Paulo Briguet
Hoje quero falar de um herói brasileiro: o professor de
História que não é de esquerda. É verdade que todo ofício tem os seus ossos,
mas o ofício do professor de História não esquerdista é um ossuário do Khmer
Vermelho. Nada se compara às dificuldades deste mártir da educação. Perto dele,
nossos problemas são idílicos.
Quando um petista fica sem argumento, costuma encerrar a
discussão bradando: “Vá ler um livro de História!” Pois é. Esse professor leu.
O problema é que leu não apenas um, mas vários livros. Não se limitou às obras
recomendadas pelo MEC e abençoadas pelos discípulos de Paulo Freire; foi muito
além. Tanto leu que acabou por descobrir as grandes farsas criadas pela
esquerda para reescrever a história segundo a cartilha socialista.
Todos os dias ele arrisca sua reputação e o seu salário nas
salas de aula – apenas por amor à verdade.
O professor de História que não é de esquerda tem uma
característica: ele sempre é muito bom. Só assim, sendo o melhor no que faz e
tornando-se indispensável para as escolas sérias, ele consegue sobreviver ao
bombardeio maciço dos colegas esquerdistas. O mestre não esquerdista precisa
ter um conhecimento vasto, profundo e entusiasmante da matéria que leciona. Se
ele é muito bom, sobrevive. Os companheiros dizem: “Ele é direitista, mas...”
Ao menor vacilo, no entanto, o tapete lhe será puxado.
E notem bem: o professor de história que não é de esquerda
não precisa obrigatoriamente ser de direita, conservador ou coisa que o valha.
Basta que ele não comungue das teses da esquerda. O simples fato de ter uma
religião ou acreditar que Idade Média e trevas não são sinônimos já faz dele um
perigoso inimigo. Citar os 100 milhões de mortos do comunismo ou dizer,
candidamente, que nenhuma experiência socialista deu certo na história, ah,
isso já é praticamente um atestado de fascismo. Se ainda por cima disser que
Che Guevara fuzilou mais que o pior inquisidor queimou ou lembrar que as
pessoas fogem de Cuba e não para Cuba, aí já é um delegado Fleury consumado.
Por isso, eu rendo aqui a minha homenagem a esse discreto
herói brasileiro que todos os dias arrisca sua reputação e o seu salário nas
salas de aula – apenas por amor à verdade. Comparável a ele só existe um: o
estudante universitário não esquerdista.
Vamos lembrar que um bom professor de história, também recebe pedradas da direita. Por sinal, eu publiquei um ensaio sobre a disciplina de história no Limbo Filosófico:
ResponderExcluirhttp://limbofilosofico.blogspot.com.br/2016/10/a-extincao-da-disciplina-de-historia.html
(argento - eleitor em greve à procura de político Probo) ... em proveito da História contemporânea, revela-se mais uma "crise", a do sistema prisional, onde presos se matam para diminuir a superlotação, segundo nosso secretário (careca lustrada a óleo de peroba), do atual guverno ...
ResponderExcluir... "o professor de história que não é de esquerda não precisa obrigatoriamente ser de direita, conservador ou coisa que o valha. Basta que ele não comungue das teses da esquerda".
ResponderExcluirSe não for de esquerda nem de direita ele com certeza vai ser de direita (vai ser de centro, mas esse não existe, então é direita mesmo, direita democrata). Mas, tenho certeza que a mesma ideia de uma suposta "nova direita", passa por uma nova esquerda, que não comunga as tradições Marxistas somente. Defina esquerda? Onde essa discussão vai parar? Se, ainda hoje, considerarmos cuba um modelo de país comunista, na lógica do texto, frágil, aí estamos no século XX, e não estamos falando de História e sim de Geografia.
Meio confuso...
ExcluirVocê é de esquerda ou de direita? Porque se for de direita porque usa uma frase do Fernando Gabeira ? Você sabe quem foi Gabeiro certo ?
ResponderExcluirMeu caro anônimo:
ExcluirPrimeiro, o que é que o fiofó tem a ver com as calças, se o que Gabeira disse é apenas uma verdade?
Depois, o Gabeira de hoje não tem nada a ver com o do tempo da ditadura. Ele já cansou de declarar que seu radicalismo de esquerda foi um grande erro.
Ainda que ele tenha hoje uma posição política de esquerda (o que não deve nem ser mais o caso), Gabeira é extremamente ponderado e lógico em tudo que diz. Se for o caso, é um sujeito com quem se pode dialogar.
Não há porque não ter uma frase dele como subtítulo do meu blog.
Além do mais a frase representa uma verdade inabalável...
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