segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Esquerdopata é uma merda – Considerações sobre a revolta de Arnaldo Bloch contra a humanidade

Cogumelo à vista - Arnaldo Bloch

Trump presidente. Putin batendo palmas. Chineses atacando a democracia. Marine Le Pen crescendo na França. Angela Merkel perdendo força na Europa. Brexit vitorioso na Grã-Bretanha. Estado Islâmico e terrorismo internacional genérico avançando por terra e pelas redes. Primavera Árabe: uma lenda. Em Israel, Bibi. Povo colombiano contra a paz. Venezuela em convulsão. Temer presidente. Crivella prefeito. Doria prefeito. Brasil sem esquerda, com uma direita desqualificada e um centro infame e disforme. Estado do Rio falido. Estudantes secundaristas criminalizados. Ana Júlia, uma menina, envergonhando o legislativo com um discurso juvenil, dando lição de sensatez constitucional. Síria borbulhando em sangue. Acordos do clima em baixa. Corrida armamentista em alta. Insegurança global.

(...) Agora, no novo ciclo, uma nova besta do apocalipse, caucasiana (para usar a terminologia de lá...). Um não-político, magnata sonegador de impostos, racista, ignorante, grosseiro, sexista, belicista, antissemita relutante. Odiado pelos republicanos, mas não tanto: fosse assim, a turma do elefante vermelho teria feito campanha por Hillary...

(...) num mundo em que os impérios não são mais as nações, mas um bolo amorfo que une capital sem ideologia, descrença política, ignorância, fundamentalismo e um avanço tecnológico que se curva ao monetarismo mais primitivo.

(...) Por isso, não me choca o triunfo de Trump. Ele está, como vimos acima, perfeitamente alinhado com o mundo em que vivemos, no qual, paralelamente a alguns avanços comportamentais no terreno de gênero e na desdemonização da maconha, a um certo fortalecimento do terceiro setor e à presença de um Papa progressista, tudo é desalento.

(...) Por mais que se espraiem ideais de economia criativa, desenvolvimento sustentável e tudo o mais, não há qualquer indício que o pensamento social de ponta vá atingir, com o mínimo de harmonia e concórdia, o estado, as corporações, a ciranda financeira — enfim, onde quer que esteja o poder.(...)

Esquerdopata é uma merda.

Acha que dinheiro nasce em árvore, tem que vir da “economia criativa”, do “desenvolvimento sustentável” e foi feito apenas para bancar o welfare state ou, como ele chama, “pensamento social de ponta”. Isso, num piscar de olhos, num passe de mágica. Claro, a fadinha Sininho seria a Hillary, Bloch o Peter Pan e o mundo se transformaria na Terra do Nunca.

Para ele, na Terra do Nunca são essenciais um papa progressista (argh!) e, é claro, a “desdemonização” da maconha, itens cuja relevância é semelhante à influência do bater das asas de uma borboleta em São João de Meriti na formação de um furacão em Kuala Lumpur.

Para ele, a Constituição Brasileira é como a Bíblia para o crente: interpretável sempre a seu favor, tanto que acha que Ana Julia, aquela artistazinha chorona que falou na Assembleia Legislativa do Paraná, deu “lição de sensatez constitucional” ao defender a invasão das escolas.

Para ele, a desesquerdização do mundo, que está acontecendo por vias estritamente democráticas, é uma violência. Acha que paz se obtém mediante a rendição de um povo a uma quadrilha de narcotraficantes, tanto que diz que o povo colombiano ficou “contra a paz” ao votar contra o acordo espúrio entre Santos e as FARC.

Enfim, para ele, o esquerdopata Arnaldo Bloch (e alguns outros, cada vez em menor número), a humanidade, que está mudando seu modo de ver as coisas, está errada e ele imóvel, mergulhado na pasmaceira marxista-leninista-stalinista-trotsquista-maoista, está certo.

Tanto está certo que até previu o fim dos tempos no final do seu texto: “após um churrasco com a família, sentaremos de frente para o mar num banquinho de concreto daqueles antigos e, de lá, veremos o colossal cogumelo emergir detrás das Cagarras e assistiremos ao grande show atômico em plena Copacabana. Então, viraremos rodízio para as baratas de Copacabana, que sobreviverão à hecatombe. Lembrei-me desta profecia quando percebi que Donald Trump venceria.”

Poupe a humanidade, Bloch: suicide-se.


2 comentários:

  1. É urgente a necessidade de ampliarmos a busca por inteligência forra da Terra. Aqui está cada vez mais difícil de encontrar.

    Veja esta mensagem que eu postei no Facebook:

    https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1130379637047726&set=a.336631216422576.80612.100002271021211&type=3

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. (argento) ... é por aí, Milton, basta mudar o "Coronel da hora" ...

      Excluir