Hoje é dia de fazer história. O Brasil pode enterrar de vez
a falsa polarização entre PT-PSDB.
Num domingo como hoje, 10 de fevereiro de 1980, centenas de
intelectuais, líderes sindicais e ativistas se reuniam para fundar o que viria
a ser o Partido dos Trabalhadores. Entre eles, dois amigos fraternos: Luís
Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso. Trinta e oito ano depois, é
hora de se despedir de ambos.
Menos de um ano após a promulgação da Lei da Anistia, a
esquerda brasileira se articulava num projeto que unia acadêmicos e
sindicalistas para fundar um partido político e criar um projeto político que,
depois de tomar conta do Palácio do Planalto em 1994, só viria a ser despejado
vinte e dois anos depois com o impeachment de Dilma Rousseff. O Brasil tem a
chance histórica de jogar finalmente todos os esquerdistas do Colégio Sion nos
livros de história.
Com o fim da Guerra Fria, a queda do Muro de Berlim (1989) e
o fim da União Soviética (1991), o mundo foi convencido de que a viveria “o fim
da história” e o triunfo do “capitalismo”. O que se viu foi o nascimento de uma
nova ordem mundial em que entidades supranacionais como o Mercosul (1991), a
União Européia (1993) e o NAFTA (1994) transformariam a democracia num jogo de
carta marcadas em que as grandes decisões políticas, econômicas e sociais
seriam tomadas por uma burocracia sem rosto em locais como Davos, Genebra e
Bruxelas, e o cidadão transformado num mero carimbador de decisões superiores de
“gente que sabe mais”.
A idéia do “globalismo” político e econômico não é nova, mas
tem como momento-chave o lançamento, em novembro de 1989, um conjunto de
orientações que serviriam como uma regra mundial de política econômica
definidas pelo FMI, Banco Mundial e autoridades do tesouro americano. A
esquerda costuma se referir às dez regras como o “Consenso de Washington”. Os
anos 90 foram a década da aplicação destas regras, com algumas consequências
econômicas positivas e impactos políticos nefastos com os quais temos que lidar
até hoje.
O maior golpe já recebido pelos arautos do “globalismo” foi
o ano de 2016 com o Brexit e a eleição do nacionalista Donald Trump contra
Hillary “mundo sem fronteiras” Clinton. A batalha mais importante do mundo hoje
envolve a luta entre os defensores do globalismo político e econômico, que
transforma nações em provícias administrativas, presidentes em fantoches e
eleitores em meros signatários de decisões previamente tomadas sem a sua
participação ou de qualquer representante diretamente eleito por ele.
Este Consenso teve seu reflexo no Brasil com os governos
tucanos entre 1994–2002, com evidentes avanços econômicos em relação ao caos
deixados pelos antecessores Sarney e Collor, mas que abriram as portas para que
a hegemonia cultural de esquerda, ou a “superestrutura” para ficarmos na
fraseologia marxista tão cara a FHC e seus companheiros, fosse entregue de
bandeja para diversos tons de vermelho na política brasileira. O resultado está
aí e ninguém aguenta mais.
Quando o Brasil foi tomado de assalto pelas notícias do
Mensalão em 2005 e de como o esquema petista de poder funcionava na prática, um
dos mais proeminentes opositores de um processo de impeachment foi ninguém
menos que FHC, a quem se atribui a expressão “deixar o PT sangrar até a eleição”.
A frase seria repetida pelo senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP),
ex-candidato a vice na chapa de Aécio Neves, por ocasião das manifestações de
15 de março de 2015. Os bons companheiros se protegeram e ainda se protegem,
apesar das brigas de fachada.
O resultado de tamanho embuste começou a ficar evidente quando
Aécio Neves e Geraldo Alckmin foram vaiados e expulsos das manifestações, numa
mensagem clara para a classe política brasileira que o cidadão não mais
compactuava com a dança de cadeira entre os esquerdistas e macacão e os de
sobretudo. O Brasil pedia mudanças reais e está prestes a ser atendido.
A se confirmarem nas urnas o resultado das últimas
pesquisas, a eleição de Jair Bolsonaro será o “Brexit” brasileiro, a resposta
da população que morre nas ruas, que não suporta mais o inchaço do estado interventor,
o desemprego e a falta de crescimento econômico, a pauperização dos serviços
públicos, a destruição da educação pública, aparelhada e ideologizada para a
criação de novos militantes de esquerda, é o basta do brasileiro comum contra
os “intelectuais porém idiotas”, expressão criada por Nassim Nicholas Taleb
para definir os malabaristas de abstrações, mestres em passar em exames mas
cuja sabedoria e entendimento da realidade podem ser inferiores ao menos
ilustrado dos cidadãos comuns que fingem representar.
O Brasil começou a reagir com firmeza em 2015, após um
ensaio atabalhoado e errático em 2013, com as maiores manifestações da sua
história que levaram a um processo constitucional de impeachment e a
oportunidade única do surgimento de candidaturas finalmente alinhadas com as
idéias e prioridades da população que quer trabalhar e empreender com
liberdade, criar seus filhos em segurança e sem assédio moral ou sexual pela
cultura pop e em sala de aula, que tem na “tradicional moral cristã e burguesa”
a estabilidade para construir sua trajetória pessoal em defesa da vida,
liberdade e busca da felicidade, como dito nas eternas para palavras de Thomas
Jefferson na Declaração de Independência Americana.
A aliança nefasta entre acadêmicos marxistas e sindicalistas
cleptomaníacos pode ser página virada no Brasil em poucas horas ou em poucas
semanas, caso haja segundo turno. Não ouso influenciar qualquer decisão do
eleitor, mas torço para que ele dê oportunidade para mudança real e uma chance
para um país mais livre, próspero e com o governo servindo o cidadão.
Aproveite o domingo não apenas para votar mas também para
orar pelo país e conversar com amigos, familiares e colegas sobre que país você
quer, mais próximo ou mais distante do projeto que começa em belos salões na
Europa mas termina em Caracas ou numa cela de Curitiba. O país tem milhões de
desempregados, inadimplentes e vítimas da violência, brasileiros incapazes de
exercer sua cidadania de forma plena e digna, e isso tem que acabar.
O casamento entre a USP e a CUT, que domina o país desde
1994, pode hoje ser divorciado do poder. Que assim seja, pelo futuro do país.
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