terça-feira, 14 de junho de 2016

“Exército” de Stédile desafia a nação e os militares já ameaçam o Senado

Carlos Newton

A irresponsabilidade do ex-presidente Lula da Silva é realmente colossal e incomensurável. Ele está cumprindo a ameaça que fez ao país no ano passado, quando anunciou que colocaria o “exército” do Stédile nas ruas, caso o Congresso aprovasse o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Na época, julgou-se que se tratava de uma bravata, apenas um exagero na oratória grotesca. Mas não era. Lula não somente já deu ordem de ataque ao “exército” dos sem-terra” do Stédile, como também arregimentou outras tropas, como os “sem-teto” de Guilherme Boulos, os “sem-juízo” de outros movimentos sociais, as brigadas da CUT e dos sindicatos e as hordas do PT, engrossadas pelo estudantes da UNE e de outras instituições.

O desafio à lei e à ordem ficou claro nesta segunda-feira, quando um grupo de 1.400 integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiu a fábrica da Suzano em Mucuri, na Bahia. A logística de transportar, abrigar e alimentar tantos militantes não é nenhuma brincadeira. Custa caro e dá um trabalho enorme, mas o MST consegue.

Por coincidência, a ocupação da Suzano acontece semanas depois de a empresa assinar um protocolo de intenções para ampliar a fábrica, com investimento de R$ 700 milhões.

OCUPAÇÃO DA BAHIA – A manifestação faz parte da Jornada Nacional de Lutas do MST contra o impeachment. Na Bahia, também estão ocupadas as oito sedes regionais do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e três da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba).

Como a Bahia é governada pelo PT, a Polícia Militar tem ordens de não enfrentar os manifestantes, e o “exército” de Stédile está agindo com liberdade total.

“Não aceitamos as ações deste governo ilegítimo e golpista que se configuram num ataque às conquistas sociais da classe trabalhadora”, disse Paulo César de Souza, membro da direção nacional do MST, segundo reportagem da Folha.

MANIFESTAÇÕES –Tem havido protestos espalhados pelo país, com interrupções de rodovias e avenidas, ocupação de órgãos públicos, e em São Paulo até o antigo gabinete presidencial da amante de Lula, Rosemary Noronha, chegou a ser invadido.

Até agora, não houve atos de violência, apenas queima de pneus que destroem o asfalto, mas está evidente que o movimento contra o impeachment segue num crescendo e por isso vem sendo monitorado pelos serviços de inteligência das Forças Armadas.

Dia 31 de julho, os grupos que apoiam o impeachment vão dar a resposta, com megamanifestações nas principais cidades e pode haver confrontos.

Tudo isso faz parte do processo democrático, nada contra, desde que os protestos não fujam ao controle, porque os militares já começaram a se posicionar.

A SITUAÇÃO SE COMPLICA – Como os oficiais da ativa não podem se pronunciar politicamente, a tendência deles é revelada pelos posicionamentos do Clube Militar, Clube Naval e Clube da Aeronáutica.

Sabe-se que as Forças Armadas apenas acompanham a evolução dos fatos políticos, não há movimentação de golpe, pelo contrário. Mas as três entidades que representam os militares têm se manifestado politicamente de forma bastante clara, através de pronunciamentos de seus dirigentes, postados na internet.

Desde a semana passada, a situação se complicou, porque o presidente do Clube Militar, general Gilberto Pimentel, pela primeira vez publicou um artigo ameaçador, advertindo que o Senado tem de confirmar o impeachment da presidente Dilma Rousseff na votação final, daqui a dois meses. O título é “O Dia D e o Senado”.

AMEAÇA DO CLUBE MILITAR – Vamos transcrever os três últimos parágrafos do artigo do general Pimentel, que nos foi enviado pelo sempre atento comentarista Mário Assis Causanilhas:

“O presidente interino não chega a ser o líder que sonhamos, mas ele é a esperança disponível para a travessia desse período negro da nossa história política e garantir, num clima de relativa Paz, as eleições gerais de 2018. E aí que se ouça a voz da sociedade. E que tenhamos juízo.

A volta ao que ficou para trás, possível tem que se admitir, é o caminho certo para o desastre. Basta voltar nossas vistas para a vizinha Venezuela, principal parceira do lulopetismo. Deus livre nosso Brasil.

A instituição Senado e seus senadores tenham a certeza de que, nesse caso, a Nação não os perdoará. Que tenham um rasgo de patriotismo ou preparem, todos, seus epitáfios políticos. O que virá depois de D+1 está nas mãos deles e será de sua inteira responsabilidade.”


6 comentários:

  1. (argento) ... sem regulamento constitucional não há ordem (assim cremos) para a Transição; o governo provisório Temer, por ele reconhecido como tampão, tem um trabalho árduo pela frente e, vamos combinar, limitado pelos Costumes da Oligarquia que sempre dominou, mesmo de dentro da "revolução de 64". A nós, mortais, cabe esperar com esperança que o "golpe" para depor o Golpe, não seja mais um fadado ao fracasso ...

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    1. (argento) ... cabe assinalar que acreditei nos propósitos da "Revolução de 64", nas "Diretas Já", no "Impedimento de Collor", ... (até quando Acreditar?)

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  2. Foi protocolado no Senado, o impeachment do PGR. Então ficamos assim, o PGR pede prisão do presidente do Senado, que analisa o pedido de impeachment do PGR. Sinceramente, não vejo outra maneira de por ordem na bagunça, senão com uma intervenção militar.

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  3. Ricardo, não seria militantes em vez de militares?

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    1. (argento) ... dois Ângulos, duas, possíveis abordagens, de um Militantes; do outro, Militares ... (Sociedade?, nem pensar)

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    2. (argennto) ... "Senado", "nata" da sociedade, eleita para representa-la, em teoria, cuida dos seus próprios interesses, na prática. Quem representa a massa-de-manobra-achada-pelas-balas-perdides, ora denominada Sociedade? ...

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