Da Tribuna da Internet
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou que
a Polícia Federal abra uma sindicância para investigar delegados que teriam
atacado o PT e elogiado Aécio Neves (PSDB).
Reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo” desta
quinta-feira (13) revelou que delegados federais envolvidos na Operação Lava
Jato usaram as redes sociais durante a campanha eleitoral neste ano para
elogiar o candidato tucano Aécio e atacar o ex-presidente Lula e Dilma
Rousseff, que disputava a reeleição.
As manifestações foram feitas em perfis fechados do
Facebook, segundo a reportagem. Em uma delas, Lula foi chamado de “anta”. A
reportagem aponta que eles compartilharam propaganda eleitoral de Aécio e
notícias sobre o depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
A Lava Jato investiga um esquema de corrupção e pagamento de
propina envolvendo a Petrobras, empreiteiras e partidos políticos, entre eles o
PT.
Cardozo afirmou que pediu para o diretor-geral da PF,
Leandro Daiello, a abertura de uma sindicância para apurar o que ocorreu.
Segundo ele, apesar de a liberdade de expressão ser uma
garantia Constitucional, funcionário público tem que agir com imparcialidade e
não é “admissível a partidarização das investigações”.
APOIO DOS PROCURADORES
Em nota emitida nesta quinta, os procuradores da República
no Paraná integrantes da força tarefa que atua na Lava Jato manifestaram apoio
aos delegados.
Eles afirmam que “em nosso país, expressar opinião privada,
mesmo que em forma de gracejos, sobre assuntos políticos é constitucionalmente
permitida, em nada afetando o conteúdo e a lisura dos procedimentos processuais
em andamento”.
Segundo o texto dos membros do Ministério Público, “a
exploração pública desses comentários carece de qualquer sentido, pois o
objetivo de todos os envolvidos nessa operação é apenas o interesse público da
persecução penal e o interesse em ver reparado o dano causado ao patrimônio
nacional, independentemente de qualquer coloração político-partidária”.
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