Miss Pó Compacto |
Isso é que eu chamo de hipocrisia! Vanessa é crítica
declarada da terceirização da gestão de presídios no Amazonas.
Crítica declarada da terceirização da gestão de presídios no
Amazonas, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) teve como doadores de sua
campanha para a prefeitura de Manaus, em 2012, quatro empresas ligadas ao grupo
que administra cadeias no estado do Norte. Somadas, as quantias chegaram a R$
2,890 milhões, o equivalente a cerca de 20% do total recebido (R$ 13,450
milhões). Em nota, a senadora disse que todas as doações foram legais e
declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Para realizar as doações, foram usadas duas firmas com
relação direta com a gestão de prisões no Amazonas: a Auxílio e a Rh Multi
Service. A primeira fez as maiores doações: dois depósitos que somaram R$ 1,340
milhão. Já a Rh Multi colaborou com R$ 190 mil. As empresas são controladas
respectivamente pelo presidente da Fecomércio-CE, Luiz Gastão Bittencourt, e
por seu filho Luiz Fernando Bittencourt. Os dois empresários estão por trás de
uma rede de 12 firmas que controlam direta ou indiretamente até hoje a gestão
terceirizada de presídios no Amazonas. De 2010 até hoje, esse mercado já
movimentou R$ 1,1 bilhão.
Outras duas empresas com sede no Ceará, que também pertencem
à família Bittencourt, foram usadas para irrigar a campanha de Grazziotin: a
Serviarm (R$ 360 mil) e a Serval (R$ 1 milhão).
Conforme o GLOBO mostrou no último domingo, a Serval também
foi usada em 2014 para irrigar com R$ 1,2 milhão a campanha do atual governador
do Amazonas, José Melo (PROS). A Auxílio doou outros R$ 300 mil.
No caso de Grazziotin, uma curiosidade a mais é sua postura
crítica à privatização da gestão de presídios. Em artigo publicado na
"Folha de São Paulo", nesta terça-feira, ela chegou a citar o fato de
as empresas terem doado para a campanha de José Melo.
“No Amazonas, há ineficiência da empresa privada que opera
os presídios. Há sobrepreço do contrato (triplo da média nacional), que já
consumiu, de 2010 a 2016, R$ 1,1 bilhão do dinheiro público, parte dos quais
irrigaram campanhas do governador e seus aliados”, disse no artigo.
Em nota divulgada nesta quarta, a senadora disse que
"com o objetivo de confundir a opinião pública, está sendo vítima de
ataques nas redes sociais, onde buscam relacionar uma das empresas que doou
para a minha campanha com outras que sequer fizeram parte da minha lista de
doações".
Grazziotin também afirmou: "Se o objetivo é me
intimidar, não conseguirão, muito menos com ilações grotescas. Sigo firme no
meu compromisso de fiscalizar as ações dos governos e de legislar em prol do
bem comum".
A senadora também voltou a fazer críticas à terceirização de
presídios no Amazonas: "Como tenho cobrado publicamente, quem deve
explicações, são os investigados na Lava Jato, nos casos de corrupção
amplamente investigados pela Justiça; além do Governo do Amazonas e as
empresas, pelas rebeliões e 64 mortes bárbaras, sem contar os fortes indícios
de superfaturamento do contrato dessas empresas com o Estado, como apontam
órgãos de controle e fiscalização".
Nenhum comentário:
Postar um comentário