Carlos Newton
Num país sério, Coutinho sairia algemado do prédio do BNDES
O economista Luciano Coutinho pensa que ficará na história
do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) como o
presidente que mais tempo permaneceu no cargo, mas somente será lembrado por
deixar a instituição financeira tecnicamente falida, acumulando uma dívida que
já atinge a inimaginável marca dos R$ 518 bilhões, que hipoteticamente teria de
devolver ao Tesouro Nacional. O passivo é impressionante, mas Coutinho imitou a
equipe econômica dos governos petistas, criou uma maquiagem contábil,
apresentou falso lucro e até distribuiu participação aos funcionários.
Outro legado da era Coutinho é a desmoralização da imagem do
BNDES, que em sua gestão foi transformado num braço político do governo do PT,
ao invés de permanecer como um instituição do Estado, conforme preconizava o
economista Carlos Lessa, primeiro presidente do BNDES no governo Lula da Silva
e responsável por uma gestão revolucionária, que colocou o país no rumo do
desenvolvimento.
Foi também na administração de Luciano Coutinho que o BNDES
implantou a estratégia de proteção aos “campeões nacionais”, liberando
bilionários financiamentos a empresas escolhidas para competir no mercado internacional.
Não deu certo e essa política teve de ser revogada ainda na gestão de Coutinho.
Outro equívoco foi transformar o banco em hospital de
empresas mal geridas, entre as quais a Sadia e a Aracruz, com o BNDES não
somente liberando financiamentos indevidos, mas também adquirindo participações
acionárias, vejam a que ponto chegou a irresponsabilidade na gestão dos
recursos públicos.
Foi nessa sucessão de erros que o antigo banco de fomento virou um instrumento
político do modelo econômico dos governos dos presidentes Lula da Silva e Dilma
Rousseff, que se caracterizaram pela desmedida pela expansão de gastos e pelo
aumento artificial e forçado do consumo de bens e serviços.
O mais inaceitável é que o BNDES passasse a fazer péssimo
uso do patrimônio dos trabalhadores brasileiros, pois recebe e usa quase 80%
dos recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Os financiamentos do
banco com recursos do FAT deviam ser dirigidos a projetos de desenvolvimento
que aumentassem o mercado de trabalho interno, mas na gestão de Coutinho o
BNDES preferir abrir empregos no exterior, como instrumento da política de Lula
como caixeiro-viajante das empreiteiras, especialmente a Odebrecht, que leva
70% do butim. Confiram a lista
Porto de Mariel – Cuba – US$ 682 milhões – Odebrecht;
Hidrelétrica Manduriacu – Equador – US$ 124.8 milhões – Odebrecht;
Hidrelétrica San Francisco – Equador – US$ 243 milhões – Odebrecht;
Hidrelétrica de Chagilla – Peru – US$ 320 milhões – Odebrecht;
Metrô da Cidade do Panamá – Panamá – US$ 1 bilhão – Odebrecht;
Autopísta Madden-Colón – Panamá- US$ 152,8 milhões – Odebrecht;
Aqueduto de Chaco – Argentina – US$ 180 milhões – OAS;
Ferrocarril Sarmiento – Argentina – US$ 1,5 bilhões – Odebrecht;
Metrô de Caracas – Venezuela – US$ 732 milhões – Odebrecht;
Ponte sobre Rio Orinoco – Venezuela – US$ 300 milhões – Odebrecht;
Barragem Moamba – Moçambique – US$ 350 milhões – A. Gutierrez;
Aeroporto de Nacala – Moçambique – US$ 125 milhões – Odebrecht;
BRT de Maputo – Moçambique – US$ 180 milhões – Odebrecht;
Hidrelétrica de Tumarin – Nicarágua – US$ 343 milhões – Q. Galvão;
Projeto El Chorro – Bolívia – US$ 199 milhões – Queiroz Galvão.
Hidrelétrica Manduriacu – Equador – US$ 124.8 milhões – Odebrecht;
Hidrelétrica San Francisco – Equador – US$ 243 milhões – Odebrecht;
Hidrelétrica de Chagilla – Peru – US$ 320 milhões – Odebrecht;
Metrô da Cidade do Panamá – Panamá – US$ 1 bilhão – Odebrecht;
Autopísta Madden-Colón – Panamá- US$ 152,8 milhões – Odebrecht;
Aqueduto de Chaco – Argentina – US$ 180 milhões – OAS;
Ferrocarril Sarmiento – Argentina – US$ 1,5 bilhões – Odebrecht;
Metrô de Caracas – Venezuela – US$ 732 milhões – Odebrecht;
Ponte sobre Rio Orinoco – Venezuela – US$ 300 milhões – Odebrecht;
Barragem Moamba – Moçambique – US$ 350 milhões – A. Gutierrez;
Aeroporto de Nacala – Moçambique – US$ 125 milhões – Odebrecht;
BRT de Maputo – Moçambique – US$ 180 milhões – Odebrecht;
Hidrelétrica de Tumarin – Nicarágua – US$ 343 milhões – Q. Galvão;
Projeto El Chorro – Bolívia – US$ 199 milhões – Queiroz Galvão.
Como presidente do BNDES, Luciano Coutinho esteve depondo
diversas vezes em CPIs do Congresso Nacional. Em todas essas oportunidades, o
economista mentiu com a maior desfaçatez. Sempre que era questionado sobre
essas operações que abriam empregos no exterior, dizia que não podia responder,
devido a um impedimento da Lei do Sigilo Bancário.
É inacreditável, mas nenhum parlamentar se deu a trabalho de
conferir a Lei Complementar 105, de 10 de Janeiro de 2001, que determina
exatamente o contrário:
Art. 4º – O Banco
Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários, nas áreas de suas
atribuições, e as instituições financeiras fornecerão ao Poder Legislativo
Federal as informações e os documentos sigilosos que, fundamentadamente, se
fizerem necessários ao exercício de suas respectivas competências
constitucionais e legais.
1º – As comissões
parlamentares de inquérito, no exercício de sua competência constitucional e
legal de ampla investigação, obterão as informações e documentos sigilosos de
que necessitarem, diretamente das instituições financeiras, ou por intermédio
do Banco Central do Brasil ou da Comissão de Valores Mobiliários.
Como se vê, a alegação de sigilo bancário, feita repetidas
vezes por Luciano Coutinho, é ardilosa, enganosa e mentirosa. Ele deveria
encaminhar as informações, na forma da lei. Bastava que o plenário da CPI
aprovasse o pedido de informações.
A presidente Dilma Rousseff também mentiu, na campanha
eleitoral de 2014, ao afirmar que a garantia da obra do Porto de Mariel, em
Cuba, havia sido dada pela Odebrecht.
Na verdade, a garantia foi oferecida pelo Tesouro Nacional
brasileiro. Quer dizer, se o governo de Cuba, que está tecnicamente falido, não
pagar, o prejuízo ficará por conta da viúva, como se dizia antigamente.
Se estivéssemos num país minimamente sério, um criminoso
como Luciano Coutinho já teria sido algemado diante das câmeras de TV. Da mesma
forma, a presidente Dilma Rousseff há muito já teria sido afastada do poder,
retirada da vida pública e encaminhada à privada, como dizia um genial
brasileiro chamado Aparicio Torelly, nosso querido vizinho aqui no bairro das
Laranjeiras.
(argento) ... é aí que o cume arde, ... oh raios!
ResponderExcluirNão quero ser advogado do diabo, mas o Coutinho não poderia responder porque estaria tornando públicas as informações. O ilustres congressista deveria requerer os documentos respectivos, em vez de perguntar ao Coutinho, provavelmente para aparecer na televisão que eles perguntaram.
ResponderExcluirMas eu tenho uma pergunta aos ilustres membros da CPI: por que não olharam os documentos e não tomaram as medidas cabíveis?
Para aqueles que dizem que jamais comprariam um bolsa daquelas mostradas na outra postagem, http://toma-mais-uma.blogspot.com.br/2016/06/sugestao-para-o-dia-dos-namorados.html, vou fazer uma perguntinha:
ResponderExcluirAlguém tem noção de quantas bolsinhas daquelas foram compradas com o dinheiro do BNDES, cuja dívida será paga com seu dinheiro?