Folha
Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo que leva o seu
sobrenome, vai cumprir a mais dura das penas entre os delatores da Operação
Lava Jato : além dos dois anos e meio em regime fechado, ele terá de cumprir
outros cinco anos de prisão domiciliar, segundo a Folha apurou. Metade desse
período será em regime fechado, no qual ele não pode deixar a residência. Já os
dois anos e meio restantes serão em regime semi-aberto: ele terá de ficar em
casa das 22h às 7h e não pode sair aos fins de semana nem viajar sem
autorização da Justiça. O acordo prevê que ele usará tornozeleira eletrônica
nos cinco anos em que estiver no regime de prisão domiciliar.
O compromisso de colaboração com os ex-executivos da
empreiteira ainda não foi assinado. A Folha revelou na edição desta quarta (2)
que o empresário ficará preso em Curitiba até o final de 2017, segundo o acordo
negociado. Como o executivo foi preso em 19 junho de 2015, ficará dois anos e
meio preso em Curitiba (PR).
Só para efeitos de comparação, Otávio Azevedo, ex-presidente
da Andrade Gutierrez que fora condenado a 18 anos de prisão, fechou um acordo
no qual foi estabelecido os seguintes prazos de prisão: um ano de regime
domiciliar fechado, dez meses de regime domiciliar semi-aberto e dois anos em
que ficará em liberdade, mas terá de prestar 20 horas por mês de serviços
comunitários.
Outro dirigente de empreiteira que fez acordo de delação,
Ricardo Pessoa, presidente da UTC, também conseguiu melhores condições: ele
ficará entre um e dois anos, a depender da confirmação do que contou aos
procuradores, no chamado regime domiciliar diferenciado, no qual tem de voltar
para casa à noite e aos fins de semana.
Marcelo é acusado de comandar o esquema de corrupção da
Odebrecht, a maior empreiteira brasileira, e já foi condenado a 19 anos de
prisão em uma das ações penais.
É réu em outros três processos da Lava Jato em Curitiba e um
em Brasília, no qual é acusado de pagar propina para obter recursos do BNDES
para uma obra em Angola. Três advogados ouvidos pela Folha, sob condição de que
seus nomes não fossem citados, estimam que, ao final de todos os processos, sua
condenação deve chegar aos 70 anos de prisão.
O período em que Marcelo ficará em regime fechado (dois anos
e meio na prisão e igual período em casa) corresponde a uma pena de prisão de
30 anos, o máximo permitido pela Justiça no Brasil. Isso ocorre porque a
legislação brasileira estabelece que o condenado tem o direito de passar para
outro regime depois de cumprir um sexto da pena.
O ex-presidente da Odebrecht é um dos 40 executivos da
empresa que já tiveram o seu acordo de delação aprovado pelos procuradores.
Há ainda entre 30 e 40 funcionários da empreiteira que
discutem os que vão revelar para obter uma pena menor. A perspectiva dos
negociadores é que o acordo seja fechado até o final deste mês.
A Odebrecht informa que não se manifesta sobre o acordo em
negociação.
Segundo um vídeo recente da jornalista Joice Hasselmann no you tube, diante da delação da Odebrecht, de que mais de 300 deputados e senadores estão envolvidos em falcatruas e alvo da operação lava jato,os partidos envolvidos se uniram em desespero e na calada da noite em regime de extrema urgência estariam aprovando um projeto de lei, para anular a delação no congresso nacional.
ResponderExcluir(argento - o "VotoCidadão" é uma merda!) ... poiZé, estão, em polvorosa, reunidos em regime de urgência urgentíssima imbuídos em salvar Seus lindos pescocinhos, votando um texto que ninguém sabe o Quê Vai Ser Escrito ...
ExcluirÉ para mudar o acordo de leniência das empresas, não afeta a colaboração com a justiça nos processos criminais. Em resumo, os políticos esperam que os executivos aceitem ficar na cadeia sem colaborar, porque a empresa vai continuar roubando e pagando propina.
ExcluirPoderá ser um tiro no pé, isso poderá ser usado como argumento para manter a prisão preventiva, uma vez que os executivos poderiam esta se beneficiando de alguma forma. A única certeza é que ninguém sabe direito o que acontece neste país.