Por Adolfo Sachsida, publicado pelo Instituto Liberal
Esse artigo tem um único objetivo: acabar com a mentira de
que os pobres americanos não tinham acesso a saúde gratuita. ANTES mesmo da
aprovação do OBAMACARE existiam dois programas públicos de saúde nos Estados
Unidos: Medicaid e Medicare.
Medicare é um programa de seguro social que serve mais de 44
milhões de segurados (números de 2008). O programa custa em torno de 432
bilhões de dólares, ou 3,2% do PIB americano em 2007. Medicaid é um programa de
bem estar social (ou proteção social) que atinge aproximadamente 40 milhões de
pessoas (números de 2007) e custa aproximadamente 330 bilhões de dólares, ou
2,4% do PIB americano em 2007.
O Medicaid é um programa para ajudar os mais pobres,
enquanto o Medicare é destinado a população idosa. Isso mesmo amigos, bem ANTES
do Obamacare os mais pobres e os mais velhos já tinham acesso a programas
públicos de saúde. O que a televisão não te diz é que o problema de falta de
acesso a saúde nos EUA não esta localizado nos mais pobres, mas sim na classe
média baixa.
A classe média baixa americana tem renda alta demais para
ser elegível para o Medicaid, e geralmente é nova demais para ter acesso ao
Medicare. Essa classe média baixa americana tem problemas bem sérios para ter
acesso a hospitais e medicamentos. Isso ocorre pois o tratamento médico nos EUA
é razoavelmente caro.
Não discuto o mérito do Obamacare (mas deixo claro que sou
contra esse programa), mas é fundamental que a imprensa pare de falar besteiras
a respeito dos programas de saúde pública nos EUA. Note que o Medicaid e
Medicare foram responsáveis por gastos públicos da ordem de 5,6% do PIB
americano (dados de 2007, ou seja, bem antes do Obamacare). A imprensa
brasileira simplesmente omite esse fato e diz que o Obamacare leva saúde a
população pobre americana (o que é uma mentira). A população pobre americana já
era antes atendida pelo Medicaid. Além disso, vários programas PRIVADOS já se
destinavam a ajudar em tratamentos médicos da população de mais baixa renda.
Repito: a dificuldade grande no que se refere a saúde nos EUA esta localizada
na classe média baixa americana.
Como alguém que foi professor de economia nos EUA (na
Universidade do Texas), e que já ministrou algumas aulas sobre economia da
saúde, deixo aqui registrada minha opinião sobre o assunto. Existem ao menos
quatro grandes problemas com os custos da saúde nos EUA:
O primeiro refere-se aos custos com advogados. Como vários
litígios nos EUA acabam por responsabilizar o médico (ou o hospital), isso
implica em pesados custos jurídicos na oferta de saúde.
O segundo problema refere-se a uma espécie de corrida por
tecnologia (similar a uma corrida armamentista) em alguns hospitais. Isso
implica em custos crescentes por tecnologias que nem sempre são tao mais
eficientes.
O terceiro problema refere-se ao lobby médico que dificulta
a entrada de médicos de outros locais do mundo nos EUA, e também dificulta a
abertura/formação de novos cursos de medicina. Por fim, a questão das patentes
de remédios nos EUA é certamente responsável pelo alto preço dos medicamentos
nos Estados Unidos (mas também é responsável pelo alto índice de inovação nos
medicamentos, a questão aqui realmente é bem complicada).
Sem combater ou encontrar alternativas para os quatro
problemas acima os tratamentos de saúde continuarão caros nos EUA. Claro que,
sejamos francos, o problema da saúde no Brasil é muito mais sério.
(argento - eleitor em greve à procura de político probo) ... Tleca SAP: para o braZileiro Mídio, nunca houve programas de saúde para os pobres nos Estados Unidos antes do Obama Care ...
ResponderExcluir(argento - eleitor em greve) ... "Obama é O Care" ...
ExcluirDeixa ver se eu entendi. O Adolfo é contra o Obamacare, mas não disse se é contra os outros dois programas. O texto deixa bem claro que existem dois programas de saúde nos EUA, que são anteriores ao Obamacare, mas a maioria da população não tem alcance a nenhum dos dois. Então eu pergunto, qual é a diferença entre não existir e não esta ao alcance?
ResponderExcluirO Obamacare não é eficiente, mas a única maneira de algo se tornar eficiente, é existindo. O raciocínio do Adolfo equivale ao seguinte raciocínio: se a democracia não funciona como ele gostaria, então ela deve deixar de existir.
Meu recado para o Instituto Liberal é o seguinte: alguém que se baseia em ideias pré concebidas, pode se tudo, menos liberal.
A primeira frase do artigo, Milton, é : "Esse artigo tem um único objetivo: acabar com a mentira de que os pobres americanos não tinham acesso a saúde gratuita."
ExcluirEu acho que ela explica a sua dúvida sobre o Adolfo ser ou não contra os programas anteriores. A opinião dele sobre o Obamacare é tão irrelevante para o contexto que ele a colocou entre parêntesis.
Quanto a ideia preconcebidas eu não vi nenhuma.