O muro de Clinton em Tijuana |
A fronteira que separa o México dos Estados Unidos é
conhecida pela grande presença de grupos migratórios ilegais – a maioria
formada por mexicanos –, que se deslocam em direção ao norte em busca de
melhores condições de vida. Por esse motivo, os EUA resolveram construir, a
partir de 1994, um muro entre os dois países e dificultar o processo de entrada
de imigrantes oriundos do sul no país. Essa construção é popularmente conhecida
como Muro do México ou Muro México/EUA.
A construção do muro do México por parte dos Estados Unidos
representa, em termos, uma contradição. Isso porque o início de sua construção
ocorreu no mesmo ano da consolidação do NAFTA (Tratado Norte-Americano de Livre
Comércio), um bloco econômico que, apesar de ser meramente comercial, teria a
função de propiciar uma maior integração entre os países-membros que, além dos
dois países citados, também engloba o Canadá ao norte (sem muros, nesse último
caso).
Atualmente a extensão do muro entre México e Estados Unidos
é de aproximadamente 1.130 quilômetros, cerca de um terço da fronteira entre os
países. Em alguns pontos, ele é uma “parede” simples, de altura não muito
elevada e com algumas proteções em seu topo. Em outros lugares, no entanto, ele
é composto por dois muros e um espaço entre eles por onde passam veículos
militares e de fiscalização, além de contarem também com algumas torres de
observação e militares preparados para, quem sabe, abater os eventuais
invasores.
Estima-se que, desde a sua construção, milhares de
imigrantes ilegais foram barrados tentando, de uma forma ou de outra,
ultrapassar os limites impostos pela barreira construída. Estima-se também que
outros milhares conseguiram burlar os limites e as restrições, conseguindo
chegar ao seu destino: as terras estadunidenses. Um outro dado diz que 5,6 mil
imigrantes ilegais morreram tentando ultrapassar a fronteira, não
necessariamente no muro construído, sendo muitas dessas mortes nas áreas desérticas
que se encontram entre os dois países.
Muitas críticas são realizadas ao Muro do México, que é
inevitavelmente comparado com outros muros que dividem ou dividiram o mundo,
como o Muro de Israel e o antigo Muro de Berlim. Muitas análises afirmam que ele
divide muito mais do que dois países, mas dois “mundos” diferentes: um moderno
e desenvolvido (mas com problemas na geração de empregos) e outro atrasado e
subdesenvolvido, apesar das melhorias econômicas e sociais das últimas décadas.
Outra crítica apontada sobre a construção desse muro é o
caráter dual por parte do governo dos Estados Unidos, que sempre barrou a
entrada da população mexicana, mas que não se deteve em enviar para o país,
sobretudo nas regiões de fronteira, várias empresas e indústrias
multinacionais, que empregam a população local sob baixos salários e condições
precárias de trabalho. Nesse contexto, várias cidades surgiram nessas regiões,
marcadas pela urbanização acelerada, a marginalização social, o intenso tráfico
de drogas e todas as contradições sociais de lugares marcados pela concentração
de renda e o desvio de interesses. Entre essas cidades, os exemplos mais
evidentes são Tijuana e Juarez.
Em alguns pontos, o muro separa cidades e aglomerações
urbanas historicamente construídas naquela região. Há vários relatos de
famílias e parentes que se viram divididos pelo muro, sem poderem obter
contatos constantes após a sua construção. Para aumentar o número de críticas e
reclamações, somam-se os grupos ambientalistas que acusam a fronteira de
separar animais de suas fontes de alimento ou de suas áreas de reprodução,
causando a diminuição ou até a extinção de determinadas espécies.
Embora tais críticas aconteçam desde o início da construção
do Muro do México, o governo norte-americano jamais cedeu a qualquer tipo de
pressão. Após os atentados de 11 de setembro de 2001, inclusive, o então
presidente George W. Bush intensificou a fiscalização do muro e da fronteira,
fato continuado por seu sucessor, Barack Obama, que dobrou o número de
funcionários para a vigilância e expandiu algumas partes do muro, reformando
outras.
Podemos dizer que, em termos gerais, a construção do Muro
entre México e EUA é um dos grandes marcos das relações políticas, econômicas e
diplomáticas entre os países do chamado “Norte desenvolvido” com o “Sul
subdesenvolvido”, demarcando mais do que simplesmente fronteiras políticas.
Sem PALABRAS!!!!!
ResponderExcluirPodemos dizer que, em termos gerais, a construção do Muro entre México e EUA é um dos grandes marcos das relações políticas, econômicas e diplomáticas entre os países do chamado “Norte desenvolvido” com o “Sul subdesenvolvido”, demarcando mais do que simplesmente fronteiras políticas.
Custa acreditar,apenas isso.Que tristeza.
Pedro M Gorrochotegui.
Pedro, você deturpa as palavras de uma tal maneira que não dá nem para argumentar. Desde quando eu elogiei o muro se eu apenas apresentei fatos?
ExcluirRealmente este muro já existe como expressado no post. E a questão ambientalista é real. O Coiote animal canino selvagem desta região, vive e caça nos dois países sem restrição de fronteira. Esta atitude deste animal foi que deu o nome aos profissionais de contrabandear pessoas de Coiotes. Existem inúmeros outros animais que fazem o mesmo. De El Paso até Bronsville, existe um rio, o Rio Bravo/Grande, que tem inúmeras represas de irrigação com aproximadamente 1.350 km.
ResponderExcluirÉ uma fronteira natural, e onde vão construir muro? No lado do Texas?
Aí o México não tem nada a haver com isto.