubeariam em escolhê-lo, 33% cogitariam e 52% jamais o elegeriam. Entre neopentecostais, a resistência ao político descrente chega a 67%.

A derrota de Fernando Henrique Cardoso na corrida de 1985 à Prefeitura paulistana é em parte creditada à sua oscilação quando o jornalista Boris Casoy lhe perguntou: “Acredita em Deus?”. Limitou-se a reclamar: “Essa pergunta o senhor disse que não me faria”.


3 comentários:

  1. Oi,turma do toma mais uma!
    Os animais selvagens da extrema esquerda atacam novamente:
    Estudantes que assistiam ao filme de Olavo de Carvalho são agredidos
    https://www.youtube.com/watch?v=u6oNjk2YLd0

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    1. Eles querem a democracia, Ana, a gente é que não entende...

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    2. Oi,sr. Ricardo e Leitores do toma mais uma!
      Eu acho que a tendencia é piorar,pois nao se tomam as providencias necessarias para eliminar estes vandalos.
      Nas escolas quando um aluno se porta mal ele pode ser expulso.
      Mas nas universidades nao.
      Invadem reitorias ,destroem tudo e as diretorias nada fazem.
      Obvio ,pelos professores e diretores destas instituiçoes serem da mesma religiao politica que os vandalos.

      Vejam essa:
      Mais um artista esquerdopata fazendo sua performance maluca,mas desta vez ele teve o tratamento que merece:
      http://pioneiro.clicrbs.com.br/rs/geral/cidades/noticia/2017/10/bailarino-ficou-8-horas-amarrado-depois-de-ser-parado-por-guardas-durante-performance-em-caxias-do-sul-9968079.html

      http://pioneiro.clicrbs.com.br/rs/geral/cidades/noticia/2017/10/performance-em-praca-e-confundida-com-surto-e-bailarino-e-levado-para-atendimento-psiquiatrico-em-caxias-do-sul-9967971.html

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