terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Viado

“Viado, viado, viado” – gritavam uns.

“Bicha, bicha, bicha” – gritavam outros.

Acabou o jogo e todos foram para casa jogadores e torcedores, nem alegres nem tristes. Afinal, o zero a zero tinha sido um resultado justo para Fluminense e Flamengo.

- Mas e o juiz, xingado de mais de vinte sinônimos de homossexual pela torcida?

- Ah, ele foi visto em uma famosa churrascaria da Zona Sul traçando uma picanha com a mulher e dois filhos.

- Mas ele não é viado?

- Não, claro que não!

- E ele não vai processar os clubes?

- Não! É normal as torcidas se manifestarem assim.

- E se ele fosse viado?

- Bom, aí seria outro problema...

- Como assim?

- Homofobia. O time cuja torcida xingou o juiz poderia perder o mando de campo nas próximas partidas e o clube multado.

- Peraí: quando o cara não é homossexual, ser chamado de viado não é nem xingamento e quando é vira crime?

- Mais ou menos por aí.

- E filho da puta, pode?

- Acho que pode.

- E se a mãe do juiz for puta mesmo?

- Ah!, não complica!

Pois é. É complicado mesmo esse negócio.

Escrevi esse diálogo porque na primeira partida da semifinal da Superliga de Vôlei de 2011, parte da torcida do Cruzeiro chamou o jogador Michel, do Vôlei Futuro, que é homossexual, de “bicha” e, por causa disso, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva aplicou multa de R$ 50 mil ao time do Cruzeiro.

Estranhíssima atitude do Tribunal que se atribuiu poderes que extrapolam sua alçada, visto que, em momento nenhum houve ameaças à segurança de quem quer que fosse.

Da próxima vez que eu encontrar o Paulo Gordo – que é gordo – vou omitir o epíteto. Vai que ele resolve me processar por adipofobia...

4 comentários:

  1. Essa eh a merda de pais que o brasil virou depois do PT

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  2. B I N G O II

    Sempre se metem (epa!) onde não devem...

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  3. Toda essa porcaria chega ao Brasil devida à atuação politicamente correta do partido democrata americano. Aliás, a curpa é duzaméricânu.

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