segunda-feira, 20 de junho de 2016

Jornalismo semianalfabeto

Sim, eu sou chato com esse negócio de linguagem, principalmente a escrita, onde nós, de certa forma, temos mais tempo para pensar antes de nos expressar, além de mais tempo ainda para corrigir e dos hoje incontáveis corretores gráficos disponíveis. Portanto, nada pode passar batido, principalmente quando se trata da imprensa escrita - cujos textos ainda passam por revisões (ou pelo menos deveriam passar) - que tem responsabilidades com seus leitores (ou pelo menos deveria ter).

Sim, eu sou chato e podem até me considerar pretensioso por dar pitacos gramaticais sem ter uma formação acadêmica que me outorgue esse direito, mas como os erros gramaticais da imprensa têm sido tão gritantes, qualquer sujeito com um bom curso primário tem autoridade para reclamar.

Sexta-feira comentei aqui sobre se escrever “trust” no lugar de “truste”. Já no sábado comentei no site da Veja sobre a manchete abaixo:

“Zuação” é o cacete! O verbo é “zoar” e não “zuar”. E nem mesmo “zoação” existe: o certo é “zoada” ou “zoeira”. O pior é que ainda veio gente criticando, seguindo os padrões petralhas do “Por uma vida melhor”*, aquela cartilha que diz que “nós pega o peixe” está correto.

“Eles escreveram o que o cara falou, ou não é assim que tem que ser?”, disse um. “Se fosse assim eu, que sou carioca, poderia escrever ‘tumati’ em vez de tomate. Você concordaria?” - respondi.

Domingo foi o dia do Globo. Vejam só a reportagem. A repetição do erro não deixa dúvidas sobre a ignorância gramatical da equipe jornalística responsável pela matéria.

Sim, eu sou chato e me dá arrepios ler tantas aberrações. Fazer o quê?


*A editora Global, (ir)responsável pelo livro petralha “Por uma vida melhor” perdeu uma causa para a Defesa do Consumidor do Rio. A 22ª Câmara Cível reconheceu que abordar as variações da Língua Portuguesa não permite que se ensine a falar e escrever errado.

3 comentários:

  1. Talvez as vencedoras sejam mães, mas aí surge outro problema, porque mãe só tem uma.

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  2. (argento) ... passou, na revisão "(...) No fim de semana as duas já tinham DESBANCADOS Ágatha e Barbaara Seixas (...)" - si procurá êrro na prensa braZilis nun vai fazê mais nada na vida; se usar la prensa como treino, tá fudido ...

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  3. Menino, falam e escrevem com tanta convicção, que as vezes eu fico em dúvida e saio procurando um "pai dos burros".

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